O
lulopetismo despejado, será despojado pelo meirellestemerismo?
HELIO FERNANDES
A
Republica nasceu de madrugada, sem povo, sem eleição, afastando para bem
longe os civis lutadores,que em 1860 fundaram o jornal diário "A
Republica". Implantaram a ditadura do partido único, o republicano,
colocaram no poder dois marechais. Um como presidente, Deodoro, outro como
vice, Floriano. 8 meses depois, cansado de ser vice, Floriano derrubou
Deodoro, governou sem prazo e sem autenticidade. A impressão é de que ficaria
para sempre. Em 1894, os verdadeiros Republicanos reagiram, elegeram Prudente
de Moraes.
Agora, outra
mistificação,125 anos depois dessa farsa de Deodoro-Floriano. (Os 2 indiretos,
não colocarei aspas, a primeira eleição direta só iria acontecer em 1945, 56
anos depois da usurpação da Republica. E assim mesmo, elegeram o marechal
Dutra, que como Ministro da Guerra, manteve a ditadura do Estado Novo.Num
regime ditatorial,com um civil chamado de presidente, o ministro da
Guerra o garante, mas obrigatoriamente o sucede.
O roteiro
que não falha, funcionou. E provocou a sedução, que 125 anos depois,
agora, se consubstanciou mas não se conscientizou na farsa e na mistificação do
vice no poder. Com a modificação surpreendente: o vice empossado mesmo
interinamente, não tem passado. Jamais se elegeu para cargo majoritário. (E a
presidente afastada, mesmo não definitivamente, foi eleita e reeleita).
Em 1930,
depois de 41 anos da "republica velha", Vargas perdeu para o
candidato do presidente Washington Luiz. Conformado, voltou para o RS. Aproveitando
o assassinato de João Pessoa, governador da Paraíba, deu o golpe que chamaram
de "revolução". Ficou 15 anos sem eleição. Matreiro e esperto, teve o
cuidado de se manter sozinho, não teve vice. Derrubada a ditadura em 1945, voltou
em 1950 com o vice, Café Filho, indicado por Ademar de Barros. Em 1930, mesmo como
chefe do governo provisório, não só derrubou Washington Luiz, como asilou-o nos
EUA. Junto com o vice Mello Vianna, e o chanceler Otavio Mangabeira.
Esse
Chefe da Casa Civil do golpe de Temer, afirmou na posse: "Vivemos a maior
crise da nossa Historia". É o que acontece deixando que desconhecidos
pratiquem a leviandade de sentenciar sobre o que não conhecem. A crise
brasileira é a mesma, prorrogada, camuflada, jamais renovada. Alguns
personagens e circunstancias se modificam.
A vida
não se prolonga por vontade de alguns conspiradores. E o tempo e o espaço, mais
volúveis e violentáveis. De forma que a Republica tem quase tantos presidentes,
quanto vices que assumiram. Alguns por imprevisão do incorruptível e indevassável
destino. Outros por manipulação, mistificação e malabarismo da corruptível
ambição, sem lastro, sem convicção e sem constrangimento.
Michel
Temer está no segundo e mais numeroso grupo: o dos vices por acaso ou por
descuido. Com tempo de sobra para não fazerem nada, CONSPIRAM. Arriscam pouco. Sem
sucesso, terminam o mandato "decorativo". (Royalties para o próprio
Temer) Com a ambição favorecida, cumprem estágios. Passam a interinos, com
sorte, são efetivados. E se conseguirem descumprir a palavra assumida com
partidos e "lideres, tentam mais um período, aí de forma inédita e
desconhecida. Vou lembrar trecho de uma entrevista de Temer na televisão, ainda
como vice, mas já conspirando.
No dia 17
de setembro deu entrevista na televisão a um jornalista muito bem informado. Temer
sabia que podia falar á vontade. Mesmo codificado ou não explicitado. O
jornalista só queria a entrevista jornalisticamente elucidativa. Em determinado
momento, perguntou: "O senhor admite chegar a presidente?". Estava
querendo saber sobre 2018, era a eleição que deveria ser realizada.
Só que
Temer, conhecendo bem o jornalista, não teve duvida: ele sabia do que
estava acontecendo, resolveu falar cautelosamente,mas não fugindo da
verdade.Textual, a gravação está na minha frente: "Vou arriscar, para mim
não é tudo chegar a presidente. Mas se chegar,ótimo. De qualquer maneira não
ficarei insatisfeito, tentei, não deu certo". O jornalista, assustado,
percebeu tudo, publicou. Mas gostaria de ter esclarecido a confusão de datas.
Não podia. Era entrevista e não debate.
O
presidente interino, continua acreditando no futuro, e na certeza de que
rapidamente deixará de ser interino. E para os que resistem a se convencer da
" sua" realidade, não fala, garante e deixa entrever que ganhará
novas datas. Nenhuma duvida que Meirelles não surgirá, nem Lula
ressurgirá. Em Dilma nem pensa mais. Em relação a ele mesmo, tem a
certeza; passará "muito alem da tapobrana".
A grandeza dos estudantes brasileiros, a violência
e virulência do Ministro da Justiça
Temer não
percebeu que Alexandre de Moraes não poderia ir alem da Secretaria de
Segurança, mesmo de SP. Sob seu comando, a PM deixou rastro de arbitrariedade e
sangue. Os adolescentes começaram solidariedade ás professoras em greve. Daí
criaram um movimento muito maior, intitulado: A ESCOLA QUE QUEREMOS. Ganhou o
Brasil, perdeu para a PM, que invadia os colégios, batendo nos adolescentes. Nos
tempos de Moraes e agora com o interino.
Fui o único
a informar com exclusividade: Alexandre de Moraes adora holofotes.
Chegou em Brasília, manteve o ritmo: deu entrevista exclusiva a Monica Bergamo.
Textual: "O presidente Temer não respeitará a ordem tradicional para
nomeação do Procurador Geral". Recebeu reprimenda publica do próprio
Temer: "Não autorizei o Ministro a declarar nada. Vou respeitar o critério
habitual ". Exclusivo: o mandato de Janot vai até setembro de 2017, Mais
16 meses e meio do que Temer.
Exclusivo: Cesar Maia ganhou o BNDES
O
ex-prefeito, não se elege mais nada. Perdeu para governador e senador. Queria
fazer o filho líder do governo na Câmara. Não conseguiu. Por acaso o BNDES
ficará sob sua influencia. Temer, quando souber, não irá gostar. Dissabores que
Temer não esperava.
Paulo
Skaf telefonou para ele, e num tom mais perto da hostilidade do que da
amabilidade, disparou: "Aumento de impostos de jeito algum."E
tripudiando: "CPML, nem imaginar". Pior foi o Paulinho da Força.
Depois de muita conversa, gritou: "Não
admitimos nenhuma reforma da Previdência". E acrescentou sem
constrangimento: "Principalmente essa, que estão tramando pelas nossas
costas". Temer pode escolher: ser afrontado pela Força ou pela FIESP.
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Ao jornalista Helio Fernandes
Estimado
Helio,
Sou
leitor da Tribuna desde os anos 60, quando fervilhava a política no Brasil.
Lembro aqui uma das maiores fraudes e decepções ocorridas antes mesmo do
desfecho de 64, que foi a falência e o encerramento das atividades da saudosa e
gloriosa Panair do Brasil. Era lindo ver esses aviões bimotor cruzando nossos
céus. Acho, salvo engano que eram modelos Eletra.
Gostaria
se fosse possível o querido amigo, (já que está focado no impeachment e conseqüências),
caso não seja inoportuno, falasse um pouco a respeito deste episódio.
Samuel Victorino
Até 1942, 100 porcento das ações da Panair estiveram em poder dos controladores norte-americanos. Como as demais empresas aéreas que possuíam sócios estrangeiros nos anos 1950 e 1960, a Panair do Brasil sofreu pressões do governo, iniciadas na gestão do Presidente João Goulart, para que suas ações ficassem totalmente em mãos brasileiras.
ResponderExcluirA VARIG naturalmente se envolveria na aquisição de parte da Panair, segundo informações colhidas nos bastidores do poder à época. No entanto, ela acabou nas mãos dos grandes empresários Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen.
Isso deixou descontentes elementos do governo e da própria VARIG, que contavam com mais essa aquisição no mercado aéreo nacional.
Em decorrência desses fatores, a Panair do Brasil, em pleno auge, teve suas operações aéreas abruptamente encerradas em 10 de fevereiro de 1965, mediante um decreto do governo militar, que suspendeu suas linhas.
A opção pela suspensão no lugar da cassação resultou de um artifício perverso para paralisar imediatamente as operações, sem a demanda pelos prazos legais inerentes a uma cassação.
O fechamento integral da companhia ocorreu em 1968, de forma inédita e pitoresca, por meio da emissão de um "decreto de falência" governamental, baixado pelo Poder Executivo.
Há diversos relatos fidedignos que apontam as conexões entre integrantes do governo militar e da companhia VARIG, significativamente favorecida em decorrência da extinção da Panair do Brasil
Hélio, em época de crise é que mais precisamos dos sábios, se coincidir que sejam longevos, melhor ainda. Minha gratidão por sua existência e pelo seu ofício de escrever e partilhar.
ResponderExcluirTenho tido dificuldade em acessar a tribunadaimprensaonline.com. Como atualmente resido na roça, entorno do DF, pensei tratar-se problemas com internet. Mas não é. Espero que melhore conexão.
Um abraço fraterno.
batista filho
Hélio, em época de crise é que mais precisamos dos sábios, se coincidir que sejam longevos, melhor ainda. Minha gratidão por sua existência e pelo seu ofício de escrever e partilhar.
ResponderExcluirTenho tido dificuldade em acessar a tribunadaimprensaonline.com. Como atualmente resido na roça, entorno do DF, pensei tratar-se problemas com internet. Mas não é. Espero que melhore conexão.
Um abraço fraterno.
batista filho