Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 1 de novembro de 2016

A fila anda 

FERNANDO CAMARA

A festa acabou. O PT vai tentar juntar os cacos, mas está atordoado e mal sabe por onde começar. Lula está atolado em denúncias, que brotam todos os dias feito água em cachoeira. Sítio em Atibaia é para os fracos. A PF vem investigando um certo chalé (chalé? ) em Punta Del Leste, no Uruguai, para onde seu filho já se aninhou. Tudo vai ficando cada dia mais nebuloso.

Com o fim das eleições nos municípios, o eleitor traduziu em números sua absoluta insatisfação com o quadro político vigente.

Não se fala em outro assunto, a não ser o baixíssimo desempenho eleitoral do PT em 2016. Havia de se esperar cenário diferente? Nem o cinturão vermelho, composto pelas cidades no entorno de São Bernardo resistiram. O resultado feriu o PT, e Lula consequentemente, de morte.

Votos em Ninguém

É imperativo refletir sobre o fato de, nesta eleição, a quantidade de votos que se identificam com o protesto ou com o nada.

No Rio de Janeiro

1.314.950 abstenções
569.536 nulos
149.866 brancos
2.034.352 Total de votos em desperdício
Crivella 1.700.030
Freixo   1.163.662

Freixo ficou em 3o lugar. O primeiro foi dos nulos e brancos, em segundo Crivella.

Mariano Marcondes Ferraz ficará preso

Enquanto o País se debruça sobre as comemorações dos resultados da eleição, o juiz Sérgio Moro e a Força Tarefa tocam os trabalhos de investigações, seguindo o DINHEIRO. E foi assim que prenderam o executivo da TRAFIGURA.

A Trafigura fatura mais de 125 bilhões de dólares por ano, é a terceira traiding em faturamento no mundo, maior do que a Cargill e do que a Bünge. Tem negócios no Brasil nos setores de petróleo, mineração, logística, portos, granéis e outros. Moro seguiu o dinheiro e achou 800 mil dólares de Mariano Trafigura nas contas de Paulo Roberto Costa. Achará mais 2,4 milhões de dólares. E, se seguir a partir de agora os dinheiros da Trafigura, achará mais propinas em contas de outras autoridades.

O empresário Mariano, de família tradicional do Rio de Janeiro, ficará na lista negra da Força Tarefa da Lava Jato.

Renan, o destemperado, mas todos estavam errados

O presidente Renan Calheiros carregou no verbo para qualificar o juiz de primeira instância que expediu mandado de prisão e de busca e apreensão no Senado. O juiz estava errado; exagerou  ao não encaminhar a Ação para o STF, fórum adequado para esta intervenção.

O MPF errou em solicitar a intervenção sem considerar a competência do Fórum. A PF errou ao aceitar tal ordem sem questionar a autoridade do magistrado.

Errou a Polícia Legislativa quando deixou de tomar uma atitude imediata no momento em  que recebeu em seu território de atuação e de competência a PF.

Errou a ministra Cármen Lúcia em comentar publicamente o fato, quando externou a sua opinião.  O ministro Teori, demorou em analisar e a sentenciar o ato.

Erra o STF em manter a prática de postergar, por anos, o julgamento de ações e de dar seguimento a inquéritos que envolvem os altos comandantes da Nação.

ECO

Se eu fosse o Renan, escreveria a função de todos usando o diminutivo ECO (juizeco, ministreco, procuradoreco, delegadoeco, policialeco) para todos.
Renan encontrou apoio entre os parlamentares, mas sabia que este episódio da adjetivação não daria em nada.

Fórum Privilegiado

O Fórum Privilegiado tem sentido bastante quando é posto para preservar o funcionamento dos Poderes. Considerando-se que existem mais de mil varas federais, caso todas elas recebessem denúncias contra as autoridades e estas fizessem carga, não haveria tempo nem um número de advogados que dessem conta de atender a demanda.

Assim, o legislador resolveu concentrar no STF as investigações das autoridades de congressistas, que se transformou em privilégio,  pois o STF não foi dotado de condições e equipamentos para dar sequência às investigações. E assim elas ficam engavetadas.

Caixa 2

Essa semana entra em pauta o que tem tirado o sono de 11 entre 10 políticos em Brasília: flexibilizar ou não o Caixa 2. Diante do que pode vir por aí, articula-se no Planalto um plano para anistiar o Caixa 2. Antes resistente, tudo indica, agora, que até Rodrigo Maia estaria disposto a trabalhar por isso.

Nenhum parlamentar assume publicamente a emergência do caso, mas em off, quando a luz apaga, é evidente a preocupação e urgência com que irão tratar o caso. Resta saber como a sociedade vai reagir.

Executivos da Odebrecht Executam

Dentro de alguns dias a Delação Premiada dos executivos da Odebrecht irá mudar completamente o cenário político brasileiro. Será democrática, contemplará a todos os partidos.

Portas fechadas

Até aqui o comportamento dos prefeitos eleitos era padrão. Fechadas as urnas, batiam às portas de Brasília para buscar recursos. Com o GF sem dinheiro e as prefeituras em estado lastimável em todos os sentidos, será muito difícil o cumprimento de tantas promessas.

Os prefeitos vão precisar muito mais do que criatividade se quiserem realmente extrair desse resultado algum efeito para suas carreiras no futuro.

Invasão nas escolas: negligência, leniência ou omissão do poder público?

Nenhum dos envolvidos entendeu até agora que os direitos de uns começam quando acaba do outro. A quem mais interessa o fechamento dessas escolas? Por que os pais, mesmo contrários, permitem que seus filhos se mantenham confinados? Por que os sindicatos e associações metem tanto medo no governo?

Ocupações. A sociedade aguarda as respostas.

Informações veiculadas pela mídia apontam mais de 1.000 ocupações. Os estudantes, que não leram e não gostaram da PEC 241, batizaram o movimento de primavera secundarista.


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