Nos
bastidores
FERNANDO CAMARA
Em são consciência, seria
impossível esperar que o País voltasse à normalidade em poucos meses. Afinal,
foram anos de descaminhos. Mas o ritmo de Temer está muito aquém do que a
sociedade espera e precisa.
A sociedade não foi convidada para a festa,
mas querem que ela pague a conta sozinha. É preciso equilibrar as forças, e que
o cidadão comum tenha a sensação de que algo efetivamente esteja sendo feito a
seu favor, sem lhe cobrar mais do que já foi cobrado.
Permanece no inconsciente coletivo a ideia de
que o governo só opera para salvar a própria pele, ainda que existam esforços
consistentes para salvar o País.
Nos Bastidores 1
A CPI do IBOPE está em
gestação, articulada por diversos deputados de várias colorações. Faz parecer
que tem alguma utilidade, mas tem custo, nunca menor do que R$ 3 milhões, e só
serve para constatar que nas eleições há perdedores. Os Institutos de pesquisas
não sobrevivem de clientes só em períodos eleitorais; eles têm clientes privados
que necessitam de informações precisas e, no caso dos eventos eleitorais, criam
uma possibilidade única de conferir o resultado de uma PESQUISA.
Nenhum jogaria fora quatro anos de trabalho e
de clientes em função de um período eleitoral. No caso do IBOPE, tem mais de 60
anos.
Nas eleições o PT foi massacrado
Insistem os jornalistas nas análises
políticas, em citar "direita" e "esquerda". Por definição
histórica centenária, a "direita" são os que se alinham com os
conservadores e a "esquerda" são os que se alinham com as mudanças.
Acho que melhor seria redefinir em dois
grandes grupos os que pensam que o futuro tem preço e que se deve pagar uma
conta, e os que consideram que o futuro cai do céu.
Visivelmente, a máquina pública está quebrada,
o país não. Todos os governantes, que em quatro anos gastaram o que não podiam
e que não cumpriram as metas básicas de responsabilidade, agora penalizam os
contribuintes com anúncios de aumento de impostos.
O PT foi massacrado nas eleições porque não
dimensionou a conta do futuro e porque foi pego com a goiabada furtada da
Petrobras.
Votos brancos
Constatada uma enorme quantidade de votos
brancos, nulos e abstenções, o mundo dos intelectuais cientistas políticos irá
se debruçar em teses para chegar a mesma conclusão que o povo chegou: não
confiam nos políticos e não vêm sentido num sistema democrático sem justiça.
Nos eleitos das capitais não há um só partido
em destaque, a pulverização de partidos no Poder Municipal corresponde a má
atuação política administrativa dos grandes partidos. Enquanto isso, Temer,
Renan, e vários jornalistas fazem a propaganda da necessidade da redução do
número de partidos, desejam dois partidos, pois controlar a máquina partidária
é mais fácil do que controlar o voto dos eleitores insatisfeitos.
O PSDB governará 48 milhões de eleitores, com
destaque para o estado de São Paulo.
Não haverá briga entre Aécio e
Alckmin
Alckmin está mais organizado em vários
partidos, e sob a sua batuta o PSDB elegeu mais prefeituras do que outros
possíveis concorrentes. Aécio tem como missão a reconstrução da sua imagem em
Minas Gerais e também a do partido.
Foro privilegiado
"O ideal seria, realmente, restringir o
foro privilegiado, limitar a um número menor de autoridades. Quem sabe, os
presidentes dos três Poderes". A proposta é do juiz federal Sérgio
Moro
O ideal seria equipar e estruturar o STF –
rapidamente – para instaurar inquéritos e julgar todos os que estão denunciados
nos últimos 30 anos. O STF não tem que dar um "privilégio" aos que
devem, e sim deve ser um Foro Qualificado para julgar rápido.
Jucá líder há 20 dias
O senador Romero Jucá foi escolhido para ser o
líder do Governo no Congresso, há 20 dias, mas todos aguardam a sua efetivação.
Tratará basicamente das propostas de Orçamento.
Ele está sempre pronto e preparado para ser
líder. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso, com Lula, com Dilma Rousseff.
Esse histórico figura no topo do seu currículo.
Lembremos que no governo de Michel Temer,
Romero esteve ministro do Planejamento, mas não vingou. Ele foi derrubado pela
denúncia do Sérgio Machado. Será que denúncia da Odebrecht terá alguma munição
contra o senador?
Há de se observar a distância das discussões
políticas em que o Líder do PMDB no Senado, Senador Eunício Oliveira, se mantém.
Lava Jato
Acordo Odebrecht após o feriado
de 16 de novembro
Meses depois de ter trocado de advogado e da
assinatura de um termo de confidencialidade com o Ministério Público, Marcelo
Odebrecht permanece preso. Mesmo confessando o que sabe, o país permanecerá em
estado de choque e em recuperação.
Com a assinatura, os procuradores podem
começar a colher os depoimentos formais dos executivos e submetê-los ao
ministro Teori Zavascki, relator no Supremo Tribunal Federal.
Pressão no Prazo
Após a homologação dos acordos, procuradores
devem usar o material da delação para requerer a abertura de investigações. Não
há prazo legal para que o relator no Supremo homologue a delação. Assim, a
pressão da sociedade se torna um elemento fundamental na conclusão deste
Processo.
Serra pisando em ovos
O futuro do candidato Serra se complicou
quando as delações dos executivos da Odebrecht apontaram dois nomes como sendo
os operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira via caixa dois à
campanha presidencial de José Serra, em 2010.
Segundo a Folha de São Paulo, foram citados o
ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho e o ex-deputado federal Márcio Fortes
(PSDB-RJ), ex presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano no
governo Serra.
Lula não votou
Justiça não é partido político e não deve ser
freada pela opinião pública. As regras devem ser cumpridas e assim a vez de
Lula responder se aproxima.
Reforma Política
Muito necessária à discussão com a Sociedade.
Repatriação
Até aqui deu certo. Bilhões foram repatriados,
mas é preciso lembrar a "pedreira" que o deputado Manoel
Junior (PMDB/PB) enfrentou para chegar ao final do texto
que foi aprovado e que hoje traz resultados positivos ao País.
DOCAS do Rio - Porto municipal
O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella,
pediu ao presidente Michel Temer a municipalização do porto do Rio de Janeiro.
Temer não respondeu. A proposta é interessante se o Governo Federal entregar
junto com o porto as verbas proporcionais do setor. Não acredito que a União
cederá as verbas.
Nos bastidores 2
Uma articulação ganhou corpo nas últimas
semanas. Pesos pesados se movimentam nos bastidores e selecionam projetos para
a anistia ao caixa
dois e o novo marco para acordos de leniência, sob o
argumento de que é preciso criar mecanismos legais que garantam punição aos que
praticaram crimes, mas impeçam a "quebradeira generalizada", em
especial do Setor Elétrico, mas ninguém aparece como autor ou relator.
Com a prisão de Eduardo Cunha (PMDB) e do
ex-ministro Antonio Palocci (PT) a preocupação aumenta.
Pessoas próximas a Cunha têm dito que é um
erro limitar o potencial bélico do ex-presidente da Câmara ao universo
político. O ex-deputado, reconhecem, não conseguirá, nessa esfera, fazer mais
estragos do que a delação firmada por executivos da Odebrecht. O líder do
governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), defende que a delação premiada só
poderá ser negociada com réu solto.
Herman Benjamin não pode ser
esquecido
O ministro não sinaliza quando poderá julgado
pelo TSE o processo que pode resultar na cassação da chapa Dilma Rousseff e
Michel Temer.
O ministro reafirmou que será um julgamento
técnico e eventual caráter histórico não vai pesar na sua decisão.
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