A
bancada rural, (60 votos) intimidada pelo MST, ameaça votar a favor do
impeachment. Constrangimento para a Ministra Kátia Abreu.
HELIO FERNANDES
Num
encontro ocasional no Planalto, dirigentes do movimento dos sem terra, se
confrontaram e hostilizaram a bancada rural. Têm flagrantes diferenças e interesses
divergentes, se enfrentaram. Como a CNA bradasse que iria votar a favor do
impeachment, recebeu resposta na hora. Textual do MST: "Se vocês votarem
contra a presidente Dilma, invadiremos suas fazendas, queimaremos tudo,
revelaremos ao Brasil o que vocês são e o que representam".Apavorados os
dirigentes da CNA ficaram em silencio.
Agora
aparecem em publico, revelando como votarão no impeachment e as razões
fundamentais. Mas escondem a verdade. Criticam o governo Dilma, e afirmam que
"não tem mais condições de governar”. O que é verdade. Mas "estão"
no poder, têm até um ministério, o da Agricultura, ocupado por uma fazendeira e
amiga intimissima da presidente. È a senadora Katia Abreu, envergonhadíssima. A
CNA vota por represália e medo, confessado.
O Advogado Geral da União: certo na analise, errado
na omissão
Acertou
em cheio na Comissão do impeachment, quando afirmou que entraria no Supremo
contestando a criação da Comissão. Elogiei, mas chamei a atenção: só pode
entrar agora, em pleno funcionamento e não depois do resultado. Ontem, apesar
de brilhante na defesa - exposição, voltou a se equivocar na solução. Agiu como
um médico que acerta no diagnóstico, mas receita o remédio errado ou com a
validade vencida.
José
Eduardo Cardoso declarou ontem: "Vou pedir ao relator que retire suas
afirmações e conclusões, ou entrarei na Justiça". Disparate completo e
novamente desacertado. Ele não tem a menor ingerência sobre o relatório, do
relator não pode exigir nada. Pode discordar pagina por pagina, linha por
linha, mas na Justiça, quer dizer, no Supremo. Mas o tempo está se esvaindo,
pode perder a oportunidade.
Lula bravateou que seria ministro, ontem
Na
posição dele, deve e deveria ser o mais discreto possível. Acusado por todos os
lados, sem condições de explicar a propriedade, mesmo sem o seu nome, do
triplex e do sitio de Atibaia, se perde no medo que revela na ida para
Curitiba, uma cidade agradabilíssima. E também não consegue explicar as altas
receitas das conferencias que ninguém ouviu. Apesar de dizer com a arrogância
habitual: "Todo mundo quer me ouvir,mesmo eu cobrando mais caro do que o
Bill Clinton".
Não foi
Ministro ontem, como alardeou ou antecipou. E se for, deve demorar mais do que
imagina. Talvez só depois da votação do impeachment no plenário. O ex-presidente
insiste em ignorar a participação no episodio, do Ministro Gilmar Mendes. Este
é o relator, tem que estar presente. E precisa ser muito desinformado para
ignorar o fato: Gilmar não tem o menor interesse em favorecer o Lula. E agora,
já é presidente eleito do TSE, tremam os que dizem, "tivemos nossas contas
apresentadas e aprovadas pelo TSE". Antes das denuncias.
O estranho relatório do relator, que não redigiu
o texto, apoiando abertamente o impeachment
Ontem
deixei bem clara a inoperância e até imprudência dele, se responsabilizando
pelo conteúdo e a autoria do documento. Atropelou a leitura, recorreu a quem
estava do seu lado, para "decifrar "alguma coisa que não entendia.
Hoje mostrarei fatos, fatos, fatos que comprovam o que estou dizendo. Jovair
Arantes é dentista de formação, tudo que fala é da boca para fora.
Leu um
texto de 400 paginas em 4 horas e 10 minutos. Nem mesmo íntimos ou apaniguados
acreditam que tenha ecletismo suficiente para mudar da assustadora broca
dentaria, para o confortável e tranqüilo computador. Nem teria tempo. Os
trabalhos terminaram na terça, teria 5 dias para preparar e entregar aquilo que
leu. Abriu mão do prazo, afirmou: "Amanhã, quarta lerei o texto
final". O que fez, assombrosamente. Redigir 400 paginas seria exaustivo e
exigiria muito tempo, até para escritores profissionais. Estes, geralmente
estabelecem quantas paginas redigirão por dia.
400
paginas é mais do que um livro. Jovair recebeu imediatamente na noite de terça,
o que começaria a ler na tarde de quarta, terminaria á noite dessa mesma quarta.
Fez entusiasmado e justíssimo elogio á "minha brilhantíssima equipe, sem
ela seria impossível este trabalho”. Tudo esclarecido, a conclusão: como
acreditar num relator que não redigiu o relatório, mas produziu muito mais do
que exigia seu chefe e protetor, Eduardo Cunha, que o Procurador Geral chama de
DELINQUENTE .O relator não expressa uma convicção, se transforma em porta-voz
da conspiração.O relator é quase delator.
A opinião da Consultoria Tendência
Integrada
por grandes sócios economistas, incluindo ex-ministro, deveria ter mais
cautela. São especialistas em analise, e não em conclusões tendenciosas. Ontem
revelaram: "O impeachment é a solução mais democrática e normal". Exagero.
Com isso apóiam e garantem a posse do conspirador Michel Temer. Normalmente
economistas não conhecem historia, o que se constata na declaração-opinião da
Tendência.
Desde
1889, com a Republica, implantada e não promulgada, o Brasil tem quase tantos
vices que assumiram, do que presidentes que chegaram ao fim do mandato. Vargas
foi sábio: ficou 15 anos indireto e sem eleição, mas sem vice.Em 1950, com vice
perdeu o cargo para ele.
Eduardo Cunha perde duas vezes no Supremo
A
Comissão de Ética arrolou 8 testemunhas para deporem sobre ele. Entrou no mais
alto tribunal do país alegando que não podiam depor, fizeram delação na
Lava-Jato, "não tenho nada com isso".Quarta o recurso foi negado por
Teori Zavascki, ontem quinta, por Carmem Lucia.Ele só não responde em Curitiba,
porque a Constituição é contraditória.Garante que "todos são iguais
perante a Lei", e a seguir cria o "foro privilegiado " para
alguns.Uma das testemunhas foi depor, afirmou,"entreguei 5 milhões de dólares
a Eduardo Cunha, por ordem do doleiro Youssef".
Comissão do impeachment
Começa
hoje, ás 3 da tarde, uma das ultimas sessões antes da votação. Pelo calculo do
próprio presidente, levará 32 horas, atravessará a madrugada, todo o sábado,
terminando ás 10 da noite, quase no domingo. Objetivo: que haja manifestação a
favor do impeachment. O que se repetiria no outro fim de semana, na votação final.
A bancada governista é contra, não tem o que fazer.
PS- Lula
afirmou que ontem, quinta, seria ministro. Muito ao contrario, teve que fazer
um longo, exaustivo e cansativo depoimento na Procuradoria Geral. Saiu
reclamando.
Amanhã: a
empreiteira não envolveu a presidente Dilma. Executivos da Andrade Gutierrez
disseram que doaram dinheiro legal, mas proveniente das propinas da Petrobras.
Quer dizer: com cheiro de petróleo.
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