Em Brasília, falta reflexão, sobra
doação. A situação da presidente, desesperada e desesperadora.
HELIO
FERNANDES
A empreiteira
fez a mais destruidora narrativa sobre Dona Dilma. Textual: "Fizemos
doação legal para a campanha dela, com dinheiro da propina da Petrobras e de
Bello Monte". Aí deu números e nomes. 150 milhões para o PT e PMDB,
75 milhões para cada um. A presidente, furiosa e se dizendo revoltada, falou,
"estão fazendo vazamento seletivo contra mim". E exigiu medidas
punitivas e drásticas, do Ministro da Justiça.
Não houve
nenhum vazamento, seletivo ou não. O que ha hoje, é a "Revolução da
Tecnologia". Existem os mais diversos canais de comunicação, mobilizados e
movimentados por jornalistas que detestam o silencio. E não se deixam
intimidar. É uma concorrência pela publicação das noticias, o mais rapidamente
possível. Dessa forma, não ha fato, por mais sigiloso que pareça que não seja
descoberto e publicado. Pois todos só têm um objetivo: informar o
cidadão-contribuinte- eleitor, tenha o aparelho receptivo que tiver.
(Em 1963,
pouco antes do golpe, o Ministro da Guerra, Dantas Ribeiro, mandou uma circular
"sigilosa e confidencial", para 12 generais de Divisão, com a
afirmação arrogante: "Só confio nesses". Nessa época ainda não
existiam os generais de Exercito. Pois um deles me deu a sua copia, publiquei
imediatamente. Fui preso e julgado pelo Supremo, o Ministro tinha foro privilegiado
Em toda a Historia, sou o único jornalista julgado de corpo presente no
Supremo. Ganhei de 5 a 4. O Millor escreveu: "Não quero defender o Helio
por ser meu irmão. Mas um jornalista que recebe circular "sigilosa e
confidencial" e não publica, é melhor que abra um armazém de secos e molhados".
Nessa época só existiam rádios e jornais).
Dona Dilma devia ficar em silencio
Depois
dessa reação medíocre, a um fato jornalístico, publicado jornalisticamente, em
vez de ficar em silencio, a presidente discursou e enfatizou: "Querem o
golpe, para crescer, o Brasil só precisa de três coisas: convergência,
diálogos e parceiros". As três coisas nas quais revela mais desinteresse e
até desprezo. Ontem o filme, "Todos os homens do presidente",
completou 40 anos. Jornalisticamente é um dos melhores já feitos.
E o que
tem enorme relacionamento com a realidade do Brasil de hoje.
Trata da
situação do então Presidente Nixon. Eleito em 1968, reeleito em 1972,
chamuscado pelo escândalo de Watergate. No fim de 1973 já tratavam aberta e
garantidamente do seu impeachment. Declarou na televisão: "Não renunciarei
de jeito algum". 15 dias depois, em junho de 1974, o Chefe da Casa Civil e
o Ministro da Justiça, comunicaram: "Presidente, já existe numero mais do
que suficiente para votarem o impeachment. A única saída é a renuncia". Renunciou.
Qualquer
semelhança com o Brasil e Dona Dilma, não será apenas coincidência.
Era para
começar ás 15, abriu os trabalhos ás 15,30. O presidente havia declarado: "Serão
32 horas seguidas, terminaremos ás 22 horas já do sábado, quase domingo". Os
governistas protestaram foi feito um acordo: ás 3 da madrugada, “quem falou,
falou, encerraremos". Como falarão intercalados, um governista e um
oposicionista, as grandes redes e jornais poderão fazer estimativa bastante
segura, a respeito da votação de segunda feira.
O Supremo se reúne no dia 20
Quando
Lula falou arbitrariamente, na quinta feira, serei Ministro, retifiquei: “O
Supremo só deverá se reunir na outra semana". Na quinta bem tarde, o
presidente Lewandowski comunicou oficialmente: "O Supremo se reunirá no
dia 20". O ex-presidente não acerta uma. E houve modificação importante. O
Procurador Geral, que defendia a posse de Lula, mas ficando com o foro em
Curitiba, mudou de posição. Pediu ao plenário para vetar a sua nomeação e
posse, sendo julgado então pelo Juiz Sergio Moro.
O novo presidente do TSE
Outra
exclusividade deste repórter: ha mais ou menos três meses, revelei: o futuro
presidente do TSE, será o Ministro Gilmar Mendes. Ontem foi eleito,
imediatamente afirmou: "Quero marcar minha passagem pelo cargo, fazendo
rigorosa apuração pelos gastos das campanhas eleitorais". Declaração
sintomática, nada simbólica.
PS- O
Brasil está no caminho de mudar de técnico da seleção. Del Nero quer tirar o
Dunga. Com a mesma impropriedade.
PS2-
Agora é presidente "licenciado", com medo da corrupção. Convidou Tite
para o cargo,ele não quis conversar.O argentino Sampaoli se ofereceu.
PS3- È
ultraje escolher um técnico estrangeiro. A não ser que fosse o Guardiola.
O Brasil não teria dinheiro para paga-lo. E nos próximos 3 anos tem
contrato com o Manchester City. Receberá 89 milhões de reais por ano.
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