Editoria: Helio Fernandes. Subeditoria:
Roberto Monteiro Pinho
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Sábado: Especial impeachment - III
Como será
a votação de amanhã, Cunha complica em vez de facilitar
Hoje 19:56
HELIO FERNANDES
Ha mais
ou menos meia hora, o presidente da Câmara mudou toda a forma de votação,
que ele mesmo estabelecera. Antes: o deputado ficava sentado, era perguntado,
"como vota", respondia SIM ou NÃO. Simples, 10 segundos. Admitamos
que leve 15 segundos e que estejam presentes os 513, o que até agora não aconteceu.
Pelo calculo numérico, 1 hora e 50 ou 2 horas. Mudou tudo.
Ficou
assim. O presidente disse, "vou pedir a todos os deputados para ficarem
sentados, esperando a chamada." Começa a complicação, sem controle. O
deputado ouve o seu nome, levanta, vai até um microfone no meio do plenário e
diz como vota. Se disser apenas o SIM ou NÃO, mais ou menos 30 segundos, 3
vezes o que utilizaria na maneira anterior.
Mas
dificilmente o deputado deixará de "florear". Como estão fazendo
todos, contra ou a favor do impeachment. "Voto com o coração", pelos
"meus filhos e netos", seguem nesse roteiro.
Voto de quantidade e não de qualidade
È até
compreensível, que numa decisão que representa tanto, o indispensável seja
atingir o numero para não ser derrotado. Mesmo porque, se fossem examinar a
substancia ou a integridade de quem está votando, seu passado ou presente, não
haveria quorum. O melhor exemplo, (existem muitos, dos dois lados) o PP e um
dos seus representantes, Paulo Maluf.
O PP é o
campeão de deputados indiciados pela Lava-Jato. E Maluf é Maluf, eternamente.
Pois ele, que até quarta feira, afirmava que votaria contra o impeachment. De
terça até hoje, já esteve duas vezes com Michel Temer, afirmando: "Jamais
votaria contra você, impedindo sua posse justa como presidente".
Incoerência e inconsistência
Mas a mudança
de posição mais inesperada, foi a do deputado Waldir Maranhão. Vice presidente
da Câmara, tido e havido como um dos maiores amigos de Eduardo Cunha, parecia
mesmo. Todas as manobras do corrupto para escapar do Conselho de Ética, foram
feitas através dele. Pois ontem, aberta e publicamente, declarou: "Votarei
contra o impeachment, e levarei comigo 12 deputados". Jornalistas interrogaram o presidente da Câmara,
que respondeu: "Nada a explicar, todos podem ter suas convicções".
Os maiores articuladores
No
momento faltam 10 minutos para as 8, no plenário os discursos sem brilho se
sucedem. Agora, só conversas de bastidores. Até o fim da noite, e inteiramente
pessoais, existe um pavor generalizado de telefone. Pelo governo, Jaques Wagner
e Berzoini. À noite chegaram os irmãos Gomes, Ciro e Cid, atuam em áreas
pessoais. A favor do impeachment, Temer, é claro. Fora dele o mais importante e convincente,
é o ex-governador e ex-Ministro de Dilma, Moreira Franco. Lula trabalha no
hotel pegado ao Alvorada, mas não na maneira eficiente como se esperava.
PS - Ontem
a imobiliária Patrimóvel, fez anuncio de pagina inteira, apenas uma frase,
elucidativa, tudo a ver com o impeachment. Cauteloso, dizia o seguinte:
"Lógico,
PATRIMOVEL, mas não PATRIAIMOVEL". Inteligência é sempre um prazer.
PS2-Todos
querem saber a razão dos canais de noticias da televisão, ficarem horas e horas
transmitindo o que acontece na Câmara. Perguntam porque Globonews, Record, Band
News, sacrificam a programação normal. Não sacrificam nada, ganham em audiência.
Como só tomam decisões com pesquisas, caminharam para o lado onde estava e está
o publico.Centenas e centenas de milhares de pessoas no Brasil todo, ligam a
televisão pela manhã e só desligam, perdão, mudam de canal, para ver a
novela. Isso na televisão aberta ou por
assinatura.
PS3-A grande incógnita ou indecisão. Hoje pela
manhã revelei com exclusividade, que a maior presença até agora, foi de 489
deputados. Romero Jucá e seu grupo, trabalham isso com intimidação. Eduardo
Cunha, não esconde: "Se eu chamar um deputado, e ele não responder,
gritarei três vezes o nome e a palavra AUSENTE".
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