Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 29 de julho de 2016

O governo provisório é uma bagunça permanente. Renan, porta voz da degradação

HELIO FERNANDES

Com exceção de Michelzinho, que aos 7 anos é um gênio incontestável, nada funciona na interinidade do Michelzão. Provavelmente por ter fugido da influencia do pai, já é personalidade e personagem de primeiras paginas, nessa idade de entrar para a escola primaria. Já demonstrou que não tem nada a aprender e sim a ensinar. Por exemplo: servir de monumento ao exibicionismo do pai, que fez o sacrifício de levá-lo á escola. Mas antes, convocou toda a cadeia de comunicação, de TVs a impressa, tudo isso com a indisfarçável e indispensável pressa.

No Brasil todo, milhões de brasileiros chegam aos 7 anos, á desigualdade total e absoluta. Geralmente sem sequer ter o que comer, portanto sem imaginar que certamente continuariam vegetando, sem nenhuma possibilidade de sair dessa situação vergonhosa, calamitosa, ruinosa. Condenados a servirem de escada rolante e segura, para os bem nascidos. Como esse Temer, que percorreu toda uma  
escala de favorecimentos e privilégios. Até chegar ao que nem imaginava: a presidência da Republica. Provisória. Que ele mesmo por métodos escusos, teve a oportunidade de transformar em efetiva.

Completando 3 meses dessa interinidade, seu fracasso é mais do que deprimente. Um fracasso coletivo, que precisou de uma pesquisa travestida de confronto, para se postar diante do espelho, e se olhar e admirar como vencedor. Esse levantamento da opinião publica, deliberadamente truncado e premeditado, foi criticado e repudiado, e nem serviu a Michel Temer. 

Sua incompetência ficou mais evidente. A inutilidade da traição conspiração, serviu apenas para arrependimento triste da comunidade. E a certeza de que foi enganada. E nada mais pode ser feito, a não ser a convocação de uma eleição direta. Que só pode surgir com uma decisão legal do TSE.

A formação do governo provisório, calamitosa. Prometeu ministério de notáveis, notável apenas a irresponsabilidade da escolha. Alguns tiveram que ser afastados, antes de comemorarem o primeiro mês. Outros, intimissimos, foram nomeados e logo depois demitidos. Temer chamou a isso de afastamento "preventivo". Nessa conta, entram Romero Jucá e Henrique Alves. O Executivo de Jucá ficou no cargo por exigência - intimidação. Apesar de também ser citado na Lava Jato.

Outros ministros aguardam a efetividade para saírem ou entrarem. O Ministério do Turismo, vago porque o titular saiu ejetado pela Lava-Jato, não pôde ser efetivado, apesar de indicado por Renan. Motivo: também está entrelaçado com a Lava-Jato. Temer garante: "Depois de efetivado, tudo será diferente". Espera como fator positivo a cassação do ex-presidente da Câmara, para se compor melhor com o "centrão", já sem a influencia de Cunha. (Deixemos o exame da tumultuada relação com a Câmara, para depois).

Vejamos o que vem fazendo ou tentando fazer, o "orgulho" de Temer. A equipe econômica e os que preenchem cargos técnicos. O Ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, repetem o que já fizeram outros, sem o menor sucesso. Meirelles exigiu nomear todos os auxiliares, que na verdade se resumem a ele mesmo e o presidente do BC. Como Ministro da Fazenda, vai repetindo os 4 anos vazios do BC no primeiro mandato de Lula. Vazio que levou á sua demissão, e afastamento no segundo mandato.

O Presidente do BC, assumiu com enormes promessas, que contestei imediatamente. Garantiu o alto da meta (6,5) e em 2017, o centro da meta (4,5). A inflação vinha caindo no inócuo e inútil governo Dilma. De 11 por cento em 2015 para 8,4 em 2016. O que prova que a inflação pode cair sem a interferência de ninguém.

Mas o doutor Ilan parece ter desistido, já alega "dificuldades" inesperadas, que comprometeram sua atuação para 2017. Assim mesmo, de janeiro a dezembro, sem se fixar num período. Em relação a dólar e juros, é o Tombini da vez. Duas ou tres vezes por semana, lança no mercado de 5 a 6 mil "swaps reversos", como fazia o antecessor.

E não dá sinais de mudar essa “interferência", nem baixar os juros. Que continuam e continuarão nesses humilhantes 14,25. Que poderiam ou deveriam estar no maximo em 10 por cento. Com Dona Dilma já esteve em 7 por cento. Foi subindo inexplicavelmente, não reduziu mais.

Terminemos, por hoje, por hoje, com alguns cargos importantes, só não têm a denominação de Ministro. O presidente da Petrobras, assumiu sem nenhuma segurança, tanto que pediu ao provisório, que pretendia continuar no cargo que ocupava, Presidente do Conselho da Bovespa. (Na época revelei o fato com exclusividade, questionando a acumulação).

Esse presidente da Petrobras, com a longa experiência e participação nas "doações privatizações" do governo FHC, não resistiu. E anunciou uma estranha e extravagante operação com a importante BR - Distribuidora. Uma espécie de compartilhamento. A Petrobras, proprietária, abre mão de ser majoritária, fica com 49 por cento. E o parceiro eventual, com 51. 

Não se sabe quem será o parceiro, e quanto pagará. Alem do mais, a época não é de vender e sim de comprar. Ou falam em recuperação sem nenhuma convicção. O presidente da Eletrobrás, no discurso de posse textual: "A empresa é estatal, mas não tem nada a ver com o governo". E imediatamente anunciou a venda de 6 distribuidoras de energia.

Este é o diagnostico sumario de um governo provisório. Que infelizmente, em menos de 30 dias estará efetivado. Tão incompetente e impopular quanto o anterior. Que pelo menos disputou eleição e reeleição.

Renan Calheiros: porta voz da degradação

Seu projeto é humilhante e indecente. Já tentaram de todas as maneiras, atingir e derrubar a Lava-jato. Mas através de um projeto direto, assinado e apresentado pelo presidente do Senado, é inédito. E visando implícita e explicitamente, a popularíssima campanha contra a corrupção, inaceitável. E ainda mais deplorável e lamentável: o projeto vem encontrando apoio parlamentar.

Usei a palavra degradação em relação a Renan, porque ligá-lo á corrupção é pouco. Ele responde a 9 processos no Supremo.E o primeiro em 2007,por traição matrimonial, levou-o ao segundo: ser financiado por uma empreiteira,para manter a amante e o filho.Perdeu a presidência do Senado,mas manteve o mandato.E voltou á presidência, cargo no qual está hoje.

Juízes, Procuradores, delegados de todo o país, protestam contra essa intimidação oameaças, por cumprirem seu dever. É uma ambivalência democrática. Representantes ditos do povo, se manifestam contra os que defendem os recursos do contribuinte, ou seja, do próprio povo.O projeto não será aprovado.Mas Renan Calheiros, degradado e cooptado pela roubalheira das empreiteiras, continuará imune e impune?

Hillary, sucessora de Obama

Favorecido por um mundo que se radicaliza cada vez mais, Trump se junta a esses e todos os radicais. E ameaça os EUA e o mundo. Mas agora que está começando a campanha eleitoral, Trump vem sendo desmontado, sem ninguém para defendê-lo ou justificá-lo. Já na convenção Democrata, quatro oradores exaltaram a candidata, cada um no seu estilo, quatro consagrações.

Sem nenhuma ordem de entrada em cena: Bloomberg, Obama, Bill Clinton, Michelle Obama. O ex-prefeito de Nova Iorque por 12 anos, falou como empresário. Em cada item um libelo, cada afirmação, uma condenação. O ex-presidente fez questão de deixar bem claro: "È a minha mulher, que conheci na Universidade em 1979, está 
preparadíssima para dirigir o país". Quase chorou de admiração.

O casal Obama é insuperável. Ele, o grande orador, criativo e incisivo de sempre,   De forma inédita nos EUA, nos últimos 6 meses do mandato, recomenda um candidato, Com todo entusiasmo e sinceridade, mostrando a obrigação de recomendá-la. Não só aos eleitores Democratas, mas também para os EUA e o mundo.

Mas extraordinária, emocionante, impecável, comovente, foi Michelle. Esteve acima e alem de todos os outros. Como sempre. Sem que isso tenha qualquer influencia sobre o seu astral. Desde o dia em que entrou na Casa Branca, e conquistou a admiração do mundo.  


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Reforma da Previdência não é impopular. "Impopular" é a reforma trabalhista com risco. Cunha quer mais tempo

HELIO FERNANDES

Antes de Temer apenas vice "decorativo”, se falava muito na crise da Previdência, que uma tragédia estava a caminho. Ele fingiu que coordenava a política, mas apenas agregava números á sua reconhecida conspiração traição. Não passou nem perto da moralização da Previdência.Dona Dilma tentou um paliativo, com o que se chamou de "aposentadoria 85\95". 

Era uma preocupação, mas não passou disso. Logo depois o plano de Temer dava certo, se concretizou até mesmo a imprevidência da sua ascensão de vice a presidente provisório. Tão repudiada que não teve nem direito a residência oficial. Como determina a Constituição. Mas quem estava interessado em cumprir a Constituição?

Agora ao mesmo tempo em que se diz preocupado, com a interinidade, Temer confirma, “quero conquistar a efetividade, para que possa dar repercussão até mesmo a medidas impopulares". Usa essa expressão se referindo a duas reformas: a da Previdência e a Trabalhista. A primeira é obrigatória, e chegou ao ponto calamitoso em que está, pela desatenção, desapreço e desprezo de todos os que passaram pelos governos a partir de 1964. São 52 anos de imprudência e até desinteresse por um assunto que preocupa o mundo inteiro;

A Previdência foi alvo permanente de roubalheiras, desligadas da política eleitoral e da caixa 2. Os números da corrupção eram assustadores, só diminuídos pelo vulto assombroso das investigações da Lava-Jato. Esse descaminho do dinheiro do contribuinte, só era superado pelo desinteresse com o futuro do aposentado, e o aumento da remuneração. As pessoas viviam cada vez mais, desgovernos desatentos e descuidados, reduziam a idade para as aposentadorias.

Isso acontecia em setores civis e militares, apesar do dinheiro vir do mesmo contribuinte. Apenas exemplos, mas a pratica era e continua sendo genérica e semelhante. O coronel Alcio Costa e Silva, filho do general-"presidente", se aposentou com 40 anos. E ainda teve a subvenção, se confundindo com subversão financeira, aumentada. Porque, na época, ao passarem para a reserva, eram automaticamente promovidos.

O todo poderoso Golbery, artífice dito intelectual do golpe, na ativa, não passou de Tenente-Coronel, Aposentado, ganhou duas promoções foi a general. Não influindo apenas na patente, mas também na remuneração. Multipliquem por centenas de milhares, constatem o rombo e o roubo nas contas do cidadão. Juntando com as aposentadorias civis, é obrigatória a constatação: mexer no assunto é difícil, o mais fácil é dizer que a reforma é impopular.

Nesse tempo todo, a Previdência teve dois ministros conscientes, preocupados, eficientes. Waldir Pires e Rafael de Almeida Magalhães. Deixaram a Previdência em situação admirável. Começou a ficar catastrófica, depois que entregue á politicalha. Waldir foi governador eleito da Bahia, e candidato a vice presidente, numa chapa encabeçada por Ulisses Guimarães.  Rafael, preparadíssimo para a presidência, morreu antes.

Nada é impossível, pode ser difícil. Mas nos quadros políticos e administrativos do Brasil de hoje, com gerações perdidas, a realidade verbal tem que ser invertida. Muita coisa é difícil, mas quase tudo é impossível.Principalmente com Michel Temer provisório, efetivado, talvez prorrogado.

 Reforma Trabalhista, realmente impopular

Por exigência de empresários que “não queriam pagar o pato". Financiaram a traição e a tomada do poder. Agora querem a recompensa. Com quase 12 milhões de desempregados, e sabendo que precisam recontratar, querem atingir direitos adquiridos, apesar de precários. Têm certeza de que só se cria emprego com produção. Mas estão tratando de um assunto explosivo. Os trabalhadores, mesmo os empregados que vivem com o temor de perderem o emprego, resistirão a essa violência reacionária.

Estamos atrasadíssimos. Em 19l8, Vila e Zapata, duas grandes lideranças populares, derrubaram uma ditadura que dominava o México ha 43 anos. Implantaram uma revolução trabalhista. Foram assassinados, mas os direitos foram preservados. Em 1922, Mussolini, então Socialista, proprietário do jornal "Populo de Roma", invadiu Roma, tomou o poder, apoiado pelo povo.

Reformou as arcaicas instituições trabalhistas. Mais tarde traiu esse mesmo povo, se aliou  a Hitler, virou fascista. Terminou a vida, pendurado de cabeça para baixo, num varal de secar roupa. Em 1931, na Alemanha, a Republica de Weimar, monumento de direitos trabalhistas, não resistiu a Hitler e ao suposto "Reich dos mil anos"

Sem ter o que fazer, Temer se exibe levando o filho ao colégio, avisando á imprensa, sem o menor constrangimento. Jamais praticou esse ato ou gesto de tentar aparecer, nem que seja se aproveitando de um menino de 7 anos. Quer se apropriar também desavisadamente dos trabalhadores, nessa reforma que é retrocesso. Devia saber ou perceber que haverá resistência. Por mais heróica que precise ser.

12 milhões perderam o emprego, não sabem quando voltarão a recuperar o único bem que possuem o direito ao trabalho. Querem esse direito ao trabalho, e o respeito ás conquistas, mesmo limitadas. Para o provisório, ainda ha tempo para se aliar aos trabalhadores, em vez de desafiá-los. A palavra chave e fundamental, no assunto, é NEGOCIAÇÃO. Fora disso é ditadura, que domina toda a Historia do Brasil. Incluindo a atormentada relação, empregador-empregado.

Eduardo Cunha pede tempo

Continua coordenando seu destino parlamentar, e como conseqüência, o 
próprio futuro e a liberdade. A reunião plenária para a cassação do seu mandato, foi fixada para 9 de agosto. Diante das circunstancias, parecia definitivo. Agora, áulicos e apaniguados, surgem com um adendo: querem que a sessão do plenário seja modificada. Não entraram com recurso oficial, mesmo porque, não são partes na questão.

Têm direito a voto, se comparecerem, a política de Cunha é estimular a ausência. Agora consideram que "a repercussão para a Câmara será muito ruim, se a cassação ocorrer durante a Olimpíada”. Não se lembrou disso, quando se transformou no mais desprezível e corrupto presidente da Câmara? 

Não quer apenas adiar a sessão plenária. Pretende que sua cassação ocorra só depois da decisão final do Senado sobre o mandato de Dona Dilma. Tenta se masturbar com a própria imunidade que já perdeu ha muito tempo. Misturando Câmara e Senado, inteiramente separados.

Rodrigo Maia já afirmou: "Sessão marcada, é para se realizar". Portanto, no dia 9 de agosto, Eduardo Cunha estará cassado. Quanto á viagem para Curitiba, indefinível. Não depende de Cunha ou do seu fervor por enriquecimento e impunidade.

Bloomberg apóia Hillary

Seu objetivo, ha14 anos, era ser presidente. Depois de hesitações e duvidas, decidiu começar como Prefeito de Nova Iorque. Seu partido o Republicano, se elegeu bem. Quis disputar a presidência, os Republicanos não concordaram. Foi para o Democrata, se reelegeu. O mesmo problema: não teve legenda para presidente. Disputou e ganhou a terceira eleição em nova Iorque, como independente.

No inicio da campanha presidencial deste ano, revelou: "Serei candidato a Presidente como independente. Para isso já reservei 1 bilhão de dólares". (Na lista dos mais ricos do mundo da revista Forbes é o terceiro com 14 bilhões de dólares). È ótimo reforço, foi excelente prefeito. Andava de metrô, dispensando o carro oficial. E pagava todas as despesas, de encontros oficiais. Café da manhã, almoço, jantar, mesmo convidados dele. Desistiu, explicou: "Sem partido, ninguém será presidente dos EUA".

O TSE compromete a chapa Dilma-Temer

O presidente do mais alto tribunal eleitoral do país, Ministro Gilmar Mendes, enviou ao Supremo, indícios contra os candidatos presidenciais em 2014. Importantíssimo  por si mesmo. E mais relevante: acaba com as duvidas de que o presidente e o vice tinham campanhas financeiras separadas. Alem da comunicação ao Supremo, o presidente do TSE reforçou a comunicação, com declaração publica.

O comitê da campanha (ainda existe?), respondeu imediatamente "As contas foram enviadas em dezembro e aprovadas pelo tribunal eleitoral. Todos dizem a mesma coisa. Este repórter, ha meses, insiste: o TSE devia cassar a chapa e convocar eleição direta, em 30 dias. Como tenho dito: o TSE tem o poder de convocar o povo para resolver ou ajuda a resolver a crise.

Às urnas, cidadãos.

PS- Depois de idas, voltas, reviravoltas, dezenas de recursos protelatórios, a Rússia foi definitivamente afastada da Olimpíada do Rio. Declaração de Putin: "Sem a Rússia, a Olimpíada perde em matéria de competitividade".

PS2- È possível, ou melhor, tenho certeza, que isso é rigorosamente verdadeiro. Mas quem pode garantir se os atletas russos estão limpos ou dopados? As investigações, isentas, provaram: atletas, dirigentes, funcionários e até membros do governo, sabiam de tudo.

PS3-Mais do que provado: o governo russo tentou desmentir, não conseguiu. A Olimpíada de Inverno da Rússia, foi o apogeu da vitoria sem mérito. Haverá punição retroativa, com devolução de medalhas. Justíssimo, qualquer que seja o país.




quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dentro de 2 meses, 144 milhões estarão votando. Meirelles, o admirador de si mesmo.

HELIO FERNANDES

Proporcionalmente, é o maior eleitorado do mundo. E com a pior representatividade. Basta fazer a analise e comparação a partir de 1966. 50 anos depois da primeira farsa eleitoral da ditadura, tentando transformar o golpe em revolução, atingimos agora um estagio irrecuperável. A não ser que façamos as reformas partidárias mais simples, sem precisar de alterar a Constituição. Apenas 4, irrefutáveis e irrevogáveis.       

1-Fim das coligações proporcionais, que favorece candidatos sem votos. 2- Clausula de barreira consciente e construtiva, que com efeito iminente e fulminante, transformará 35 partidos em 6 ou 7.  3- Acabar para sempre o abominável fundo partidário, pago com dinheiro do contribuinte.

(O Ministro Gilmar Mendes, anteontem, em entrevista publica, revelou estarrecedoramente: "Com dinheiro do fundo partidário, compram helicópteros, jatinhos". Como é presidente do TSE, (Tribunal Superior Eleitoral) está na obrigação de tomar providencias saneadoras. Como ninguém faz nada, TODOS os partidos, apanhados em flagrante de corrupção eleitoral, respondem: "As nossas despesas, estão declaradas e aprovadas pela Justiça eleitoral".

4-Jogar para sempre na lixeira eleitoral, o inexplicável e insuportável horário de radio e televisão GRATUITO. Esta ultima palavra vai em maiúscula, embora na pratica seja minúscula. Outra decisão imposta mentirosamente ao cidadão, que paga sem saber.
Essas 4 providencias melhorariam em alta velocidade, a credibilidade dos políticos. Os eleitores têm total impossibilidade de escolher em quem votar, nessa avalanche de siglas. Algumas até com 1 ou 2 nomes respeitáveis mas sem condições de influir no processo ou renová-lo.

Muitos desses “nanicos", esgotam sua participação, negociando as legendas que só servem para isso. Os manifestantes autênticos em frente ao Congresso, em 2013, gritavam para deputados e senadores assustados: "Vocês não nos representam". Como não houve modificação, o povo continua sem representantes.

A eleição municipal deveria ser a mais importante e respeitada, pelo fato da realidade nacional surgir ou se realizar a partir do município. Todos os 200 milhões de brasileiros moram e votam no município. Do Presidente da Republica ao mais abandonado, desigual ou desprezado trabalhador, votam no município. Sejam os 9 milhões de  SP, ou os 900 da cidade de Araguaia.Em Goiás.

Agora em outubro, serão eleitos 5 mil prefeitos e no mínimo 50 mil vereadores. Votarão desajeitada, desinformada ou até inconformadamente, três quartas partes da população nacional. Os deputados, senadores, governadores e até presidentes (excluídos os provisórios), sabem que dependem muito do voto municipal. Os eleitores, deveriam ser os grandes beneficiados. Mas são prisioneiros, reféns, seqüestrados de verdadeiras quadrilhas. Que transformam a política, "de arte de governar os povos'", em profissionais da politicalha, para enriquecer á custa dos que acreditaram neles.

A eleição municipal é complexa. E o voto é exercido quase sem reflexo, por causa da complicação imposta pelos poderosos. Que começam suas carreiras humildemente pelo município. Muitos anos depois, voltam como mandatários, comandam a eleição, desaparecem pelo tempo que lhes interessa. Nos EUA, no plano municipal não existe Câmara dos Deputados e sim Câmara dos Representantes.

Prova final da necessidade irrefutável e irrevogável, de uma clausula de barreira autentica e moralizadora, com 4 ou 5 por cento do total. (20 ou 25 deputados, sem coligação proporcional). O Partido Comunista (partidão) pela primeira vez disputou eleição. Em 1945, depois de 56 anos de indiretas.

Elegeu 12 deputados e 1 senador (Luiz Carlos Prestes). Agora, 70 anos depois de tudo o que aconteceu no país, expulsaram Prestes (a grande figura da sua e de varias gerações, eterno, apesar dos erros e dos equívocos repetidos), se refugiaram no que identificam como PC do B. Concorreram a diversas eleições, continuam com 12 deputados, mas perderam o senador. Só que estão sempre em cargos proeminentes. Até o Ministério da Defesa, uma contradição evidente.   

Em suma: os 144 milhões que votarão dentro de 2 meses, deveriam se conscientizar. Podem realizar ou pelo menos começar a verdadeira Revolução. Sem armas, muita convicção, e perguntando ou tentando se lembrar de onde ouviram as palavras: LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.

Meirelles, fracasso no BC, "empavonado" na Fazenda

Enriqueceu no exterior, fez fortuna no setor bancário. No ano 2 mil resolveu voltar para o Brasil, seduzido pela carreira política. Em 2002, "conseguiu" um mandato de deputado, com 183 mil votos. Milagrosos. Caíram do céu. Também em 2002, Lula foi eleito Presidente na quarta tentativa. Encontrou Meirelles no aeroporto, não se conheciam pessoalmente, Lula convidou-o para presidir o Banco Central. Meirelles aceitou imediatamente. Não podia se licenciar, renunciou, tomou posse logo depois de Lula.

Começou uma disputa com Palocci, Ministro da Fazenda, mais poderoso do que ele. Ficava irritado quando Lula elogiava o Ministro da Fazenda, se esquecia do Banco Central. Palocci saiu no meio, por motivos óbvios. Meirelles ficou os 4 anos do primeiro mandato. Soube pelos jornais que não continuaria. Era o "estilo" Lula, mas Meirelles não merecia continuar. Penou 10 anos no ostracismo, seu nome aparecia, quando ele mesmo alardeava, que fora sondado por Dilma para ocupar a Fazenda. O que não aconteceu, a presidente jamais cogitou do seu nome.

Sofreu de 2006 a 2016. Temer conheceu-o, quando foi a JBS, resolver problemas de caixa 2. A JBS era extraordinária doadora, Meirelles presidente do holding. Está completando 3 meses, só promessas ou ameaças. Principalmente de aumento de impostos, que ele chama de "pontuais". Para significar que não serão para sempre. Efetivamente, nenhuma realização. Mas está sempre se repetindo na televisão. E acredita que está "agradando", e assumirá no Alvorada como residência, e não no Jaburu. Outra crença sem lastro de Meirelles: será indicado por Temer para a sua sucessão.

Turquia e Trump

Dois problemas sérios para os quase 6 meses que faltam para Obama entregar a presidência. Em 20 de janeiro. A Turquia, fonte de preocupação sem limite. Ele ficou contra o golpe, mas se recusou e extraditar o clérigo, pedido do presidente Erdogan. Obama recomendou calma, sabia (como ressaltei e registrei aqui, que aconteceria) que ele é muito vingativo. Só que está indo alem do previsto ou imaginado. 

E não é só a grave questão da pena de morte. O numero de prisões de civis é espantoso. Não se sabe o numero exato de "responsáveis" pelo golpe. Chegam a mais de 120 mil. Certo, 46 jornalistas, que estavam trabalhando. A reação dos países da UE, tímida em relação á brutalidade e crueldade do presidente da Turquia. Apenas ameaçam com veto á entrada na UE, se for aprovada a pena de morte.

Outra grande preocupação para Obama: sua sucessão. Não que Hillary esteja derrotada ou a caminho disso. Mas Trump é um susto permanente. Como o mundo se radicaliza, o bilionário atrai os radicais de todas as origens. E naturalmente inconseqüências. O fato do senador Sanderes, não estar conseguindo transferir apoio para a ex-adversaria, até compreensível. Mas inaceitável. Trump não pode de jeito algum presidir os EUA. Digamos que se eleja e queira vir ao Brasil?




terça-feira, 26 de julho de 2016

A Olimpíada desgastada pela política. Temer e Renan, mestres e participantes em impeachment.
HELIO FERNANDES

Simbolicamente já vivemos a Olimpíada, ha muito tempo. Oficialmente começou ontem, com a chegada das primeiras delegações, e a abertura da Vila Olímpica para os atletas. Serão mais de 10 mil, centenas já estão aqui, tomaram posse de suas instalações. Mesmo precárias.

De hoje á Abertura, dia 5, faltam 10 dias. Quem não tem ingresso para a Abertura, corra para adquirir, será lindíssima. Conheço pessoal ou profissionalmente, toda a equipe que projetou e concretizou o inicio dos jogos. Pela genética ou conquista, têm o astral da competência e do sucesso.

Quanto aos jogos propriamente ditos, houve um retrocesso, da esperança ao pessimismo. Quando o Rio foi indicado, na terceira vez que disputava, entusiasmo, aplausos retumbantes, nenhuma restrição. Mas as coisas foram mudando. Até pesquisas encomendaram e publicaram, com o único intuito de desmoralizar o evento. Nenhuma explicação, mas não ha justificativa, para acreditar que os brasileiros,e principalmente os cariocas, estão contra a Olimpíada.

Fizeram tanta publicidade da Zica, que parece que as pessoas estão caindo mortas no meio da rua, atrapalhando o transito. Depois veio a "porralouquice" (royalties para o Ministro da Defesa), do Ministro da Justiça, que compartilhou sua paixão pelo exibicionismo, com o amadorismo dos supostos terroristas. Se essas ações já assustam e intranqüilizam o mundo, imaginem a repercussão aqui, que jamais esteve no mapa do terror. Ha 2 anos, realizamos uma Copa do Mundo, considerada das mais tranqüilas e bem organizadas.

Mas nada disso atingiu o sucesso do evento. O que teve a maior repercussão, rigorosamente negativa, foi à crise política. Provocou até conversas de presidentes e Primeiros Ministros, que estavam com a viagem confirmada, e cancelaram.

Obama desmarcou, mandou o Secretario de Estado. Angela Merkel esteve num Congresso Econômico, com Dona Dilma. Na despedida, se abraçaram, Merkel falou, "nos vemos no Rio". Será substituída pelo presidente, que na hierarquia política administrativa da Alemanha, é tão decorativo quanto Temer antes da traição. O Primeiro ministro da Itália, confirmou.

Reino Unido e outros, nem deram satisfação. Inicialmente, estariam aqui, mais de 100 presidentes ou primeiros Ministros. O Presidente da Argentina vem e ficará.
Ante ontem, reabrindo o maravilhoso Itamaraty, (que foi sede do governo até 1896, quando o vice assumiu interinamente, comprou o Catete e mudou para lá) o Ministro Serra anunciou: "Confirmaram presença 45 presidentes ou Primeiros Ministros". Uma redução impressionante na qualidade e quantidade.

Serra sabia, mas não explicou tantos cancelamentos. Vou revelar com exclusividade.Quase todos tiveram a mesma perplexidade e não encontraram uma forma de se comportar sem se comprometer. "Estariam no Brasil com dois presidentes. Um afastado, o outro provisório". Visitariam ambos? Escolheriam um deles, obviamente tomando posição? Os dois usam a palavra "presidente", a decisão definitiva só se dará depois das Olimpíadas terminarem. Não quiseram arriscar uma inconseqüência ou incoerência diplomática.

O Rio está ameaçado de se transformar provisoriamente num Principado. Os Príncipes e Sultões, esses virão na certa.

Temer e Renan, tentam se "reconciliar"

O relacionamento entre eles, sempre foi tumultuado e conturbado, até que surgisse um poderoso componente pessoal que reaproximasse os dois, mesmo sem uni-los ou reuni-los. Em diversas oportunidades, o fator união se deu em torno do impeachment. No de Collor, os dois a favor. Líder do governo, Renan mais preponderante na derrubada.Tão eficiente, que FHC, o grande beneficiado, nomeou-o ministro da  Justiça.

Michel Temer, malabarista do silencio comprometido, foi eleito presidente da Câmara. Era suplente de deputado, Renan aplainou o caminho, mesmo sem voto suficiente para conquistar (?) o cargo importante. Dessa posição privilegiada, pôde salvar FHC do impeachment. Que seria justíssimo. Renan e Temer, na mesma trincheira que protegeria e garantiria a reeleição comprada e paga á vista. E que produziria o desgoverno do "retrocesso de 80 anos em 8".

Agora, na longa caminhada para que Temer se beneficiasse diretamente da terceira tentativa de impeachment, novos encontros e desencontros entre eles. Renan tentou sair vencedor, não conseguiu, aumentou a inveja e o ressentimento. Temer, provisório quase efetivado, assustado que do Senado surja alguma surpresa, tenta cativar Renan. Vago o ministério do Turismo, Temer pediu a Renan para preenchê-lo. 

O presidente do Senado aceitou, indicou um correligionário de Alagoas. Seu nome: Marx. Temer recebeu,investigou, telefonou para Renan pedindo para trocar a escolha. Renan deu uma gargalhada, comentou, "ele se chama Marx mas não é marxista". Resposta de Temer, nada satisfeito: "O problema é do nome, mas pelo fato dele estar citado na Lava-Jato". Renan continua com direito ao ministério. Desprendimento de lado a lado.

O COI concorda com o doping da Rússia

O mundo inteiro, não apenas esportivo, aplaudiu o Comitê Olímpico Internacional pela descoberta e punição do doping. A investigação não atingiu apenas a Rússia, permitiu a constatação e punição de “ganhadores" de outras competições. Incluindo a Olimpíada de Inverno da própria Rússia. Semana passada o COI anunciou: "Todos terão que devolver as medalhas".

Acreditamos na punição até o fim de semana. Mas a partir daí o COI mudou totalmente de posição e convicção. Retirou o VETO á Rússia, passou a "competência" para as Federações, que estavam publicamente contra as punições. O doping é o câncer que mata o esporte. È a ratificação da deslealdade que derrota os atletas que competem limpamente. Não se valem desses recursos vergonhosos, que deviam ser banidos sem contemplação

O fenômeno Usain Bolt deu entrevista sexta feira em Londres. Estava com um esparadrapo no braço, mostrou e explicou: "Estou vindo de um exame antidoping. Todo mês sou chamado, eu e meu medico ficamos satisfeitos. Estamos defendendo a integridade do esporte que adoramos". Completou: "Estou indo para o Brasil, vou conquistar a terceira medalha Olímpica, seguida, nos 100 metros. Disputarei também os 200 metros".

Vamos aplaudi-lo com a mesma convicção como contestamos o COI, que traiu a sua própria legenda gloriosa, razão maior da Olimpíada: "O importante não é VENCER e sim COMPETIR".







DILMA ROUSSEFF SABE QUE NÃO VOLTA A PRESIDÊNCIA. LULA SE DISTANCIA CADA VEZ MAIS DOS BOQUINHAS. FEZ AUTOCRITICA. PESQUISA NA GAVETA, VAI REVELAR QUE LULA TEM 74% DE APOIO DOS ELEITORES DO NORTE E NORDESTE. “DEDURAGEM DE JEFFERSON FOI MELANCÓLICA.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ouvido de vozes dissonantes que o seu Partido o PT, “desmoronou”. Mas pergunta-se, teria desmoronado se não fosse o desastre “Dilma Rousseff”?

Não desmoronou com o “mensalão”, e sequer avalio com a “Lava Jato”, isso porque Lula é Lula, o “partido do Lula” e não o PT agremiação eleitoral. Subsidia minha informação o fato de que se especula uma pesquisa realizada no norte e nordeste do país, tirou Lula de 23% para 74% na preferência para uma possível eleição no próximo ano.

O maior nome para a sucessão de Lula (quando indicou Dilma) era José Dirceu. Destruído por seu envolvimento no mensalão, detonado numa “deduragem” do ex-deputado federal Roberto Jefferson, ficou fora do projeto.

Esse PT dos boquinhas, que infernizou a vida de Lula e acoplou de bagagem e tudo no governo Dilma, é um dos maiores responsáveis pelo desastre de sua administração. Os excessos marcados pela bajulação desses oportunistas, fez com que Dilma acreditasse, ser uma nova liderança no PT, coisa que nem de longe seria nem num partido nanico, se é que ela sabe o que é isso.

Do desastre dos boquinhas ao tsunami dos saqueadores de Pasadena, Petro , Belo Monte e BNDES, via empreiteiros, o pior, são as delações, e pior ainda a delação branca, a que Dilma faz para salvar sua “pele”. Acredita-se, segundo fontes de Brasília, de que Dilma, não deseja nem de longe retornar a presidência da República. E isso já reflete nos poucos, que acenam pelo apoio a sua volta, notadamente nas próprias fileiras do PT. “Dilma acabou”, me confidenciou a fonte.

Ao escolher Dilma, Lula contrariou mais da metade da base do PT e traiu sua consciência. Nunca se soube exatamente porque Lula escolheu uma candidata despreparada e sem experiência parlamentar para ganhar de presente um mimoso mandato de presidente da nação brasileira. Deu no que deu.

Agora, ele já balbucia entre amigos (e tenho uma fonte segura para isso), de que Dilma não cumpriu o acordo político, começando pelas indicações que ele faria no segundo governo. Segundo a fonte ela rompeu, minutos após ter tomado posse.

Escrevo um livro intitulado a “Trama do impeachment”. Seu conteúdo é um alicerce dos acontecimentos, pautados a partir das gratificantes publicações no blog do jornalista político Helio Fernandes. Começamos um pouco antes das eleições do segundo mandato da presidente Dilma Roussef, e mergulhamos na seqüência dos fatos que marcaram seu impeachment.

Neste momento, Lula está sofrendo pressões, mas tem boa couraça e absorve as investidas de seus algozes, principalmente aquele que conspiraram contra ele no próprio PT. Para mim a turma da ala Dilma, empresários negocistas, empreiteiros audaciosos, foram além do “pote” e se lambuzaram e enfrentam a voracidade da justiça, que os pune e caça impiedosamente os tentáculos dessa mega operação que saqueia e continua saqueando o país.

Nós sindicalistas não sabemos como agem e de que forma essas pessoas negociam, mas sabemos que essas pessoas são seqüenciais na história da República. São eles os responsáveis pelos maiores rombos públicos que essa nação enfrentou e vem enfrentando.

Sabemos também quem colocou essas figuras encardidas dentro do cofre. Ao contrário de Dilma Rousseff que vive negando “que não sabe de nada de caixa 2 no seu governo”. Afinal quem andou pela Petrobrás foi ela, da mesma forma que autorizou Pasadena e Belo Monte. Por conta dessa “lambança”, Lula está num “beco sem saída”. Enquanto festeja sua popularidade, amarga a mão da justiça sobre sua cabeça.

Em matéria publicada pela revista Exame, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou há pouco à Justiça de Brasília o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, seu amigo José Carlos Bumlai, o ex-senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Santos Esteves, o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira Rodriguez, o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, e o filho de Bumlai, Maurício Barros Bumlai.

Todos são acusados de "agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato".

Os crimes apontados estão previstos nos artigos , § 1º, da Lei nº 12.850/2013, art. 357 do CP e art. 355 do Código Penal. Para quem não sabe se configurado o atípico apresentado, Lula esta inelegível. E isso não será bom para ele, e pior para o PT que já se encontra fragilizado para as eleições deste ano.