O "novo" Trump quer subir ao palco
HELIO FERNANDES
È o nome do dia
nos Estados Unidos e no resto do mundo. Não recebe um só elogio, acumula
restrições, mas não pode ser esquecido. Nos próximos dias que completarão o
tempo até 20 de janeiro. Nos dois meses que faltam para ser presidente de fato,
ninguém será tão citado e insultado quanto ele. E merecidamente.
Será
empossado como o presidente de numero 45. Reconhecido e proclamado como
racista, troglodita, preconceituoso, sonegador de impostos, desrespeitador de
mulheres, sem palavra, sem respeitabilidade, sem qualquer credibilidade,
personagem com o qual teremos que conviver. Não só até á posse, mas nos próximos
4 anos.
Pasmem,
talvez até em mais 4. Pois ele mesmo divide sua atuação presidencial. E tem se
referido assim, ao tempo de execução: "Isto ou farei no primeiro mandato,
algumas coisas deixarei para o segundo". Podem dizer, "Isso é impossível",
mas sua vitoria agora, também era negada e desprezada".
Antes de
Trump, os Estados Unidos tiveram 44 presidentes. Apenas 1 indireto e sem
eleição. Gerald Ford, que era presidente da Câmara, quando Nixon, eleito e
reeleito, renunciou para não sofrer impeachment.
5
estadistas, sendo que um deles eleito e reeleito 4 vezes. Que junto com a
Inglaterra e a União Soviética, livrou o mundo do "Reich dos Mil
anos". O que prova que muitas vezes o eleitor acerta de forma magistral.
Mas também erra muito, até mesmo por falta de opção.
O povo
americano elegeu 17 presidentes medíocres. E 21 rigorosamente inexpressivos.
Para 228 anos de eleições, (a partir da primeira, em 1788,com candidatos do
Partido Federalista e Republicano, o Democrata só seria formado 40 anos depois,
em 1828) convenhamos, a media é rigorosamente decepcionante, depressiva, deprimente,
revelando displicência,
Mas nada igual à Trump
Quando
ele foi lançado sob protestos nas previas do Partido Republicano, eram 7 ou 8
nomes, dentro da tradição eleitoral do país. Ninguém levava Trump em conta. Mas
durante 1 ano, no espantoso festival de esbanjamento de dinheiro, Trump foi
ultrapassando a todos. Com suas bandeiras destruidoras, mas que se prenunciavam
gloriosas e vencedoras.
Chegou ao
pódio inimaginável, à poderosa presidência dos Estados Unidos, a maior potencia
mundial. Que como se vê, assusta e preocupa os mais diferentes países. Todos os
Continentes imaginam como se relacionar com um país presidido por um personagem
como Trump.
Os recuos e contornos, de um presidente sem planos
È
evidente que a destruição proposta e encaminhada por Trump durante a campanha,
é tão avassaladora, que precisa de tempo para ser consumada. E tem que garantir
apoio e sustentáculo, para corresponder ao que garantiu. Mas não esperava que critique
e resistências surgissem da forma tão arrasadora como surgiram.
Principalmente
da Europa. Pessoalmente, através de lideranças respeitadas. Ou do próprio
Comitê da UE, atingindo-o coletivamente.
O que
mais o surpreendeu e motivou as mudanças que já deixa entrever: o fato dos
maiores lideres da Europa, terem dito, textualmente: "Como contracenar ou
compartilhar ideias, com um homem que não conhece o mundo?". Queriam
se referir ao fato de Trump jamais ter saído dos Estados Unidos. Parece inacreditável,
mas é rigorosamente verdadeiro.
Motivou o
presidente eleito, que já admite mudanças a partir da posse, mas elaboradas
desde agora. Vai levar tempo para concretizar, quer apresentar como necessidade
e não concessão.
Trump vai viajar muito, logo nos primeiros
meses
Totalmente
confiante na liderança e competência do vice presidente, deixará as medidas
administrativas internas, a critério dele. Que negociará a execução, para
quando ele voltar de viagem. De algumas dessas medidas não abrirá mão, para
atingir Obama e o Partido Democrata. E satisfazer o Partido Republicano.
Insiste em dizer, "não preciso de partidos". E pela contundência da
vitoria, parece mais do que irrefutável que teria chegado á Casa Branca como
candidato independente.
Como
Trump será personagem diário e obrigatório, por muito tempo, terminemos hoje,
com um fato que por enquanto é rigorosamente exclusivo. Se concretizar a ideia
de viajar, já tem dois países escolhidos: o Vaticano e a Rússia. Ainda não
decidiu qual dos dois visitará primeiro. Considera que a ida á Rússia, ainda
mais em primeiro lugar, provocaria contrariedades. Mas apregoa, "não tenho
medo de nada, sou um vitorioso em tudo"
Temer: contrariedades
e contradições
Com a
decisão do TSE, (Tribunal Superior Eleitoral) desabando sobre o seu mandato,
liquidando-o e acabando definitivamente da condição de provisório e indireto, Temer
sofre pressão em cima de pressão. Se Gilmar Mendes conseguir salvar seu
mandato, existem problemas políticos cada vez mais insolúveis. E todos começam
com a eleição para Presidente da Câmara.
Antes
era apenas eleição, agora passou a reeleição. Ele, o insubstituível Renan, e o próprio
Rodrigo Maia, concordavam: a solução é manter tudo como está. Foram buscar até
o parecer do Ministro aposentado do Supremo, Francisco Rezek. Que respondeu: "Numa
questão ANOMALA, a reeleição é permitida".
Mas Rogério
Rosso e Jovair Arantes, que apoiaram integralmente o impeachment de Dilma,
consideram: "ANOMALO é eles serem preteridos por Maia, que nem existia na época
do impeachment". Rosso já foi derrotado por Maia, agora quer o cargo.
Falta
contentar Jovair Arantes, que não se conforma em ter tido o trabalhão de ler
234 laudas que nem sabe quem escreveu, e agora, "ser jogado para
escanteio". E o candidato do PSDB, o primeiro a ser lançado, o líder
Imbassahy. Aécio Neves, em situação deprimente dentro do partido, não pode
admitir a recusa. Principalmente com o crescimento de Geraldo Alckmin.
E os
problemas não se restringem a esse. O senador Romero Jucá, demitido de forma
fulgurante do Ministério do Planejamento, quis ser Presidente do Senado. Mas
Eunicio Oliveira já está acertado. E alem do mais, bem longe da Lava-Jato.
Romero compreendeu, mas quer ser lider do governo no Senado.
Impossível
nomea-lo. E os vetos e advertências surgem imediatamente. Como lider, estará em
contato com o presidente, nos mais variados momentos. Todos os projetos passam
pelo Senado, o líder tem que falar com o presidente, varia vezes por dia. Como
resolver? E existem outros problemas políticos.
O pessimismo triplo do presidente do BC
Tem
deixado claro. O PIB não terá o crescimento anunciado para 2017. A inflação também
tende a cair menos do que ele mesmo apregoava. E finalmente o terceiro item,
esse como informação: "Com as noticias ruins sobre PIB e inflação, será difícil
baixar mais os juros".
Ora, se
com a esperança de que “a economia crescia", a Selic depois de 4 anos, só
caiu 0,25, o que se pode esperar. Especialistas culpam diretamente o presidente
do BC. Unanimidade: "O Banco Central age com cautela exagerada. E os juros
atropelam toda a economia, impedem o crescimento. E o investimento”.
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