O amanhã
como será? È o que se tenta desvendar, descobrir, decidir, na operação do
impeachment
HELIO FERNANDES
O
"Estadão" deixou apreensiva e preocupada a cúpula a favor da
derrubada da presidente. E estragou o fim de semana de muita gente. Motivo: as
inúmeras reuniões convocadas apressadamente. O jornal divulgou que encontrou
261 deputados dispostos a votar a favor. Como precisam irrevogavelmente de 342,
ficam faltando 81. Nesse calculo de 261 já estão colocados todos os subterfúgios,
manobras, jogadas que deixam longe o compromisso com a ética e até da
legitimidade.
Para os
que votarão contra o impeachment, o jornal registra 117 votos, precisariam por tanto
de mais 55. Mas existe um fator, não avaliado e não registrado por ninguém. Os
que defendem a saída da presidente, precisam obter os 342 votos. Se chegarem
perto, digamos aos 341, estarão liquidados, o resultado do placar adversário
não interessa mais, a derrota, irreversível.
O "Estadão"
fez muito bem em desprezar a Comissão, partir para a análise direta no plenário.
A Comissão é empulhada e dominada pelo corrupto Eduardo Cunha, que aparece em
mais uma acusação de ligação com empresas com sede no exterior.
Essas
empresas são legais, mas todas elas, suspeitas. Pelo menos 90 por cento dos
clientes, manejam e movimentam dinheiro sujo. Na Comissão o domínio do
presidente da Câmara é total. O PTB de Jovair Arantes foi beneficiado com o
lugar de relator, e as instruções que recebe diretamente, e cumpre sem demora.
Outro
petebista, Arnaldo Faria de Sá, é também áulico e apaniguado. Na quinta feira
entrou no Supremo, pedindo que a "delação do senador Delcídio fosse incluída"
na acusação. Isso já foi liquidado pela própria Comissão. Nem os que são a
favor do impeachment, protestaram. Sabiam que o Supremo derrubaria, foi o que
fez a Ministra Rosa Weber, assim que foi sorteada. Educada e competente,
fulminou esse agente de Cunha.
O
panorama visto da ponte da maior baixaria da Historia, é desolador, vergonhoso,
criando precedentes perigosos. Ou como alertou lucidamente, o Ministro do
Supremo, Luiz Barroso: "Meu Deus do Céu, essa é a nossa alternativa".
A baixaria do governo, reprovável, mas cumpre as exigências desse espúrio
sistema presidencialista- pluripartidário.
A chamada
oposição, recorre para conseguir chegar ao poder, sem povo, sem voto, sem urna.
Agora, querem até mudar o regime para Parlamentarista, com uma PEC de ocasião.
A euforia do quase Ministro Lula
Enquanto
toda essa sujeira vai escorrendo, Lula não cansa de repetir: "Quinta feira
serei Chefe da Casa Civil". Por que a certeza de que esse depois de
amanhã, será tão certo e garantido?Tem se mostrado satisfeitíssimo com os
resultados "eleitorais”, nas conversas que mantidas com deputados em
massa. Dizem que assim que for (se for), nomeado Ministro, mudará imediatamente
para a casa suntuosa reservada para o cargo. Acha que assim, seduzirá mais
gente. È possível, é possível.
Advogado Geral da União: defesa escrita e
defesa verbal da presidente
Eleito
deputado federal em 2010, foi convidado por Dona Dilma para Ministro da
Justiça. Publiquei imediatamente e com exclusividade sua resposta: "Presidente,
minha formação e meu objetivo é o Supremo". Dona Dilma: "Você vai
para lá, depois". Ninguém imaginava que surgissem tantas complicações. Nos
primeiros anos, silencioso, depois hostilizado de dentro do próprio governo.
O então
Advogado Geral foi para os EUA, José Eduardo Cardoso aproveitou, trocou de
cargo, que sucesso. Ontem informei: a defesa escrita de Dona Dilma está sendo
redigida por 4 juristas, assessorados por dois economistas do primeiro time. Estão
prontas, domingo, 20 laudas.
O Advogado Geral da União, defesa escrita e
verbal da presidente
José
Eduardo Cardoso protagonizou uma sessão histórica e não histérica, como tem
sido até agora. Irrepreensível, irrefutável, irrevogável, dominou o plenário.
Foi incisivo, persuasivo, destrutivo, definitivo, todo o auditório ouviu-o atentamente.
(Só uma vez, aos gritos, um idiota tentou interrompê-lo. Foi rechaçado e
advertido imediatamente pelo isento e competente presidente: "O senhor não
tem o direito de se manifestar, o Advogado está falando em nome da Presidente.
O aparteante compreendeu logo que um idiota calado é melhor do que um idiota
falante.Calou para sempre).
Falou
exatamente 100 minutos, de 17,16 a 18,56. Terminou pedindo a nulidade do
processo por mais de 20 razões que examinou exaustivamente. Se a oposição, que
tanto fala em "atender ás manifestações das ruas", fosse sincera e competente,
compreenderia. Seria a melhor prova de atendimento e respeito ao povo, que
estaria sendo introduzido no processo pelo voto.
Como a
própria oposição está com ações, varias, no TSE, pedindo a cassação da chapa,
que o TSE atenderá para bem do país, todos seriam beneficiados. Haveria eleição
dentro de 90 dias, com o voto secreto, universal e direto. Não ficaria pior do
está ou do que estará, depois desse impeachment abusivo, vingativo,
criminoso.
Faço a
pregação dessa verdadeira solução, ha mais de 6 meses. Agora, defendida por
gloriosos editoriais de primeira pagina.
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