A conspiração ganha velocidade,
Planalto e Alvorada terão outros donatários, mas não DIGNATÁRIOS
HELIO
FERNANDES
O Senado cumpre
o processo de afastamento da presidente Dilma, com a mesma falta de categoria e
credibilidade da Câmara. Nenhuma surpresa, os senadores percorrem os caminhos
pedregosos ou enlameados, sinalizados e determinados, pelo relatório da Câmara.
Insolente, autoritária e arbitrariamente, entregue em mãos pelo próprio Eduardo
Cunha.
Podia ter
enviado protocolado ou enviado por um secretario da Mesa. Foi pessoalmente,
seguido por um bando de deputados, áulicos, apaniguados, também corruptos e processados.
A chamada
oposição decidiu imediatamente: "Temos
que repetir a bandalheira e o comportamento vergonhoso da inicial na Câmara".
E começou o malabarismo moral e verbal, com um pouco mais de recato e
constrangimento, exigência da idade. O presidente da Comissão, por ser o
mais velho, indicado e não eleito, era preciso alguém para instalar os trabalhos.
Aí deram
inicio á verdadeira farsa. Sabiamente, estabeleceram o senador, que gramatical
e politicamente estava oculto por elipse. Gastaram um tempo enorme para exaltar
Anastasia, era esse o nome.
Discretamente,
como convinha, ficou na sua sala, acompanhando pela televisão a
"votação". Concretizado o nada imprevisível 16 a 5, apareceu,
agradecendo "a escolha que não postulei". (“Textual”) Podiam ter qualquer
relator, o placar seria o mesmo.
Independente
de méritos ou deméritos, Anastásia não podia ser o relator, por causa de sua ligação
com Aécio Neves. Vice e depois seu sucessor no governo de Minas, ainda ganhou
como compensação essa vaga no Senado. Com seu jeito de apaziguador, vai criando
e elevando o clima de hostilidade, dissidência e desespero. A explosão do senador
Ronaldo Caiado, compreensível.
Nada a
ver com a polêmica e excitante realidade da Comissão ou do seu relator. O fato
de ter chamado o senador Lindenberg, "para "ir lá fora"; foi à
face visível da insatisfação e decepção com ele mesmo.
Pertencendo
a um partido, (DEM, não esquecer que já foi o PFL, de triste memória) com 13
deputados e 3 senadores, se convenceu que receberiam um ministério, e que
duvida, seria ele. Riquíssimo dono de muitas fazendas, espalhou que ganharia o
Ministério da Agricultura. Desembarcado da "nomeação", que sofrimento.
Para piorar as coisas, o também senador Agripino e o filho, estão sendo
investigados por irregularidades na construção do Estádio das Dunas. Para
Caiado recuperar a calma, só com o ministério da imaginação, se transformando
em realidade.
Para
compensar esses fatos, a Comissão teve ontem, seu momento de gloria: o
depoimento do advogado e ex - presidente da OAB, Marcelo Lavenere. Ele era histórico
pela participação no impeachment de Collor. Agora irrefutável, nem interessa se
foi ou é contra ou a favor do impeachment da presidente Dilma.
E se como
Lavanere, o orador tem cultura, charme, conhece Historia, engrandece o
ambiente. E sufoca toda a mediocridade exibicionista. Cada momento tem a
predominância da circunstancia. Lamentável, depois de Lavanerer,novamente
Caiado lendo números de um almanaque. Mas Lavanere voltou para responder a
muitíssimas perguntas. O plenário vibrou discretamente. Como o senador de
Goiás, arrogante e autoritário, não é popular entre seus "pares", a
visível derrota, considerada "impar"
O futuro governo Temer não provoca entusiasmo no
"mercado"
A Bovespa
caiu quase 2 por cento, arrastando principalmente Petrobras. O dólar subiu mais
de 2 e meio por cento. Difícil fazer comentário, não se sabe a posição do
governo. Quando estava a 4,10, o Banco Central sofria, caiu a menos de
3,50, reclamam. Ontem, ás 5 da tarde, o Canal Bloomberg, geralmente bem
informado, falava em 4 reais, logo no inicio de Temer presidente interino. Pouco
depois, era a CNN que ratificava essa previsão.
A propósito:
impopularíssima a devastação que Dona Dilma faz na economia. Preenche
praticamente um Diário Oficial por dia. Medidas que poderiam até serem
examinadas e elogiadas. No inicio
do governo. Mas no fim, faltando apenas alguns dias. Se fizessem pesquisa
agora, a ainda presidentA, teria 94 por cento contra. Os outros 6 por cento,
seriam "os que não sabem ou não responderam"
Faltam 7 ou 8 dias para
a dupla Temer
- Cunha, chegar ao Planalto
Não tenho preocupação com quem sai ou quem entra.
Apenas lembrar diariamente, o tempo que falta. Só que agora ninguém tem
certeza. Pois Aécio Neves, depois de investigado pelo Supremo, chamou o relator
e "pediu” para acabar logo com tudo. Ou seja: antecipar a votação.
Passaram então a dar como conseqüência do "pedido", a decisão para
sexta feira. Depois de amanhã. Não houve confirmação. Acredito que se
tentarem,Temer não ficará satisfeito.
.
È evidente que o vice está ansioso para assumir,
mesmo como interino. Já não gostou do manifesto - trampolim publicado com estardalhaço
pelo PSDB. Com íntimos, (4 ou 5,não mais) comentou: "O PSDB se colocou numa
situação confortável. Se tudo der certo,aparecerão como sócios majoritários.Errado,
passarão para a oposição ao primeiro sinal". Esqueceu de uma realidade: toda
a cúpula do PSDB é presidenciável.
Outra preocupação que o vice não tem maneira de
esconder. Deliberadamente, preencheu os cargos mais importantes. Gostando ou
não gostando, criticando que elogiado, foram aceitos. Agora, o maior problema:
os Ministros do segundo e terceiro escalão: PTB, PSD, PR, PRB, e outros. Apenas
um exemplo: como fugir do constrangimento, dando posse a Gilberto Kassab? Na
mesma semana da votação, ficou a favor e contra o impeachment. Quer voltar ao
Ministério das Cidades, impossível negar.
Lula e o PT, não choram
por Dilma
No Instituto só falam na rouquidão. E na campanha
presidencial. Que pretendem começar segunda ou terça, assim que Dilma for
afastada. O receio: que o Supremo, hoje, diga que ele pode ser Ministro. E a ainda
presidentA, assine a nomeação, hoje mesmo. Pânico total.
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