DEPUTADOS
SAUDARAM AS MÃES, A MULHER E OS FILHOS. OS MAIS AFOITOS E APELATIVOS CITAM A
FRASE DA HEROINA ESPANHOLA “NON PASSARAM”. E DEUS ESTEVE NA BOCA DE MUITOS. ENQUANTO
LULA-LÁ ASSISTIU O SEU VOTO DO PALHAÇO DEPUTADO, IR CONTRA SUA APADRINHADA PRESIDENTE
DILMA. DIREITA OU ESQUERDA NO BRASIL, PARECE ATÉ MOTORISTA PERDIDO. PT BOQUINHA
CANTA: “CHORA CORAÇÃO”...
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
Não
se tem dúvida de que os deputados que votaram no domingo pelo impeachment da
presidente Dilma Rousseff, rasgaram linearmente a gramática, com sua suas
medíocres declarações de votos. Com raras exceções, alguns corretamente se
limitaram ao “sim ou não ao impeachment”. Aos seus eleitores, deixaram a
impressão de que os ”nivelaram por baixo”.
O
que está errado nisso? Porque ocorrem esses deslizes protagonizados por
parlamentares? Muitos perguntam seriam o sistema de escolha dos seus
representantes? O sistema eleitoral brasileiro, precisa ser radicalmente
mudado, a forma de promover um meio melhor de escolha dos representantes do
executivo e legislativo? Essa é a questão maior.
Não
pouco a mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), tem protagonizado
cenas da mais alta indignação a comunidade. As sessões do tribunal são regadas
ao desconforto de que um ministro para proferir seu voto, demora horas e horas,
dissecando um verbo que não tem a menor importância, quando o melhor é responder:
ao como vota ministro?
Lembro
aqui quando integrava a 7ª Turma do Tribunal do Trabalho da 1ª Região (Rio de
Janeiro), num voto de relator, citei um texto da obra de Karl Max – “O Capital
– Trabalho em Migalhas”, falando do desemprego e da angústia do trabalhador junto
aos seus familiares, quando perdia a auto-estima e por conseqüência o respeito
da comunidade.
Não
precisei obviamente de ler quatro páginas sobre o assunto, mas apenas citei a
obra e o voto foi proferido em cinco minutos.
Mas
o tema é o impeachment, e nele vamos focar nossa conversa. Dilma Rousseff, é
péssima interlocutora, teve como ante-sala no palácio o ex- senador Aloysio
Mercadante, um “caladão”, meio que taciturno, que também pouco interagia com os
próprios quadros doe seu PT.
Aquele
setor do palácio Alvorada sempre foi frio, na concepção da palavra. Mas com
Dilma Roussef, é frio e estranho. O semblante dos que ali trabalham mesmo
aqueles que chamamos de “cascudos” servidores, não conseguem uma aproximação
com a presidente. E assim ela pauta ou sua relação com os poderes. Confundiu
com certeza o poder presidencial, com a circunstancial situação de ser o “generala”
do país.
Para
falar com o mundo exterior, necessitava de um interlocutor, e para isso tinha o
melhor de todos, Lula da Silva, no entanto, resolveu ignorá-lo, afastá-lo, se
achando hiper suficiente. Foi ai seu maior erro. No oposto Lula que também
cometeu o seu erro maior escolhendo sua sucessora.
Na
sexta-feira, dois dias antes do espetáculo deprimente, não pelo fato do
impeachment, e sim pelas manifestações de voto. Todos falharam no verbo.
Esquerda ou direita, frases perdidas na obscuridade e no traço de um
legislativo do mais baixo nível que presenciei. Se não cômico, foi um desastre
sem precedentes.
É
comum nas relações políticas isso ocorrer, a traição política é da própria
cultura da política. Temos sinais da história, desde a época romana aos tempos
dos ídolos da esquerda na Rússia, China e outros países, que dão conta dessas
situações de ingratidão.
O
país travessa a mais “negra de sua página”. Mergulhado no marasmo, refém de um
judiciário confuso, instável, dividido e sem interlocução com os poderes.
Este
é o maior problema. Temos uma “Torre de Babel”, instalada no seio da vida
brasileira. Os poderes estão no CTI e a comunidade enferma, vitimada pela
infecção desse vírus violento e destroçador. A inflação galopa abertamente. O
desemprego está em velocidade máxima e a moral está no fundo do poço.
O
brasileiro não é desordeiro, é por essência pacificador, quer mais do que
ninguém de que o seu país retome os rumos de crescimento, da estabilidade e a
paz.
Dilma
cometeu inúmeros e sucessivos erros. É uma catástrofe político-administrativo.
Mais do que o prejuízo material, o povo brasileiro, não pode perder a fé, a
esperança. Mas para isso me preciso que homens a exemplo dos presidentes da Câmara,
Senado e do STF façam a interlocução deste processo de retomada da estabilidade
política.
Criticar
essas pessoas que detém o poder é apenas um “desabafo”. As redes sociais estão
repletas de críticas desde as mais inusitadas as contundentes a Dilma, Cunha,
Renan e o próprio STF.
Atores
medíocres, “papagaios de pirata” aproveitam o momento, para ganhar visibilidade
com declarações de impacto.
São
pré-candidatos a eleição para prefeito, vereador, deputados e querem com isso
ganhar lastro para sua reeleição, e os ministros que desejam ardentemente
entrar para a história, ministros, se não como brilhante e notável jurista, ao
menos como figurão falastrão.
Que
país é esse? Em junho de 2013, jovens ávidos por mudanças foram às ruas para
protestar contra tudo que está ai, naquela histórica noite ao meu lado uma
faixa estampava: “Vocês não nos representam”.
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