Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Trump: os embalos e embaraços para chegar á Casa Branca

HELIO FERNANDES

Para quem se elegeu na campanha presidencial mais suja de toda a Historia do país, inimagináveis os obstáculos que enfrenta. No domingo, faltarão 2 meses para que a Casa Branca seja incluída entre os seus domínios. Mas enfrenta tantas dificuldades, nada surpreendente que chegue lá sozinho.

 Perdão, com a mulher que está ansiosa para mostrar aos Estados Unidos e ao mundo, que uma ex-modelo pode se destacar como primeira dama. E dos filhos, que não pensam em outra coisa, cuidam de implantar em plena residência presidencial, um balcão de negócios. Não escondem: "Foi o pai que ensinou isso, ganhar dinheiro é o maior de todos os objetivos, quaisquer que sejam as oportunidades".

Mas os maiores problemas políticos e conseqüentemente administrativos, foram anunciados e desanunciados por ele mesmo em primeiro lugar: "O líder da equipe será o governador da Nova Jersey, da minha total confiança". 48 horas depois desdizia e desmentia a ele mesmo: "O chefe e líder da equipe, ABSOLUTO, será o vice presidente. O governador da Nova Jersey briga muito. E está respondendo a uma investigação gigantesca". 

Outros problemas foram surgindo, interna e externamente. Ninguém explicou a razão, ganhou o apoio poderoso dos Democratas, diretamente através da intervenção de Obama e de Hillary. E foi perdendo os Republicanos, que acreditava ter conquistado depois do discurso-adesão do presidente da Câmara, Paul Ryan.

As nomeações desencontradas para cargos do primeiro escalão

A cada indicação, protestos e contrapontos. Para quem se julgava um vencedor, não acertava uma. Começou com a primeira demonstração de descalabro, falta de sensibilidade e respeitabilidade: Steve Bannon para "estrategista- chefe". O que provocou entre os Republicanos a interrogação raivosa: "Estrategista- Chefe de quê?"

Bannon é racista, da mais radical extrema direita. Sua "idola" é a líder da direita da França, candidata a presidente em 2017. Que 24 horas depois da conquista de Trump, afirmou em entrevista ruidosa: "Ele facilitou a minha vitoria". Bannon desagrega totalmente, não agrega ninguém.

Trump tem que nomear mais de 3 mil auxiliares, alguns para cargos super importantes. Mas pelo menos um terço (mil), precisa de ratificação do Senado, inteiramente dominado pelo Partido Republicano. Um só exemplo, já publicado por
jornais e televisões: sua primeira mulher quer ser embaixadora na Republica Tcheca.
Lá mesmo, nos Estados Unidos, especialistas afirmam: "Será difícil o Senado aprovar como Embaixadora, apenas quem é ex-mulher". E fulminam: "Ela nasceu na Republica Tcheca, como pode ser Embaixadora dos Estados Unidos?".

Ex-prefeito de Nova Iorque pode ser Secretario de Estado

Todos os órgãos de comunicação, jornalistas do mundo inteiro, têm 60 dias, antes da posse, para cuidar de Trump como personagem principal. Portanto terminemos por hoje, com uma noticia que está "estrondando" a Europa e outras partes do mundo.
A possibilidade de Rudolph Giuliani, ser nomeado Secretario de Estado. Dos cargos livremente nomeados pelo Presidente, é o mais importante. Sem a menor duvida. Foi um razoável prefeito da capital dos Estados Unidos. Mas está num ostracismo político e administrativo de 15 anos. 

Ressurgiu apoiando Trump, sem nenhuma relevância. Poucos, até mesmo na campanha, sabiam da sua participação. Na Europa é inteiramente desconhecido. Obama, na sua ultima viagem internacional como presidente, tem que responder varias vezes. Mas sem convencer ninguém.

Maia luta pela reeleição

Lançaram com muita antecedência, a campanha para Presidente da Câmara. Faltam 2 meses e meio, mas ha mais de 4 meses, se discute e se negocia intensamente a conquista do cargo. Normalmente é importante. Mas colocado no primeiro lugar da hierarquia da sucessão presidencial, ganhou importância e relevância acima de qualquer expectativa.

Deputados inexpressivos, que já ficariam satisfeitíssimos apenas com uma reeleição, agora são colocados diante de 2 anos maravilhosos. Sem limite durante esse tempo. Com projeções perfeitamente compreensíveis ou justificáveis, para depois de decorrido esse tempo.

Os deputados Rosso e Jovair, desconhecidos e ignorados até o impeachment, agora se julgam na condição de exigirem a indicação. Rosso já disputou e perdeu. Perderá novamente, a não ser que consiga ser candidato único. Impossível.

O favorito Rodrigo Maia

Quando Eduardo Cunha renunciou e o cargo ficou vago, surgiram vários candidatos. Entre eles Rodrigo Maia, que praticamente vegetava do ponto de vista parlamentar. Não era contra ou a favor do presidente cassado. Não participou nem de longe da conspiração parlamentar.

Falavam que poderia ser líder do governo ainda provisório. Até que Eduardo Cunha, numa reunião tumultuada com Michel Temer, exigiu: "O líder do governo tem que ser o deputado André Moura". 
Desconhecido pessoalmente a não ser 
por estar sendo processado por tentativa de homicídio. E pertencendo a um partido que têm 9 dos 513 deputados, ninguém imaginava que pudesse ser líder. Mas excluídos os palavrões, foi chamado ao Jaburu e nomeado.

Surgiu então nome de Maia para presidente da Câmara. Rosso era candidato lançado, mas não aglutinava. Maia logo entusiasmou o eleitorado. E eleito, de forma surpreendente, se transformou num presidente que ninguém imaginava. Fez os trabalhos andarem com tranqüilidade. E nas 4 vezes em que substituiu o próprio Presidente da Republica, nenhuma preocupação para lado algum

Agora brigam pelo cargo. Mas ninguém conseguirá ganhar de Rodrigo Maia. Ele só não continuará presidindo a Câmara, se não puder ser candidato. Mas aí será uma violência incrível contra a tranqüilidade democrática. E uma injustiça com alguém que se revelou num momento de crise. Dentro de 2 anos, poderá ser uma solução para o Estado do Rio.

Claudia Cruz na Lava-Jato

Gastou horas e horas, do Rio a Curitiba, e mais ainda na volta. Mas seu depoimento não chegou há 20 minutos. Ficou em silencio diante dos Procuradores, também não respondeu a duas perguntas do juiz Sergio Moro.

De acordo com o combinado, respondeu apenas aos próprios advogados. Mas disse o mesmo que já havia dito aos Procuradores, ha meses: "Não tenho conta, o dinheiro que gasto é do meu marido. E nunca perguntei a ele de onde vinham os recursos". Nada acabou ainda para a mulher de Eduardo Cunha.

Ficando no âmbito da Lava-Jato: o STJ, (Superior Tribunal de Justiça) negou mais um pedido de liberdade do ex-ministro Palocci. Ele não tem mais foro privilegiado, é julgado pelo STJ. Mas este tribunal, tem tido a mesma bravura e independência do Supremo. Principalmente do Ministro Zavascki, que trata de tudo da Lava-Jato. Palocci ficará ano longe da liberdade.  A culpa é dele.

O povo na Alerj, sem medo da policia

Era povo mesmo, dominou as ruas. Entraram e saíram da Alerj, pacificamente. Havia exagero de violência, policial atirando bomba em policial. Os manifestantes que protestavam, eram funcionários dos mais diversos setores. Que alem de não receberem, são altamente sacrificados, por esse pacote chamado de AUSTERIDADE. Que na verdade é roubo.

Esse povo obteve varias vitorias. Em primeiro lugar, a votação foi "jogada para dezembro".  

E existe possibilidade de ficar para 2017. Muitos deputados, que eram tidos como favoráveis á aprovação do "pacote", já mudaram de posição e de opinião. Pelo menos em pontos importantíssimos.

Quem continua inflexível, é o presidente da Alerj, o notório Jorge Picciani. Ontem insistia sem o menor constrangimento: "O pacote será aprovado, sem alteração, da forma como foi enviado". 

Ele não precisa de salário ou de aposentadoria. Não tem nem tempo para responder ás tremendas acusações do jornalista Chico Otavio. É tudo mesmo irrespondível.  

PS- A louvação desbragada ao indireto Temer, no programa "Roda Viva", continua tendo repercussão negativa. Mostrando que foi rigorosamente não jornalística. Na verdade, foi um festival Wagner de não jornalismo.

PS2- Apesar de ter audiência mínima, poderia ter obrigado o presidente a prestar informações. Mesmo que seja exercício de futurologia, como ele adora. Mas pretendiam endeusá-lo em vez de entrevista-lo.

PS3- Uma jornalista saltitante, dizia para outra colega: "O presidente vai lançar um romance, de romance ele entende". E fugiam dos assuntos que deveriam ser obrigatórios. 

PS4- Temer ficou tão satisfeito, que encerrando o programa, rindo muito, agradeceu: "Obrigado pela PROPAGANDA". Que Republica.


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