PL vai evitar o cerceio de defesa de
juízes
(...) “Não é confortável observar que “nuvens espessas” pairam no céu
da magistratura. Os indícios estão desde os cortes do orçamento do judiciário,
a dezenas de projetos de lei e emendas a constituição que tramitam no
Congresso”.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Caminha a passos largos um projeto de lei (PL) na Câmara dos
Deputados cujo texto vai evitar que juízes trabalhistas indefiram sem
justificativa, as perguntas feitas a testemunhas.
Ao que tudo
indica as decisões tomadas por juízes autoritários e avessos a igualdade de
condições no desenvolvimento da oitiva de testemunhas, entre outros percalços,
comumente ocorridos em audiências e no curso da ação sofram deformações que se
traduzam em flagrante prejuízo a uma das partes demandantes.
O cerceio de
defesa já tem previsão legal, no capitulo da CLT que prevê a existência da
oitiva, (oralidade) mas o diploma não tem sido respeitado nos tribunais e isso,
chamou a atenção de legisladores, que já atuam no Congresso com objetivo de
disciplinar essas medidas reacionárias, revela uma fonte parlamentar. Se, “o
juiz pode conduzir a oitiva e forçar com perguntas em muitos casos injustas,
porque o advogado não tem o mesmo direito e possa desenvolver sua tese de forma
coesa e justa”?
O PL 6.077/16 do deputado Vander Loubet (PT-MS), tem bases
sólidas, inspirada na realidade do dia-a-dia das audiências trabalhistas. No
seu fundamento o parlamentar cita que o NCPC traz como necessária a
fundamentação de todas as decisões judiciais. Segundo o parlamentar, nem sempre
os juízes explicam os motivos para o indeferimento, fato que fere o direito de
defesa.
O único obstáculo a aprovação do PL, embora possua mecanismo que
possibilita aos advogados recorrerem do indeferimento de perguntas ou a oitiva
de testemunhas. O problema é que ao requerer que conste em Ata a negativa para
que se consiga recorrer à instância superior, o juiz dificilmente inclui na
Ata. Isso alem do cerceio, vem gerando incidentes quase sempre com rompantes de
juízes, que se revestem de excessivo poder, sem levar em conta do direito do
cidadão.
Diferentemente do ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski, que
costumava apoiar pedidos de reajustes a juízes e servidores, Cármen Lúcia vem
adotando uma posição de austeridade salarial.
O fato é que não existe mais espaço no universo da justiça o
juiz/estado como ser absoluto, isso é discricionário, investe contra a
liberdade de expressão e fere frontalmente a igualdade. Foi um erro brutal a
Constituição e a Loman, conceder a magistratura poderes supra Republicano. Isso
vem causando profundo trauma na sociedade, investe contra o Estado de Direito e
causa prejuízo material e humano.
Ao obstacular o contraditório, o juiz colide com a fonte de
informação que pode subsidiar sua decisão de forma justa. Por outro lado, a
magistratura hoje, tem merecido baixos índices de aprovação nas pesquisas de
opinião.
Um dos péssimos exemplos de postura está na Lava Jato, onde o STF
em dois anos não condenou nenhum político e apenas dois são réus. Mas a
morosidade a falta de trato esmerado das serventias e dos magistrados para com
a sociedade é o maior deles.
Não é
confortável observar que “nuvens espessas” pairam no céu da magistratura. Os
indícios estão desde os cortes do orçamento do judiciário, a dezenas de
projetos de lei e emendas a constituição que tramitam no Congresso.
Há pouco, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministra Cármen Lúcia, deferiu liminar que voltou a suspender a tramitação de
32 projetos de lei relacionados à Justiça do Trabalho.
E o ministro Ives Gandra fechou acordo com o Congresso
para preservar o orçamento da Justiça trabalhista e, em troca, desistir, por
enquanto, de pedir novos desembolsos da União, enquanto durar a crise econômica
do país. De acordo com o presidente do TST, adiar a abertura de 8 mil novas
vagas, por exemplo, significa uma economia de R$ 1 bilhão por ano.
A maioria dos projetos tratava da
criação de varas do Trabalho e de cargos de juiz, que precisam de aprovação de
lei pelo Congresso Nacional. Havia ainda projetos de aumento salarial da
magistratura trabalhista e concessão de benefícios. A medida não foi bem
recebida pelos magistrados trabalhistas. Diversos ministros do TST defenderam
que o presidente.
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