Contradições
e incertezas da justiça
HELIO FERNANDES
São
tantos os erros e os equívocos, temos que fazer uma seleção, começando pelo
mais importante, o Supremo. Que chegou a transformar em lugar comum, a
constatação, "o Supremo Erra por ultimo". Nos últimos tempos não
apenas ERRA como também DIVERGE, até de forma pessoal. A ponto de terem
esquecido ou abandonado o tradicional "data venia".
O
Ministro relator da Lava-Jato, Edson Fachin, derrotado imprudentemente na
Segunda Turma, sentindo o perigo, revoltado mas elegante, fustigou-os, de uma
forma tão intelectualizada, que nenhum dos 3, (Gilmar, Toffoli, Lewandowski)
conseguiu entender e responder.
Ainda no
Supremo. O goleiro Bruno, condenado a 22 anos, por um crime covarde, cruel e
hediondo, foi solto em contradições e incertezas da justiça esperadamente, revoltando
todo o país. 2 meses depois, ante ontem,
foi preso novamente, mas o Supremo, tão displicente, que até o momento em que
escrevo, ele não sabe sequer onde vai
dormir, apesar de ter se apresentado voluntariamente, assim que soube da
decisão.
A MULHER DE CABRAL, ENTRE BANGU E A DOMICLIAR
Logo que
foi presa, acusada por uma roubalheira sem precedentes junto com o marido
ex-governador, deveriam ter providenciada a devolução de tudo o que roubou.
Quase imediatamente foi beneficiada pela generosidade de uma Ministra, mandada
para casa.
Ontem um desembargador,
determinou que VOLTASSE para Bangu. 2 horas depois, descobriram que houve ERRO,
ele mesmo anulou a decisão, DEVOLVEU-A
para a
domiciliar.
REFORMA TRABALHISTA
Depois de quase 15 horas de discussão e votação, foi apresentado o resultado. 296 votos
supostamente A FAVOR da reforma e 177 seguramente CONTRA.
Todos os órgãos de comunicação, mas todos mesmo, publicaram com estardalhaço,
VITÓRIA DO GOVERNO. Acertaram em cheio, a vitória foi apenas do governo, a derrota lamentável
e melancólica de todos os trabalhadores.
Se fossem necessários os 308 votos, exigíveis para a reforma da Previdência, os trabalhadores
teriam sido salvos.
Agora, desmoralizada e desprezada a conquista que foi obtida à partir de 1932, quando
foi nomeado o primeiro ministro do trabalho, os trabalhadores, entre esses, os 13 milhões que estão
desempregados, foram entregues imprudentemente, à vontade de patrões
sempre autoritários, a não ser, logicamente, com o presidente indireto,
que comandou toda essa traição com os que trabalham, que agora dependem de acordo
com os patrões.
Um acordo desleal, com o qual os trabalhadores terão que concordar, ou sofrerão as consequencias.
O presidente indireto não percebeu que com a sua "popularidade" caindo cada vez mais,
ele não chegará de jeito algum, a um tempo em que será cassado pelo TSE. Desculpe, em vez
de SERÁ cassado, leiam SERIA cassado. Ele não chegará a lugar algum.
ESCANDALO NA PUBLICIDADE
Ha mais de 30 anos, o jornalista Janio de Freitas, recebeu informação magnífica sobre
uma licitação vultosa. (A rodovia norte-sul) Não querendo logicamente publicar na sua coluna,
usou recurso inédito, inteligente e jornalístico.
No caderno de anúncios, publicou toda a matéria, com números, dados e vencedores antecipados.
Abertos os envelopes e confirmada a informação, a licitação teve que ser anulada.
Agora o fato se repete, no mesmo jornal. O Banco do Brasil fazia concorrência para
um contrato de publicidade no valor de 208 milhões. Foi constatado que uma Agencia
sem credenciais, a Multi Solution, ganharia a concorrência. Confirmado e revelado o fato,
Temer prometeu inquérito rigoroso, mas não cancelou o contrato. Solução: afastou a Solution.
*ESSA COLUNA VOLTA A CIRCULAR NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, DIA 2 DE MAIO.