ESPECIAL IMPEACHMENT - III
Eduardo
Cunha, e o que chamei ontem de seu dia D.(De derrota)
HELIO FERNANDES
Desde as
8 da manhã,quando recebeu a comunicação do ministro Zavascki, que não era mais
presidente da Câmara, Brasília passou a se movimentar, única e exclusivamente
em torno dele. Mudou em termos de realidade. Antes positivamente.
Depois,
negativamente. Começou a conhecer o que é ostracismo. Os que o procuravam para
tudo,iam em romaria ao Jaburu, residência oficial do vice até terça ou quarta
feira.A expectativa geral:o que aconteceria no Supremo.Ninguém se interessava
pela Comissão do impeachment.Apesar de poucos serem admiradores de Shakespeare,
repetiam monotonamente :palavras, palavras, palavras.
O Supremo
começou a reunião, logo o ministro Zavascki passou a ler o que
escrevera há três meses, 96 laudas. Às 4,30, lido o texto, não sobrara nada do
ex-presidente da Câmara. Seu intimo e cordato amigo,
Waldir Maranhão, já era presidente da Câmara, e recebia cumprimentos do Jaburu.
Começaram
a votar os ministros. Franchini, Barroso, Rosa Weber, Fux,Toffoli, Marco Aurélio,
Carmem Lucia, Gilmar Mendes,Celso de Mello (o decano), Ricardo Lewandowski, o
presidente.
Coerência
total do Supremo. Transformou Cunha em réu, agora suspendeu seu mandato, as
duas decisões por unanimidade. Cabe agora á Câmara, coletivamente, compreender,
que o Supremo apenas suspendeu o mandato de deputado de Eduardo Cunha. Deixou
para a própria Câmara ,o dever de cassa-lo.Com o epitáfio que
Eduardo Cunha redigiu durante a vida inteira: "Ès pó e ao pó
retornarás". Disso Cunha conhece e se aproveita.
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