A fila anda
FERNANDO CAMARA
A
festa acabou. O PT vai tentar juntar os cacos, mas está atordoado e mal sabe
por onde começar. Lula está atolado em denúncias, que brotam todos os dias
feito água em cachoeira. Sítio em Atibaia é para os fracos. A PF vem
investigando um certo chalé (chalé? ) em Punta Del Leste, no Uruguai, para onde
seu filho já se aninhou. Tudo vai ficando cada dia mais nebuloso.
Com
o fim das eleições nos municípios, o eleitor traduziu em números sua absoluta
insatisfação com o quadro político vigente.
Não
se fala em outro assunto, a não ser o baixíssimo desempenho eleitoral do PT em
2016. Havia de se esperar cenário diferente? Nem o cinturão vermelho, composto
pelas cidades no entorno de São Bernardo resistiram. O resultado feriu o PT, e
Lula consequentemente, de morte.
Votos em Ninguém
É
imperativo refletir sobre o fato de, nesta eleição, a quantidade de votos que
se identificam com o protesto ou com o nada.
No Rio de Janeiro
1.314.950
abstenções
569.536
nulos
149.866
brancos
2.034.352
Total de votos em desperdício
Crivella
1.700.030
Freixo
1.163.662
Freixo
ficou em 3o lugar. O primeiro foi dos nulos e brancos, em segundo Crivella.
Mariano Marcondes Ferraz ficará preso
Enquanto
o País se debruça sobre as comemorações dos resultados da eleição, o juiz
Sérgio Moro e a Força Tarefa tocam os trabalhos de investigações, seguindo o
DINHEIRO. E foi assim que prenderam o executivo da TRAFIGURA.
A
Trafigura fatura mais de 125 bilhões de dólares por ano, é a terceira traiding
em faturamento no mundo, maior do que a Cargill e do que a Bünge. Tem negócios
no Brasil nos setores de petróleo, mineração, logística, portos, granéis e
outros. Moro seguiu o dinheiro e achou 800 mil dólares de Mariano Trafigura nas
contas de Paulo Roberto Costa. Achará mais 2,4 milhões de dólares. E, se seguir
a partir de agora os dinheiros da Trafigura, achará mais propinas em
contas de outras autoridades.
O
empresário Mariano, de família tradicional do Rio de Janeiro, ficará na lista
negra da Força Tarefa da Lava Jato.
Renan, o destemperado, mas todos estavam errados
O
presidente Renan Calheiros carregou no verbo para qualificar o juiz de primeira
instância que expediu mandado de prisão e de busca e apreensão no Senado. O
juiz estava errado; exagerou ao não encaminhar a Ação para o STF, fórum
adequado para esta intervenção.
O
MPF errou em solicitar a intervenção sem considerar a competência do Fórum. A
PF errou ao aceitar tal ordem sem questionar a autoridade do magistrado.
Errou
a Polícia Legislativa quando deixou de tomar uma atitude imediata no momento
em que recebeu em seu território de atuação e de competência a PF.
Errou
a ministra Cármen Lúcia em comentar publicamente o fato, quando externou a sua
opinião. O ministro Teori, demorou em analisar e a sentenciar o ato.
Erra
o STF em manter a prática de postergar, por anos, o julgamento de ações e de
dar seguimento a inquéritos que envolvem os altos comandantes da Nação.
ECO
Se
eu fosse o Renan, escreveria a função de todos usando o diminutivo ECO
(juizeco, ministreco, procuradoreco, delegadoeco, policialeco) para todos.
Renan
encontrou apoio entre os parlamentares, mas sabia que este episódio da
adjetivação não daria em nada.
Fórum Privilegiado
O
Fórum Privilegiado tem sentido bastante quando é posto para preservar o
funcionamento dos Poderes. Considerando-se que existem mais de mil varas
federais, caso todas elas recebessem denúncias contra as autoridades e estas
fizessem carga, não haveria tempo nem um número de advogados que dessem conta
de atender a demanda.
Assim,
o legislador resolveu concentrar no STF as investigações das autoridades de
congressistas, que se transformou em privilégio, pois o STF não foi
dotado de condições e equipamentos para dar sequência às investigações. E assim
elas ficam engavetadas.
Caixa 2
Essa
semana entra em pauta o que tem tirado o sono de 11 entre 10 políticos em
Brasília: flexibilizar ou não o Caixa 2. Diante do que pode vir por aí,
articula-se no Planalto um plano para anistiar o Caixa 2. Antes resistente,
tudo indica, agora, que até Rodrigo Maia estaria disposto a trabalhar por isso.
Nenhum
parlamentar assume publicamente a emergência do caso, mas em off, quando a luz
apaga, é evidente a preocupação e urgência com que irão tratar o caso. Resta
saber como a sociedade vai reagir.
Executivos da Odebrecht Executam
Dentro
de alguns dias a Delação Premiada dos executivos da Odebrecht irá mudar
completamente o cenário político brasileiro. Será democrática, contemplará a
todos os partidos.
Portas fechadas
Até
aqui o comportamento dos prefeitos eleitos era padrão. Fechadas as urnas,
batiam às portas de Brasília para buscar recursos. Com o GF sem dinheiro e as
prefeituras em estado lastimável em todos os sentidos, será muito difícil o
cumprimento de tantas promessas.
Os
prefeitos vão precisar muito mais do que criatividade se quiserem realmente
extrair desse resultado algum efeito para suas carreiras no futuro.
Invasão nas escolas: negligência, leniência ou omissão do poder público?
Nenhum
dos envolvidos entendeu até agora que os direitos de uns começam quando acaba
do outro. A quem mais interessa o fechamento dessas escolas? Por que os pais,
mesmo contrários, permitem que seus filhos se mantenham confinados? Por que os
sindicatos e associações metem tanto medo no governo?
Ocupações. A sociedade aguarda as respostas.
Informações
veiculadas pela mídia apontam mais de 1.000 ocupações. Os estudantes, que não
leram e não gostaram da PEC 241, batizaram o movimento de primavera secundarista.
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