Trump: os
embalos e embaraços para chegar á Casa Branca
HELIO FERNANDES
Para quem
se elegeu na campanha presidencial mais suja de toda a Historia do país, inimagináveis
os obstáculos que enfrenta. No domingo, faltarão 2 meses para que a Casa Branca
seja incluída entre os seus domínios. Mas enfrenta tantas dificuldades, nada
surpreendente que chegue lá sozinho.
Perdão,
com a mulher que está ansiosa para mostrar aos Estados Unidos e ao mundo, que
uma ex-modelo pode se destacar como primeira dama. E dos filhos, que não pensam
em outra coisa, cuidam de implantar em plena residência presidencial, um balcão
de negócios. Não escondem: "Foi o pai que ensinou isso, ganhar dinheiro é
o maior de todos os objetivos, quaisquer que sejam as oportunidades".
Mas os
maiores problemas políticos e conseqüentemente administrativos, foram
anunciados e desanunciados por ele mesmo em primeiro lugar: "O líder da
equipe será o governador da Nova Jersey, da minha total confiança". 48
horas depois desdizia e desmentia a ele mesmo: "O chefe e líder da equipe,
ABSOLUTO, será o vice presidente. O governador da Nova Jersey briga muito. E
está respondendo a uma investigação gigantesca".
Outros
problemas foram surgindo, interna e externamente. Ninguém explicou a razão, ganhou
o apoio poderoso dos Democratas, diretamente através da intervenção de Obama e
de Hillary. E foi perdendo os Republicanos, que acreditava ter conquistado
depois do discurso-adesão do presidente da Câmara, Paul Ryan.
As nomeações desencontradas para cargos do primeiro escalão
A cada
indicação, protestos e contrapontos. Para quem se julgava um vencedor, não
acertava uma. Começou com a primeira demonstração de descalabro, falta de
sensibilidade e respeitabilidade: Steve Bannon para "estrategista-
chefe". O que provocou entre os Republicanos a interrogação raivosa:
"Estrategista- Chefe de quê?"
Bannon é
racista, da mais radical extrema direita. Sua "idola" é a líder da
direita da França, candidata a presidente em 2017. Que 24 horas depois da
conquista de Trump, afirmou em entrevista ruidosa: "Ele facilitou a minha
vitoria". Bannon desagrega totalmente, não agrega ninguém.
Trump tem
que nomear mais de 3 mil auxiliares, alguns para cargos super importantes. Mas
pelo menos um terço (mil), precisa de ratificação do Senado, inteiramente
dominado pelo Partido Republicano. Um só exemplo, já publicado por
jornais e
televisões: sua primeira mulher quer ser embaixadora na Republica Tcheca.
Lá mesmo,
nos Estados Unidos, especialistas afirmam: "Será difícil o Senado aprovar
como Embaixadora, apenas quem é ex-mulher". E fulminam: "Ela nasceu
na Republica Tcheca, como pode ser Embaixadora dos Estados Unidos?".
Ex-prefeito de Nova Iorque pode ser Secretario de
Estado
Todos os órgãos
de comunicação, jornalistas do mundo inteiro, têm 60 dias, antes da posse, para
cuidar de Trump como personagem principal. Portanto terminemos por hoje, com
uma noticia que está "estrondando" a Europa e outras partes do mundo.
A
possibilidade de Rudolph Giuliani, ser nomeado Secretario de Estado. Dos cargos
livremente nomeados pelo Presidente, é o mais importante. Sem a menor duvida.
Foi um razoável prefeito da capital dos Estados Unidos. Mas está num ostracismo
político e administrativo de 15 anos.
Ressurgiu
apoiando Trump, sem nenhuma relevância. Poucos, até mesmo na campanha, sabiam
da sua participação. Na Europa é inteiramente desconhecido. Obama, na sua
ultima viagem internacional como presidente, tem que responder varias vezes.
Mas sem convencer ninguém.
Maia luta
pela reeleição
Lançaram com
muita antecedência, a campanha para Presidente da Câmara. Faltam 2 meses e
meio, mas ha mais de 4 meses, se discute e se negocia intensamente a conquista
do cargo. Normalmente é importante. Mas colocado no primeiro lugar da
hierarquia da sucessão presidencial, ganhou importância e relevância acima de
qualquer expectativa.
Deputados
inexpressivos, que já ficariam satisfeitíssimos apenas com uma reeleição, agora
são colocados diante de 2 anos maravilhosos. Sem limite durante esse tempo. Com
projeções perfeitamente compreensíveis ou justificáveis, para depois de
decorrido esse tempo.
Os
deputados Rosso e Jovair, desconhecidos e ignorados até o impeachment, agora se
julgam na condição de exigirem a indicação. Rosso já disputou e perdeu. Perderá
novamente, a não ser que consiga ser candidato único. Impossível.
O favorito Rodrigo Maia
Quando
Eduardo Cunha renunciou e o cargo ficou vago, surgiram vários candidatos. Entre
eles Rodrigo Maia, que praticamente vegetava do ponto de vista parlamentar. Não
era contra ou a favor do presidente cassado. Não participou nem de longe da
conspiração parlamentar.
Falavam
que poderia ser líder do governo ainda provisório. Até que Eduardo Cunha, numa
reunião tumultuada com Michel Temer, exigiu: "O líder do governo tem que
ser o deputado André Moura".
Desconhecido
pessoalmente a não ser
por estar
sendo processado por tentativa de homicídio. E pertencendo a um partido que têm
9 dos 513 deputados, ninguém imaginava que pudesse ser líder. Mas excluídos os
palavrões, foi chamado ao Jaburu e nomeado.
Surgiu
então nome de Maia para presidente da Câmara. Rosso era candidato lançado, mas
não aglutinava. Maia logo entusiasmou o eleitorado. E eleito, de forma
surpreendente, se transformou num presidente que ninguém imaginava. Fez os
trabalhos andarem com tranqüilidade. E nas 4 vezes em que substituiu o próprio
Presidente da Republica, nenhuma preocupação para lado algum
Agora
brigam pelo cargo. Mas ninguém conseguirá ganhar de Rodrigo Maia. Ele só não
continuará presidindo a Câmara, se não puder ser candidato. Mas aí será uma violência
incrível contra a tranqüilidade democrática. E uma injustiça com alguém que se
revelou num momento de crise. Dentro de 2 anos, poderá ser uma solução para o
Estado do Rio.
Claudia
Cruz na Lava-Jato
Gastou horas e
horas, do Rio a Curitiba, e mais ainda na volta. Mas seu depoimento não chegou há
20 minutos. Ficou em silencio diante dos Procuradores, também não respondeu a
duas perguntas do juiz Sergio Moro.
De acordo
com o combinado, respondeu apenas aos próprios advogados. Mas disse o mesmo que
já havia dito aos Procuradores, ha meses: "Não tenho conta, o dinheiro que
gasto é do meu marido. E nunca perguntei a ele de onde vinham os
recursos". Nada acabou ainda para a mulher de Eduardo Cunha.
Ficando
no âmbito da Lava-Jato: o STJ, (Superior Tribunal de Justiça) negou mais um
pedido de liberdade do ex-ministro Palocci. Ele não tem mais foro privilegiado,
é julgado pelo STJ. Mas este tribunal, tem tido a mesma bravura e independência
do Supremo. Principalmente do Ministro Zavascki, que trata de tudo da
Lava-Jato. Palocci ficará ano longe da liberdade. A culpa é dele.
O povo na Alerj, sem medo da policia
Era povo
mesmo, dominou as ruas. Entraram e saíram da Alerj, pacificamente. Havia
exagero de violência, policial atirando bomba em policial. Os manifestantes que
protestavam, eram funcionários dos mais diversos setores. Que alem de não
receberem, são altamente sacrificados, por esse pacote chamado de AUSTERIDADE.
Que na verdade é roubo.
Esse povo
obteve varias vitorias. Em primeiro lugar, a votação foi "jogada para
dezembro".
E existe
possibilidade de ficar para 2017. Muitos deputados, que eram tidos como favoráveis
á aprovação do "pacote", já mudaram de posição e de opinião. Pelo
menos em pontos importantíssimos.
Quem
continua inflexível, é o presidente da Alerj, o notório Jorge Picciani. Ontem
insistia sem o menor constrangimento: "O pacote será aprovado, sem
alteração, da forma como foi enviado".
Ele não
precisa de salário ou de aposentadoria. Não tem nem tempo para responder ás
tremendas acusações do jornalista Chico Otavio. É tudo mesmo irrespondível.
PS- A
louvação desbragada ao indireto Temer, no programa "Roda Viva",
continua tendo repercussão negativa. Mostrando que foi rigorosamente não jornalística.
Na verdade, foi um festival Wagner de não jornalismo.
PS2-
Apesar de ter audiência mínima, poderia ter obrigado o presidente a prestar
informações. Mesmo que seja exercício de futurologia, como ele adora. Mas
pretendiam endeusá-lo em vez de entrevista-lo.
PS3- Uma
jornalista saltitante, dizia para outra colega: "O presidente vai lançar
um romance, de romance ele entende". E fugiam dos assuntos que deveriam
ser obrigatórios.
PS4-
Temer ficou tão satisfeito, que encerrando o programa, rindo muito, agradeceu: "Obrigado
pela PROPAGANDA". Que Republica.
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