Como
reconstruir o Brasil. com o pessimismo crônico e o otimismo anacrônico
HELIO FERNANDES
Aproveitando
um vice ambicioso. Uma presidente displicente. Um presidente da Câmara
corrupto. Minoria parlamentar ocasional transformada em maioria votante. E
vitoriosa. Inauguraram no Brasil o "não governo". Antes só pregado
pelos anarquistas, que jamais chegaram ao Poder.
Sabiam
que ideologicamente era perfeito, mas não funcionaria na pratica. È o que os
"anarquistas" brasileiros estão provando. Á custa da miséria de 200
milhões de habitantes. Menos o UM por cento que domina tudo. E enriquece cada
vez mais. Só não se sabe até quando.
O vice,
que publicamente se auto-definiu como "decorativo", imediatamente
vazou a carta para um jornalista, que publicava ou negava e abandonava a
profissão. Mas para o vice, o "vazamento" era ponto de partida e de
chegada. Dando salto da vice "decorativa", mas indispensável, para a
presidência, apesar de provisória e a seguir indireta.
E não se
completa apenas com essas duas palavras. Na tentativa da auto adoração, já que
não recebem nem de longe o aplauso popular, é o primeiro presidente a acumular,
3 palácios ao mesmo tempo.
O
Planalto, onde não exerce nenhum poder, e deixa evidente o desperdício de
executar um projeto que não tem.
O Jaburu,
palácio de origem, mais do que moradia. A tentativa afinal vitoriosa, de fundir
a condição confessada de "decorativo", com a de chefe ou subchefe da
conspiração parlamentar. Que junto com o poder com varias, denominações, lhe
concedeu a posse e o domínio do terceiro palácio.
O Alvorada.
Que mostra 56 anos depois, a mais do que provada genialidade de Oscar Niemeyer.
Não só como arquiteto consagrado e admirado pelo mundo. Mas também como
pensador ao dar ao Alvorada esse nome e titulo. Pois para o provisório
indireto, só serve para uma alvorada inócua, inútil, indireta.
Serve para
o indireto tentar aglutinar estouvadamente, 200 deputados dos
400 que
convocou para a primeira grande votação. A da PEC dos gastos, que de impensada
e imprensada pela irrelevância e irregularidade do objetivo, passou
popularmente a ser identificada como PEC do desgaste.
Isso na
primeira rodada na Câmara. Na segunda, coube a Rodrigo Maia, substituto do
substituto, usar o palácio para dar impotência falsa, a uma votação já ganha
pela complementação, complacência, compartilhamento, cooptação desabonadora.
Depois de
escalada rápida até chegar á condição de agora, outras incertezas. È indireto e
pode ser substituído por alguém tão indireto quanto ele. Basta que o TSE, (Tribunal
Superior Eleitoral) tente recuperar sua obrigação, descuidada e desprezada
durante 9 meses.
Nesse
tempo, pelo menos 3 Ministros eram a favor da cassação da chapa Dilma - Temer.
As investigações, as pericias e os depoimentos, não deixavam duvida. Levavam á
constatação, que as campanhas de 2010 e 2014, foram financiadas com dinheiro
sujo, ilegítimo e impuro.
A
campanha que o TSE investiga ha 9 meses, é de 2014. A partir de 4 ações do
candidato derrotado Aécio Neves. Agora parceiro e cúmplice do presidente
indireto. Indireto e mais do que tudo, subserviente, inseguro, incerto.
Temer: refém e possível réu de duas delações
Se
conhecesse historia, poderia repetir o Presidente Epitácio Pessoa em 5 de julho
de 1922, no Hospital Central do Exercito: "Tanta bravura por uma causa inglória".
Só que Epitácio, utilizando o tipo de eleição da época, derrotara simplesmente
Rui Barbosa. E emocionado, dera grandeza ás palavras bravura e inglória, que
Temer não conhece nem de dicionário.
Alem das
ações do TSE, Temer vive assustado com duas constatações que podem atingi-lo pessoalmente,
e desatrelar seu mandato indireto. Uma delas: que viria do depoimento
monumental do empreiteiro Marcelo Odebretch. E maia 50 ou 60 executivos e
ex-executivos da empresa. Ainda em sigilo, dizem que pode se tornar publica no
finzinho deste 2016 ou no inicio de 2017. Falam na inclusão de Michel Temer. Se
não incluir, não é monumental.
A outra
intimidação, se for feita, atingirá Michel Temer em pleno vôo. Já perceberam
que virá de Eduardo Cunha, não é delação e sim confissão. Ele quer fazer, a
equipe da Lava-Jato não acredita nele. Está respondendo a tantos inquéritos,
indiciamentos, acusações, que para obter benefícios ou recompensa, terá que
"entregar" no mínimo um personagem da sua intimidade, como Michel
Temer.
Se negar
fatos ligando os dois, antes, durante e depois do impeachment, nem será ouvido.
Se confirmar, não precisa inquérito, Temer RENUNCIARÀ. Nesse dilema, um homem
como o ex-presidente da Câmara, não hesitará.
Em matéria
fora das delações e sim de realizações, para confirmar o que coloquei no
titulo, basta lembrar que está completando 6 meses desde que assumiu como provisório,
na Câmara. E foi confirmado como indireto pelo Senado. Fala muito, promete mais
ainda, mas não faz nada. A única matéria aprovada, que é negativa e não
afirmativa, falta a garantia de duas votações no Senado.
A reforma
da Previdência, é sempre adiada. Tem medo que não seja aprovada na Câmara e no
Senado, pode atingir deputados e senadores. Que se aposentam com 8 anos de
"trabalho". 2 mandatos na Câmara, 1 no Senado. O que não fez, uma
calamidade. O que promete, outra, trágica.
Duas
realizações (?) do fim de semana. 1- "Sou a favor de uma queda responsável
dos juros". Em 6 meses, reduziu 0,25 da Selic. Ainda no tempo de Dona
Dilma, eu sugeria juros de 10 por cento. Isso, mais tarde, confirmado por
economistas renomados, competentes, independentes.
2- "O
desemprego começará a cair a partir de 2017". Adoraria que isso fosse
verdade, apoiaria sem qualquer constrangimento. Mas precisaria saber quanto dos
12 milhões e 400 mil conseguiriam emprego. Ouviu isso de Meirelles, mas não sei
qual dos dois é mais desacreditado.
Hoje, Trump luta pelo segundo lugar
No fim
desta terça, quase na madrugada de quarta, o mundo, respirando aliviado, saberá
que pela primeira vez na Historia, a maior potencia mundial, será presidida por
uma mulher. Hillary não é o ideal, mas é inequivocamente a melhor. Não só para
os 300 milhões de americanos. Mas também para os pouco mais de 7 bilhões de
habitantes do mundo.
Sempre se
soube que o segundo lugar não é um premio ou reconhecimento de mérito. Mas
Gabriel Garcia Marques, colocou as coisas nos lugares, com uma frase
perfeita:
"Em qualquer competição, o segundo lugar não representa vitoria ou
consideração". Para Trump, a derrota e o segundo lugar, são agravados pelo
fato indiscutível. Ele chega em segundo apenas com 2 candidatos.
O "capital motel" voltou
A Bovespa
tem subido muito no ultimo mês. Não como conseqüência de qualquer medida positiva.
Ou esperança numa possível ou suposta esperança de recuperação. E sim pelo
malabarismo do próprio "mercado", e seus operadores profissionais.
Isso já aconteceu ha tempos, se chamava "capital motel", pela
velocidade com que entravam e saíam.
Ganhavam diariamente,
na entrada e na saída, na compra e na venda. Quando achavam que já haviam
ganhado o suficiente, iam embora. Não pagavam nenhum imposto. Nem mesmo sobre
os lucros, que não precisavam declarar. Ganham também na compra e venda de dólares.
Esse tipo de negocio, 'mágico', voltou.
PS- Já
votaram antecipadamente, nos EUA, 40 milhões de pessoas. Com a maior
facilidade. Acredita-se que hoje, se atinja o total de 80 milhões de votantes.
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