Dilma erra em permitir a
incitar a violência
FERNANDO CAMARA
A
presidente Dilma, aos poucos, vai comprometendo a liturgia do cargo. Agrupada
com políticos imbuídos de paixão, com pouco senso de responsabilidade do
exercício das atividades de Estado, permitiu transformar o Palácio do Planalto
em palanque.
Calou-se
quando um representante do MST ameaçou invadir propriedades dos deputados, e
aplaudiu o discurso desconexo da atriz Leticia Sabatella.
PMDB fora da Base e no Panamá Papers
A
atitude majoritária dos diretórios regionais, e da maioria da executiva
nacional do PMDB, de deixar a Base do Governo Dilma, mostrou a mágoa dos
filiados que estão fora do governo. Mostrou também a intenção de membros da
cúpula partidária em ensinar a Dilma a governar e a fazer política.
Apesar
de a reunião ter durado apenas 3 minutos, a decisão foi amadurecida ao longo de
vários meses.
Jucá aflorou
O
anúncio, combinado e proclamado por aclamação, evidenciou a mágoa do senador
Romero Jucá, que foi preterido como líder do governo, quando Dilma escolheu
Delcídio do Amaral, do PT.
Resta
saber se esta decisão trará retorno em votos e em credibilidade. Até aqui,
apenas um dos 7 ministros deixou o cargo. Os ministros do PMDB pedem para
ficar. Juntos, terão entre 14 e 21 votos.
Questão matemática
O
PMDB oficializou seu desembarque do Governo, mas Dilma já sabia que não poderia
contar com 55 ou 58 deputados do partido na Câmara, apesar de ter travado
cerca de 600 cargos de confiança em função desta aliança. O PMDB, entre outros,
faz parte da direção da FUNASA há mais de 30 anos.
A
partir daqui, parte do PMDB terá que fazer política sem estar no governo, e os
outros partidos terão 600 cargos para cobiçar. Se Dilma tiver um pouco de
habilidade política poderá aumentar a sua base, mesmo tendo alcançado os piores
índices de confiança e de aceitação na história das pesquisas. Os cargos serão
redistribuídos e o Governo escancara!
Ocupando espaços
Aproveitando
a onda de limpeza, Kátia Abreu demite diretores da CONAB que não conseguia
demitir por exigência dos caciques do PMDB.
Helder
Barbalho indicou o seu secretário executivo, o ex-senador Luiz Otávio, para
diretor presidente da ANTAQ. Quando foi governador, Jader Barbalho mandou
prender Luiz Otávio.
Sumiu!
Ninguém
vê o senador Eunício Oliveira PMDB/CE em cena alguma, nem pró nem contra, em
canto algum.
Panamá Papers
Esta
semana trouxe mais um ingrediente para enfraquecer a opção por Temer. Nos
papéis obtidos pelo jornal alemão Suddeutsche Zeitung sobre a consultoria
Mossack Fonseca e compartilhados com a Confederação Internacional dos
Jornalistas Investigativos, há 107 offshores ligadas a personagens enroscados
na Lava Jato. Lá estão além das empreiteiras, braços do esquema que desaguam no
presidente da Câmara, Eduardo Cunha,no senador Edison Lobão, no deputado Newton
Cardoso Júnior. Abrir offshore não é crime, porém, sonegação de imposto é. E,
com tantos peemedebistas sob os holofotes, fica difícil o vi-presidente Michel
Temer passar a credibilidade que necessitaria para governar num momento
delicado como esse, de crise econômica aguda.
Economia
Os números ruins afloram.
Por ora, parece que as Excelências se esqueceram da economia, mas a população
não. Os índices estão derretendo. Desemprego, inflação, fechamento de fábricas
em massa e a presidente sem um plano, uma estratégia de salvamento ou, parece,
qualquer preocupação nesse sentido. Suas atenções estão absolutamente voltadas
à salvação de seu mandato. Mas mandato sem uma economia minimamente forte será
a manutenção do caos.
Impeachment incerto
Se
depender do relator Jovair Arantes PTB/GO, o dia da votação será antes do prazo
limite. No entanto, diante do atual cenário criado pela precipitada exposição
do PMDB, o impeachment, apesar de ser aprovado na Comissão, não passará em
Plenário, pela provável ausência e muitos parlamentares.
Os
342 votos pelo impeachment não estão garantidos por vários fatores, o principal
deles é a inabilidade de costura política do PMDB, que se posicionou mas não
assumiu a discussão do futuro. E assim deixa transparecer que, se Dilma sair,
Temer, monitorado por Moreira Franco e por Eliseu Padilha, irão ocupar todas as
posições do Governo, deixando outros partidos de fora.
Não houve neste ano ainda um teste de votos em Plenário
Os
políticos de todas as correntes divergentes devem se preparar para o dia
seguinte, pois não é possível deixar o país de lado, desabando no abismo. Deve
haver serenidade para construir um plano de salvação, e que ele seja feito
conjuntamente por toda a Sociedade.
Lula
avança e anuncia que será ministro na quinta-feira, esqueceu de combinar com os
ministros do SFT, ou será que combinou?
De
qualquer forma, Lula sabe fazer política e pode ajudar a destravar o governo,
se Dilma deixar que ele trabalhe, encarnando o espírito Paz e Amor.
27ª Fase - Carbono 14
Traz
um passado inconveniente ao PT e arrasta o Governo para a lama.
A
delegada Doutora Elizabete Sato, diretora da Delegacia Estadual de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), que foi escalada para investigar o processo sobre o
assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel, é tia de Marcelo Sato,
marido de Lurian, que, apenas por coincidência, é filha do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Ciro e Cid Gomes no PDT. Cômico, se não fosse trágico
Eunício
de Oliveira achou que iria ser fácil a disputa pelo governo do Ceará.
Luiz Roberto Barroso irrita o cenário político
Sem
saber que estava com microfones e câmeras abertas, Barroso desdenhou as
lideranças políticas.
Marina ressurge das cinzas
Marina
entrou no jogo político. Desenhou uma azeitada estratégia de comunicação, e saiu
concedendo entrevistas até para jornais de bairro. Em todas, evitou se colocar
como candidata, mas enfaticamente clama por eleições já.
Por ter permanecido calada
durante fatos importantes da cena nacional, sua investida não foi bem vista
pelo eleitorado.
Delações
Nos
bastidores, novas delações vão sendo costuradas e cada uma delas promete ser
mais devastadora do que a outra.
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