2016, 2017,2018: hipóteses,
ambições, possibilidades
HELIO
FERNANDES
Faltam
exatamente 2 anos para a sucessão presidencial, se é que haverá alguma. (Esse 3
de outubro ficou marcado como data da eleição, depois de implantada uma
ditadura de 15 anos, apelidada de Revolução. Foi também o primeiro asilo da
Republica. Derrubado, o presidente Washington Luiz foi expulso do país,
obrigado a morar nos EUA).
2 anos é
muito tempo para qualquer analise, principalmente quando se trata do cargo mais
importante. Durante esse período, acontecerão muitas coisas, mas nenhuma
evolução, modificação, transformação. Os personagens serão rigorosamente os
mesmos que estão nas manchetes, às brigas serão internas para conseguir a imprescindível
legenda.
Na
eleição municipal, três prefeitos eleitos, se lançaram e se fixaram na
afirmação, "não sou político". Apenas oportunismo e mistificação. Tão
políticos, que tiveram que se filiar a um partido, e já demonstram que querem
mais.
A eleição
municipal, que era considerada plataforma excelente para o salto presidencial,
não revelou ninguém. Todos sem exceção, serão os mesmos de antes. Alguns irão
se refugiar nos resultados de agora, apregoando vantagens, e jogando as
desvantagens para os supostos adversários. Mas ha muita contradição, e a importância
tão apregoada para 2016, ganhou um novo patamar, 2017.
Primeiro
a contradição, ou as contradições. O PSDB é tido como o grande vencedor, por
causa do numero de prefeitos eleitos. Mas o maior perdedor não foi Lula, como
tantos gostam de ressaltar, e sim Aécio Neves. Presidente do partido, era lugar
comum, que seria indicado candidato, com previa ou sem ela. Agora, tendo
perdido o governo de Minas, ficou também sem a Prefeitura.
Com duas
derrotas como essas, "dentro de casa", para continuar como
"jovem presidenciável", terá que derramar sangue, suor e lagrimas. E
está muito longe de ser um Churchill, que criou e imortalizou a frase.
Alem do
mais, Alckmin cresceu muito, não só pela vitoria no primeiro turno, mas também
pelo bom desempenho, nas outras 13 cidades importantes. E não se esqueçam de
Serra, candidato certíssimo. Com 76 anos não se agarra muito á vitoria, mas
pode favorecer Alckmin e prejudicar Aécio. Portanto, o PSDB monopolizou os
resultados municipais, contra e a favor.
Outro
grande derrotado, foi o presidente indireto. Perdeu em matéria de votos e apoios
para outra conspiração em 2018, esta não mais parlamentar. E demonstrou falta
de visão, se comprometendo com a ligação com Marta Suplicy. Assinou a ficha de
entrada no PMDB. E não escondeu que era sua candidata. Apoiou uma concorrente
que chegou em quinto lugar, numa eleição com 5 candidatos.
Para 2018, 2017 é mais importante do que 2016
Já
distante a eleição municipal, desvanecidos seus resultados e interpretações,
ganha prioridade o que já vem sendo discutido, não apenas nos bastidores: a
eleição do presidente da Câmara. Tão importante e com enorme poder de
destruição, o presidente indireto, em conluio com Renan Calheiros, tentou a
reeleição para Rodrigo Maia. Mesmo tendo que pagar o preço, da reeleição também
do presidente do Senado.
Ainda não
se falava no que o Supremo deve julgar amanhã: REU não pode figurar na
hierarquia sucessória. O obstáculo contra a reeleição, vem de longe, até mesmo
nos tempos do doutor Ulisses. Ele nunca foi reeleito presidente da Câmara,
apesar de ter ocupado o cargo varias vezes.
É que
descobriu ou inventou a formula que permitia se eleger,quando a Câmara voltava,
inteiramente vazia. Fim da legislatura. O Senado não permite a invenção, está
sempre em funcionamento. O grande problema para Temer, a maioria para as
votações, passa pela eleição do Presidente da Câmara.
Essa
escolha acontecerá no dia 1 de fevereiro. Já existem três candidatos, lançados,
e por enquanto, inarredáveis. Como revelei ha mais de 1 mês, com exclusividade,
Aécio Neves comunicou ao presidente indireto: "O PSDB quer o cargo, e já
tem o nome, unânime, Antonio Imbassahy".
Com o
desprestigio atual se não conseguir a presidência da Câmara, Aécio pode até ser
expulso. Pelo menos perderá a presidência da legenda.
Outros
dois candidatos, que trabalham a céu aberto: Rogério Rosso e Jovair Arantes.
Temer sabe a importância deles na Comissão Especial do impeachment. Estão
cobrando a recompensa. Temer teve que ir almoçar no apartamento funcional
deles, impossível dizer NÃO. O que conversou é desconhecido, mas não difícil de
compreender.
Sem Vice
presidente da Republica, é o substituto natural. Fácil de perceber a luta pelo
cargo. Deputados sem maiores expectativas, inesperadamente são projetados para
o alto. 2 anos de importância, biografia melhorada, manchetes de jornais,
entrevistas de televisão, cacife eleitoral aumentado. Como desistir de tudo isso,
facilitando a vida de Temer?
Isso é
visível no caminho de 2018. Mas ha o invisível ou imprevisível. Estão considerando
Lula "destroçado e ultrapassado". Apenas uma parte é verdadeira. O
destino dele não está consumado.
Faz
planos para 2022, lógico, passando por 2018, mesmo que não dispute pessoalmente.
Estará com 77 anos, Serra com 76,
Temer
com 78. Será a campanha presidencial mais medíocre. Mas também a mais longeva.
Dona
Marina descansa, se prepara e disputará pela terceira vez a presidência da
Republica. Já conquistou 20 milhões, depois 18, qual o tamanho da sua votação
na ultima oportunidade. E ainda existe o PRB, e o projeto do bispo Macedo,
representado pelo prefeito Crivella?
Julgamento no Supremo, amanhã
Importantíssima
a decisão dos Ministros. É tão obvio, que REU não pode participar da linha
sucessória, que a sessão é totalmente redundante. E só pode haver um resultado,
11 a 0, se comparecerem todos.
A movimentação
de Renan Calheiros, nos últimos 10 dias, um insulto ao tribunal e á comunidade.
O
presidente do Senado vem tentando se salvar, com duas soluções. A primeira,
transferir a decisão para 2017, fim do recesso, quando não será mais presidente
do Senado, estará fora da hierarquia da substituição. A segunda, um Ministro
pedir vista, a conclusão seria a mesma.
PS- O
Ministro da Fazenda, falastrão: "O Brasil VOLTA a crescer em 2017". Não
tem a menor base para a afirmação. Se tivesse, os sinais teriam que ser muito
mais evidentes. Como exemplo, a queda do desemprego.
PS2-
Alem do mais, provando a mistificação, usou a palavra errada. Como se refere a
um crescimento futuro (2017), deveria ter dito, VOLTARÀ em vez de VOLTA. È o
Meirelles que foi demitido do Banco Central por ineficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário