Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

 Os próximos 70 dias confusos nos Estados Unidos

HELIO FERNANDES

Assim que às 6,29 da manhã de terça feira, foi declarada a vitoria de Donald Trump, o mundo explodiu. Parabéns do planeta inteiro, e com restrições. O presidente da Rússia, foi o primeiro a cumprimentar o novo presidente dos EUA. Rigorosamente compreensível. E sem nenhuma surpresa, os elogios iam chegando.

Toda a America Latina, que tinha se mantido abertamente contra Trump, mudou de posição, se arrojou aos pés do vencedor. Todos os países lideres considerados esquerdistas- direitistas, carreiristas - oportunistas, foram os primeiros a cumprimentar Trump.

Do Brasil, o Ministro do Exterior, que tinha atacado implacavelmente o candidato contra Hillary, se apresentou numa reviravolta total. Usou a frase famosa do futebol, "treino é treino, jogo é jogo". Não citou o autor da frase, o grande jogador Didi. O presidente indireto seguiu seu Ministro, em manifestação ridícula, "se colocou á disposição do novo presidente".

Lá de longe, do Oriente Médio, o Primeiro Ministro de Israel, mandou parabéns, mas fez restrição á posição em relação á criação do Estado Palestino. Na campanha, Trump deixara entrever, que era favorável ao Estado Palestino. De todos que mandaram comunicações para Trump, sem mudar de convicções, Angela Merkel, ratificou totalmente, o pensamento.

Autentica, corajosa, colocou diante de Trump, suas posições, assim, textual: "Não tenho restrição de conversar, mas o senhor tem que assumir o compromisso de respeitar as mulheres, não se jogar violentamente contra os imigrantes, não cumprir a declaração absurda e vergonhosa, de construir um muro separando o México dos Estados Unidos".
         
Hillary e Obama 

Os dois fizeram discursos, com pouca diferença de tempo. Ela usou 12 minutos, ele em 7. E o conteúdo, rigorosamente igual. Tanto Obama quanto Hillary, exaltaram "o compromisso democrático, de garantir a transição, elogiando desabridamente o vencedor, contra quem, se mantiveram de forma tormentosa, durante toda a campanha.

Hillary falou, mais rapidamente do que se imagina, “pode ser que uma mulher, surja para a presidência". Pode ser que esteja tentando abrir uma brecha para ela mesma. Dificílimo, mas não impossível. Ou então dentro de 4 anos, a chance de uma personalidade, nacional ou internacional, notável carisma, e tenha a chance que Hillary não teve.

Em 16 anos, Os Clinton ganharam no voto popular

Mas perderam no Colégio Eleitoral. Em 2000, o vice de Clinton, Al Gore, teve 567 mil votos populares a mais. Mas ganhou na fraude, perpetrada pelo irmão de George W. Bush, governador de um estado chave.

Agora, Hillary teve 200 mil votos populares a mais. E novamente, os votos no Colégio Eleitoral, não foram suficientes para a vitoria. É a "maldição "de uma contagem, que é vantajosa num lado e desvantajosa no outro. 


Nestes 70 dias que faltam para a posse, muita coisa acontecerá. A partir de 20 de janeiro, haverá a definição do Trump da campanha. E do Trump da Casa Branca. Não é muito tempo.

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