Temer
consegue superar Chico Buarque, forma o GOVERNO que "vai dar merda"
HELIO FERNANDES
O famoso
compositor jamais imaginaria que o que ele criou individualmente, fosse
plagiado coletivamente pelo quase futuro presidente interino. Chico Buarque,
sempre criativo, inventou um ministério tão calamitoso, que previu e divulgou
antecipadamente que "daria merda". (Como Temer não pagou royalties e
multiplicou a idéia por 20 ou 30, não repetirei mais. O leitor entenderá).
O vice,
na ânsia da sucessão e de conseguir base na Câmara, vai fazendo concessões
suicidas do ponto de vista moral, ético, estético, dignidade, credibilidade,
autenticidade e efetividade. Está tão desequilibrado e é tão desastrado, que
vai formando seu governo (?) á imagem e semelhança do próprio que conspira
para derrubar.
Da forma
como age, conversa, convida e acredita que está bem perto da maioria, pelo
menos na Câmara, não apresentará uma única inovação. Até o momento, todos os
nomes falados, consultados ou ate convidados, foram Ministros de Dilma ou Lula.
O que não é surpreendente.
“O
desespero, a inquietação e a ansiedade de ser presidente, pelo menos interino”,
não produzem nada de positivo. E o passado e o presente de Michel Temer,
nenhuma decepção, tudo confirmação do que se esperava. Quanto a este repórter,
o que já escrevi sobre o vice,tão visível, transformado em fatos.
Na semana
que desembocaria na votação daquele horripilante domingo, entre muitas
rigorosamente duvidosas, três posições inesquecíveis, que marcam indelevelmente
sua presença na vida publica. 1-Foi á casa de Waldemar Costa Netto, cassado e
condenado pelo mensalão. Pediu seu apoio, e em troca reservou 1 ou 2 ministérios,
já confirmados. Um deles será o de Transportes. Não para ele, impedido, mas
para quem indicar. Mesmo sem os direitos políticos, controla o partido, radiografia
calamitosa da vida política do país.
2- Na
quinta feira da semana funesta, recebeu Gilberto Kassab, ainda Ministro das Cidades.
Confissão: "Vou pedir demissão agora, votarei a favor do
impeachment".Temer agradeceu calorosamente, nem atentou para a traição.Fez
questão de esquecer, que quando fundou o PSD, esse mesmo Kassab, declarou
publicamente: "Não sou de esquerda, de centro ou de direita". Não
tinha caráter, compreensível. Terá 2 ministérios para ele ou quem indicar.
3- Logo
antes da votação dos 367, conversou ansiosa e acintosamente com deputados e "lideres"
do PP, mais PSD e outros menores. È o ministério do Chico Buarque, sem
evolução, sem emoção ou comoção. O que interessa: os números, mesmo que estejam
errados. Com íntimos, pergunta ninguém responde: "Já estamos com mais de
300 votos?".
O efeito Meirelles
Recebeu o
ex-presidente do BC (governo Lula), conversou duas horas e aos jornalistas: "Foi
apenas conversa, não estou convidando ninguém". Não acreditei, publiquei
com interrogação: o que fizeram em duas horas juntos. Logo, logo publiquei com
48 horas de antecedência, que Meirelles aceitara, mas exigira todos os cargos
do entorno. Temer confirmou que aceitara as exigências. Só que isso provocou
modificações no roteiro, ainda estão em andamento.
O senador
Romero Jucá, que ia para a presidência do Senado, será Ministro do Planejamento
para vigiar e controlar Meirelles, até nisso copia dona Dilma duas vezes. No
primeiro mandato Barbosa para vigiar Mantega. No segundo, o mesmo Barbosa para
substituir o da Fazenda. Substituiu, ninguém sabe o que faz. Para acertar o
roteiro, falta se "reconciliar" com Renan Calheiros. Isso está a
caminho. Mas não pode ser num encontro direto, primeiro os intermediários,
depois o cara-a-cara. Afinal, não são amigos incondicionais, mas também não são
"desamigos".
A catástrofe
Temer, contraditoriamente a toda velocidade, não para o abismo. E sim para ver
se consegue desacelerar do fundo, voltar á superfície, que pode ser, pelo menos
para ele, sinônimo de Planalto. Para o vice, o triste fim de Isaías Caminha.
Para Temer, nominalmente o próprio Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.
Espero que ele como paulista pelo menos começa a história.
PS- Justiça
cassa Comissão interina por Reunião irregular do Conselho Deliberativo, da
Associação Brasileira de Imprensa – ABI, protagonizada pelo presidente da
instituição, Domingos Meireles. Os atos da Comissão estão anulados por Medida
Judicial da 30ª Civil do Rio de Janeiro, que determinou a volta na condução do
processo eleitoral em curso, da Comissão Original.
PS2- De
acordo com a decisão, ao restabelecer a Comissão, e anular a Reunião, todos os
atos praticados pelos conselheiros e o presidente do Conselho estão nulos. Na
tarde de ontem (25) o jurídico da associação entrou com pedido de reconsideração
da medida alegando perturbar o curso da eleição, mas não logrou êxito.
PS3- Hoje
a partir dás 10 horas, está acontecendo a Assembléia Geral da entidade, mas
também convocada de forma irregular, eis que alem do cumprimento do prazo não
houve publicação do Edital em jornal de circulação, conforme determina seu
Estatuto.
PS4- Segundo
um dos integrantes da Comissão, os atos praticados pela denominada Comissão
Interina, criada para favorecer a Chapa situacionista Vladimir Herzog, a proposta
principal e pelo adiamento da eleição por 60 dias, para que a ordem seja restabelecida,
sejam corrigidas as irregularidades e as eleições transcorreram de forma idônea,
sem causar prejuízo à chapa de oposição.
PS5- Se
isso não ocorrer, quatro pedidos de nulidade, com impugnações, inviabilizam a
participação da chapa situacionista Herzog. Com isso a chapa Barbosa Lima Sobrinho
participará do certame como “Chapa Única”.
PS6- As
medidas de ordem jurídica e as administrativas ensejam que daqui porá frente,
cada vez mais as questões eletivas da ABI que já foi ao alma e espírito de luta
contra regimes ditatoriais e de violência ao Estado de Direito e das Liberdades,
seja judicializada.
PS7- Os
opositores denunciam a campanha eleitoral da chapa situacionista de desigualdade
de condições na divulgação, a candidatura “ficha suja”, do presidente Domingos
Meirelles que está envolvido em 14 demandas judiciais. Quatro delas criminais.
Irregularidade no banner da chapa no site da ABI e outra nulidade por
envolvimento em demandas judiciais de candidata a cargo de diretor.
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