(REPRISE DAS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS)
HELIO FERNANDES
Publicada em 22.07.15
Bretton
Woods verdadeiro
PARTE FINAL
Em julho
de 1944, com o fim da guerra se aproximando, (acabaria menos de 1 ano depois em
8 de maio de 1945) os EUA perceberam que era importante vencer a guerra, só que
mais importante ainda era dominar a economia do mundo.
Esse
Bretton Woods foi convocado por 44 países. Liderado pelo economista britânico,
John Maynard Keynes, que fazia desfazia, já tinha até nome da nova moeda, que
teria curso universal. Seu nome: BANCOR, com garantia do metal OURO. Mas os EUA
estavam longe dessa ideia, convencidos e certíssimos, que acabada a guerra,
viria o choque inevitável com a União Soviética.
A ideia e
obcessão americana, era criar um sistema econômico e financeiro, com o DÓLAR
como moeda única de troca para o mundo inteiro. Pela primeira vez a moeda de um
país seria utilizada, OBRIGATORIAMENTE para toda e qualquer operação, fosse
onde fosse. Keynes ficou surpreendidíssimo, não acreditou nem aceitou.
Os
representantes dos EUA, na conferência-encontro, apelaram para Roosevelt,
disseram textualmente: “Presidente, se deixarmos criar essa nova moeda,
perderemos tudo o que ganhamos com a guerra”.
Roosevelt
perguntou apenas: “Marcar encontro co Churchill e pedir a ele para demover
Maynard e convencê-lo que a paz e a garantia do mundo, dependem do DÓLAR como
moeda universal”.
Não
disseram a ale mas o Chefe de Gabinete e o próprio General Marshall: “Pode
garantir que aceitaremos o “LASTRO” do ouro, não vamos cumprir mesmo”.
Roosevelt-Churchill
Conversaram
dias em Londres mesmo, Roosevelt “explorou” o lado mais vulnerável do Primeiro
Ministro: o horror por Stalin e pela União Soviética. Quando Roosevelt se
convenceu de que não ganharia a guerra sem os dois, teve que “dobrar”
Churchill, que afinal aceitou.
E nas
Conferências de Yalta e Teerã, Roosevelt, Stalin e Churchill apareceram juntos
e cordialmente (?) por causa da argumentação do presidente dos EUA. John
Maynard Keynes, como grande economista oficial, não resistiu, jogou no lixo o
BANCOR, fez tudo o que o Primeiro Ministro pediu, usemos a palavra correta,
MANDOU.
O DÓLAR
papel pintado
O general
Marshall que comandou a guerra e cuidou também da parte econômica e financeira,
teve a percepção ou a intuição correta: terminada a Segunda Guerra, viria o
confronto com a União Soviética. Era a chamada “Guerra Fria”, o fim da União
Soviética.
Se os EUA
não tivessem inundado a Europa com esse DÓLAR que não custava nada para eles,
em vez de Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, haveria uma Europa totalmente
dependente da União Soviética.
Os EUA
montaram estados do “Meio Oeste”, fabricas que durante 24 horas trabalhavam
imprimindo esse dólar que era desejado no mundo. Saiam das máquinas, iam direto
para o Forte Knox, de lá eram transferidos para a Europa. O primeiro pacote de
dólar falso que chegou à Europa, era de 150 BILHÕES. Faziam questão de não
economizar, afinal era baratíssimo, só ligar as máquinas e imprimir.
A Guerra
Fria, mais cara do que a própria guerra
O custo,
em números, foi colossal. Existem livros com levantamentos espantosos sobre o
desperdício de dinheiro. Para os EUA era só imprimir. A União Soviética foi a
primeira a ir ao espaço, embora não tivesse chegado à Lua. Também construiu o
primeiro submarino nuclear, bem antes dos EUA. Mas não conseguiam fazer um
liquidificador. E o automóvel que construíram, o Lada, tinha autonomia de no
máximo 10 quilômetros ou enguiçava.
Tinha
um estoque fantástico de armas as mais sofisticadas. Não resistiu, quando o
gasto militar PASSOU DE 70 por cento do orçamento, não suportaram, a União
Soviética desapareceu na véspera do Natal de 1991. Irã e Iraque travaram guerra
durante 2 anos, todo o armamento usado pelos dois países, vinha do cambio negro
com o que existia na União Soviética.
1 ano
depois da União Soviética deixar de existir, a revista Forbes, fez levantamento
sobre as 100 maiores fortunas do mundo, 11 eram da ex União
Soviética. (Hoje “exilados” na Europa, donos de clubes de futebol e
até da NBA dos EUA. Sabiam de tudo, “fugiram”, com os bens, são amigos de
Putin, lógico, ele era da KGB).
Fogos de
artifício pelos 70 anos
Deturpam
deslavadamente os fatos, afirmam o que não sabem e o que nem existiu. Textual,
publicado agora nessa “glorificação” de Bretton Woods: “Em 1944, a diplomacia
brasileira teve papel relevante nessa conferência, maior do que a sua
economia”.
E
insistem: “Sem a França, a Alemanha e Japão, e sem a participação da União
Soviética, o Brasil se destacou. E os EUA se voltaram para a América Latina”.
Tudo inverdade e desinformação.
PS – Em Bretton Woods 1944, só estavam presentes dois
brasileiros, apesar de moços, já mortos. Um jornalista, grande amigo do
repórter, me contou histórias maravilhosas, que desenvolvi.
PS1 – O outro, diplomata começando a carreira,
(era Terceiro Secretário) saíra da turma inicial do Instituto Rio Branco, em
1941. Mais tarde, importante e poderoso, me processou pelo que escrevi, perdeu
duas vezes.
PS2 – A União Soviética não foi convidada, claro,
era tudo contra ela. E os EUA não se voltaram para a América Latina, queriam
“operar sozinhos”, dessa forma se transformaram na potência atual.
PS3 – Se tivessem que pagar pelo Plano Marshall e
pelo que foi gasto na “Guerra Fria”, já teriam ido à falência, como a União
Soviética.
FIM
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