Temer, quase "presidente",
despreparado, sem votos, sem povo e sem ministros, faz o Brasil voltar a 1930.
HELIO
FERNANDES
Nenhuma palavra do titulo é falsa
ou ignara. Todas rigorosamente verdadeiras. Talvez eu tenha esquecido uma,
citada sombria e sorrateiramente por Dona Dilma na ONU: retrocesso. O Millor
dizia e escrevia: "Todo circulo é vicioso". Como os gênios registram,
antecipam e adivinham os fatos, nada surpreendente que tenha querido localizar
três mestres da tarefa inglória mas indiscutível,de fazer o mundo andar para
trás.
Em 1930, Vargas perdeu a
"eleição" em abril, tomava o poder em outubro, prendia e asilava nos
EUA o presidente, o vice e o Ministro do Exterior. Como chefe do governo
provisório estabeleceu uma ditadura de 15 anos, voltou, não sabia governar, facilitou
o tumulto, a ambição, a imprudência, que duraram até 1985. A chamada
redemocratização.
O segundo, FHC, que se aproveitou
discricionariamente do impeachment de Collor, devorou perdulária e
criminosamente o patrimônio nacional. Quase acabando os 4 anos
constitucionais, constatou que faltava muito. Sua ambição pedia mais, violentou
a "clausula pétrea", paixão e convicção de Rui Barbosa. E comprou a
reeleição. Custou praticamente 1 bilhão de reais, generosamente facilitados por
grandes empresários.
Como o lugar comum sempre
repetido, garante que no capitalismo não existe almoço grátis, FHC teve que
recompensar não um almoço, mas um banquete que durou os últimos 4 anos. Para
facilitar criou a vergonhosa e ruinosa Comissão de Desestatização, que trocou o
que sobrou das nossas riquezas, por moedas podres. (Sem aspas, a denominação é
deste repórter. Da mesma forma como rotulei seu governo, de retrocesso de 80
anos em 8. Com ele no poder, perdendo a eleição para o Lula, que ganhava na
quarta oportunidade. Condenação e reprovação de FHC).
O terceiro é Michel Temer, não se
pode negar que seja o personagem confuso e conspirador do momento, é dele que o
país precisa tratar. E se preocupar. Por enquanto é um capítulo mal escrito,
uma estrofe que tem pronuncia parecida, catástrofe. E é necessário ser
decifrado, separar o que ele diz e o que faz. Conspirador nato, gasta 12 horas
por dia para tentar chegar ao poder.
E o resto comunicando a grandes
jornais do exterior, que tudo é constitucional. E chamando gente ao seu gabinete,
tentando formar o possível ministério. Ninguém aceita, terão que ser ministros
"interinos" de um presidente também "interino". Quem tem
biografia, não quer comprometê-la. Alem do mais, mesmo que assuma, Temer não tem
prazo definido. Responde a vários processos de cassação no TSE, é investigado
pelo Supremo, fartamente citado em vastíssimos depoimentos de delações,
principalmente do senador Delcídio. Juntos, nas acusações que precisam
desmentir, Temer, Dilma, Lula.
Retumbante no ministério de "notáveis",
vai se contentar com ministros desconhecidos, impulsivos e até politicamente
repulsivos
Diz, tenho sido "procurado"
por muitos. Exatamente o contrario. Vejamos o ministério da Justiça, que ganhou
relevância por causa da Lava- Jato, muitos garantem que será cerceada. Dois
nomes excepcionais foram lembrados.Dois grandes ex-presidentes do Supremo, Carlos
Veloso e Ayres Brito.Não aceitariam nem aceitarão.Temer tem preferência esdrúxula
pelo Secretario de Segurança de São Paulo.È o rei dos holofotes, está na mídia
praticamente todos os dias.Esquecido que os paulistas vivem num clima
aterrorizador de violência e insegurança.
Falam também no carreirista
Nelson Jobim. Deputado na Constituinte de 88, na Comissão de Redação, mudou o
texto. Depois confessou, não lhe aconteceu nada. Foi Ministro da Justiça, pulou
para Ministro do Supremo, aliado de Dilma. Ainda não presidentA. Quando a
Procuradoria Geral do Paraná atendeu um pedido do governador Roberto Requião,
para impetrar uma ADIN contra as licitações "entreguistas" da
Petrobras, pediu vista. Só devolveu quando já tinha numero para vencer.
Foi expulso do Supremo, muito antes
da expulsória dos 70 anos. Não tinha nem 60. Movimento liderado por advogados e
juristas do Rio Grande do Sul. Com a eficiente participação do excelente
advogado do Rio, Ivan Nunes Ferreira.
Temer presidente, Jobim Ministro,
um jogo de palavras não necessariamente brilhante, mas irrecusável e irrecuperável:
o Brasil tem tudo a temer.
Hoje,
segunda, a conspiração começa a se transformar em realidade
Por enquanto, conversas de
bastidores. Mas praticamente conclusivas, por causa da esmagadora maioria a
favor do impeachment. Nas duas primeiras votações,precisam apenas de 21 votos
para a vitoria.Mesmo a exigência de 41 senadores no plenário, o que chamam de
quórum mínimo, não será problema.
E se os que combatem o
impeachment, não comparecerem, (é um recurso regimental) os que defendem a saída
da presidente, terão senadores de sobra.Tomarão posse efetiva, amanhã, terça,
apenas formalidade. A segunda votação, importantíssima já que significa o
afastamento da presidente, rotina e nenhuma surpresa. 41 votantes, 21 pelo
impeachment.
A terceira decisão, inovação,
modificação, definitiva, pois é julgamento único. Aí, os que lutam não brava,
heróica ou estoicamente pelo bem coletivo e sim pelos seus interesses pessoais,
o prolongamento de suas medíocres e medianas carreiras, com as raríssimas
exceções de praxe, precisam trabalhar muito para destruir as duvidas, construir
as certezas. Ainda não conseguiram, nem quero escrever conquistaram, seria
indevido, os 54 votos necessários ou indispensáveis. Dizem que chegarão lá, é
possível, mas é futuro. Estou tratando do presente, embora saiba que o
despenhadeiro está cada vez mais sedutor e atraente, para os que combatem o impeachment.
Não existe um senador com as
características e a falta de caráter de Eduardo Cunha. Levantamentos exatos,isentos
e exaustivos deste repórter com especialistas "sem lado", levaram á
conclusão: o presidente da Câmara coordenou e conduziu a favor do impeachment,
50 votos .Podem ter sido mais e não menos. Para confirmar essa
votação-exibição, basta ler o que escrevi duas horas antes da horrenda e
horrorosa manifestação.
Muita gente me disse: "Você
quer adivinhar". Não é o meu forte, trabalho com informação, isenção, opinião.
50 votos em 513, representam 10 por cento. No senado,10 por cento somam 8
votos. Embora a vitoria esteja perto, isso garantiria a tranqüilidade de Temer
e dos seus partidários. Se os Ministros Celso de Mello e Dias Toffoli, tivessem
levado em consideração o "fator da corrupção Cunha", teriam ficado em
silencio. Com isso evitariam o tremendo desgaste deles mesmos, e por conseqüência
do Supremo.
Temer: os
encontros de sábado á noite
Foram diversos, sem maior
importância. Também, depois de gastar ou perder não apenas tempo com Delfim
Netto, Ministro da Fazenda da ditadura, de 1967 a 1974, demitido por
incapacidade e não só isso, o que fazer? Armínio Fraga nem quis conversar. Gustavo
Franco seria excelente interlocutor. Deveria ter chamado em primeiríssimo
lugar, o economista, cientista social e admirável personagem que é Eduardo
Gianetti.
Provavelmente não aceitaria ser
Executivo, fosse de onde fosse. Mas com enorme espírito publico, admitiria
modificar sua trajetória de intelectual voltado para a cultura. Concordaria em
estar á disposição nos momentos de maior dificuldade, para mostrar ou ajudar a
encontrar um caminho e um roteiro.
Em vez disso, chamou e conversou
por duas horas com Henrique Meirelles. Já foi Presidente do Banco Central com
Lula, é como se não tivesse existido ou ocupado o cargo. Duas horas e depois
disso, deu uma nota através do senador citado na Lava-Jato, Romero Jucá: "Não
estamos convidando ninguém, só quando o Senado decidir".
Sem nenhuma seriedade, querendo
avidamente o cargo, deu entrevista coletiva, desmentindo o Jaburu inteiro; "Fui
convidado para Ministro da Fazenda, só aceito se eu puder escolher todos os
ocupantes dos cargos no entorno". Apesar da desconfiança que tenho por
Temer e Jucá, desconfio mais ainda de Meirelles.
PS- A situação brasileira é
tétrica, macabra, lamentável, precisa de muita competência, que está em falta
no mercado Dos lados do Jaburu, concentração impagável mas dolorosa da
conspiração, dizem idiota mas imprudentemente: "Dentro de seis meses o
Brasil estará com outra cara". Com esse time que Temer junta ou tenta
juntar, o Brasil, cara e corpo, muito mais irreconhecível, um verdadeiro
Quasimodo.
PS2-Como digo ha quase 1 ano, a
salvação teria que vir do TSE. Já esteve 4 a 3 a favor da cassação da chapa
Dilma -Temer e eleição direta. Agora, estou com as maiores duvidas. A modificação
do TSE a partir de maio, me preocupa.
PS3- Hoje, segunda, a conspiração
e a realidade, que maravilha se o TSE agisse e existisse
Eu não ligo muitos aos conceitos 'Direita' e 'Esquerda'.
ResponderExcluir.
Se defender mais poder negocial para o contribuinte/consumidor é ser de 'Esquerda', então eu sou de 'Esquerda'.
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Mais:
A DEMOCRACIA É UMA FORMA de dotar o contribuinte/consumidor de algum poder negocial...mas, todavia, no entanto... esse poder negocial deverá ser aprofundado (ver Exemplo 1, e Exemplo 2).
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EXEMPLO 1:
O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
---»»» Democracia Semi-Directa «««---
-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco... isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» Explicando melhor, em vez de ficar à espera que apareça um político/governo 'resolve tudo e mais alguma coisa'... o contribuinte deve, isso sim, é reivindicar que os políticos apresentem as suas mais variadas ideias de governação caso a caso, situação a situação, (e respectivas consequências)... de forma a que... possa existir o DIREITO AO VETO de quem paga!
[ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »]
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EXEMPLO 2:
CONCORRÊNCIA A SÉRIO!!!
Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade (sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá COMBATER EFICAZMENTE A CARTELIZAÇÃO privada.
[ver blog « http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/ »]
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P.S.
-» A ocasião faz o ladrão!
-» O contribuinte PAROLO_ista faz o golpista!
-» Ao passar um cheque em branco aos políticos... o contribuinte PAROLO_ista está a incentivar o golpista... a aplicar um 'chega-para-lá' no adversário político... porque o golpista sabe que ao fazê-lo fica com a faca e queijo na mão!
-» O contribuinte não pode passar um cheque em branco a nenhum político!!!