O sujíssimo Eduardo Cunha, tenta
influir na guerra suja da presidência da Câmara. Vaccari Netto, ex-tesoureiro
do PT, sofre pressão da mulher, cansada da prisão.
HELIO FERNANDES
A eleição
para a presidência da Câmara já deveria ter acontecido ha meses. Desde que
Eduardo Cunha foi afastado do cargo e suspenso do mandato, a substituição
deveria ter sido providenciada. Era obvio que ele não voltaria mais, não tinha
nem condições de freqüentar a Câmara.
O Supremo
determinou: se ele entrar no território da Câmara, não poderá nem chegar ao plenário
ou ao seu gabinete, será preso. 15 dias depois num desafio bravateiro ao
Supremo, anunciou: "Segunda feira voltarei á Câmara". Como bravata
não se sustenta, no fim de semana, mudou de ideia, ficou na residência oficial,
que ocupa por "generosidade" dos apanigua
Nos últimos
meses, numa união esdrúxula e extravagante, apaniguados e omissos assistiram, silenciosos,
o inacreditável espetáculo negativo de uma Câmara sem presidente. "Assumiu"
o vice, teleguiado pelo próprio Cunha. Seu partido, uma sigla de aluguel, deu a
ordem para renunciar ou ser expulso. Cunha ordenou, "fica". Ficou e
não foi expulso.
Mas também
não assumiu. Toda vez que tentava abrir uma sessão, era vaiado, gritavam em
conjunto, "fora", ele se retirava. Mais tarde, o segundo vice ou o
secretario geral, abriam uma sessão que não valia nada.
A culpa
era dos apaniguados de Cunha, mas a cumplicidade era e continua sendo dos partidos
que se consideram importantes: PMDB, PT, PSDB, PSB e por aí vai. Meses e meses,
assistindo as manobras espúrias de Cunha na Comissão de Ética e até mesmo no plenário.
Com a omissão descarada e desavergonhada de todos os deputados.
Um só
exemplo da depravação moral da Câmara. Anteontem á tarde, quarta feira, único
dia de plenário lotado, o Procurador Chefe do Paraná, foi á Câmara defender o
projeto contra a corrupção. Tem 2 milhões de assinaturas populares e 10 itens importantíssimos.
Assim que o Procurador chegou, o plenário se esvaziou. Uma vergonha. Ficaram
menos de 20 parlamentares. Não ouviram o libelo feito por ele, lição de civismo
e dignidade.
Agora, chegando
ao fundo do poço da falta de credibilidade, decidiram que a Câmara tem que ter
um presidente, mesmo temporário. Com um Presidente da Republica provisório,um
governador do Estado do Rio também provisório, tem que usar a vestimenta da
moda.
Está dificílimo
encontrar alguém que esteja distanciado do corrupto, duas vezes REU no Supremo,
por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção, conta no exterior não
declarada. Os candidatos que fingem "não querer", são os que mais
trabalham. Um foi relator da Comissão do impeachment, o outro presidente. Não
foram eleitos e sim impostos por ele.
Num
levantamento feito por este repórter, ha mais de 1 mês, encontrei 12 deputados (mais
ou menos 3 por cento) que poderiam presidir a Câmara com dignidade, credibilidade,
respeito popular. Entre esses, Jarbas Vasconcellos, Osmar Serraglio, Julio
Bueno, que desde o inicio se colocou de forma intransigente contra Cunha Mas
não serão aceitos.
Existe também
a tremenda divisão no grupo que era chamado de baixo clero e agora tenta se
firmar e se afirmar como "centrão". Já disseram ao presidente provisório:
"Faremos o presidente da Câmara". Nada surpreendente, já
"ganharam" o líder do governo, indicado por Eduardo Cunha e levado
pessoalmente por ele ao presidente provisório.
Agora, nesse
"centrão", dois problemas que não conseguem contornar ou resolver. 1-Consideram
que Cunha acabou, está ultrapassado. A desunião, desavença, divergência dentro
do "centrão" está irreversivelmente instalada. E ninguém deseja
lembrar que teve alguma ligação com ele.
2-No próprio
grupo, 4 ou 5 candidatos que colocam seus nomes, como "insubstituíveis e invencíveis".
Balela, bazofia, bravata. De qualquer maneira o problema está colocado, falta espírito
publica. Numa coisa o pessoal do "centrão" acertou de forma irreversível:
Eduardo Cunha não existe mais. Chegaram a essa conclusão por falta de caráter e
escrúpulos. Pelos mesmos motivos, Cunha não foi substituída até agora. Lamentável.
A prisão de outro Ministro
do PT
Paulo
Bernardo foi ontem, o personagem que centralizou todas as atenções. Não pela relevância,
mas a surpresa total. Ex-ministro de Lula e Dilma, sempre no Planejamento, que
normalmente não seduz ninguém. Ainda mais nos governos de Lula e Dilma, que não
planejam nada, agem e atuam por impulso. Apesar de tudo isso, a prisão teve
repercussão, por circunstancias diversas. Inclusive
na cúpula do PT, que considerava que não haveria mais prisão. E então volta a
preocupação maior: a possível prisão de Lula.
O ex-ministro
foi preso ás 7 da manhã em Brasília, na residência funcional dele e
da
mulher, senadora Gleise Hoffman. Na mesma hora, a policia fazia operação de
busca e apreensão no apartamento onde moram, em Curitiba. Nos dois locais foram
levados computadores e outros aparelhos eletrônicos. Da sede do PT, em SP,
foram apreendidos 4 computadores com informações financeiras.
A cúpula
do PT não tem mais nenhum momento de tranqüilidade. Agora, informação
inesperada e preocupante, vinda da parte do João Vaccari Netto. Sua mulher, que
o visita pelo menos duas vezes por semana, tem insistido com o marido: "Acaba
com isso, conta o que você sabe, e vamos pra casa, viver o resto da vida".
Disseram que no principio ele reagia, agora já está tendendo para o
conformismo. Mandaram alguém conversar.com ela. Duas amigas. Voltaram preocupadíssimas.
Informaram: "Ela está revoltadissima". (Esta nota, como muitas
outras, é rigorosamente exclusiva).
Governador do Rio: a maldição da residência
Começou
com Sergio Cabral. Fez uma carreira política e financeira, fulminante. Senador
e governador, revoltou o povo das ruas, que tomava conhecimento: ele ia de
carro oficial do Leblon, onde morava, até á Lagoa. Aí pegava o helicóptero, tambem
oficial, que o deixava no Guanabara, nas Laranjeiras. Passava os fins de semana
em Paris, com empreiteiros fornecedores do seu governo.
As televisões
mostraram fartas gravações sobre essas farras. O povo passou a montar guarda na
porta do seu edifício. Aos 45 anos, já estava "queimadíssimo". Teve
que deixar o cargo para o filho se eleger deputado. Tenta voltar á política,
encontra vetos e dificuldade
Tentam
repetir o protesto, na porta do edifício do governador interino, Francisco
Dornelles. Injustiça completa. Com 25 anos, era Secretario Particular do
Primeiro Ministro, Tancredo Neves, seu tio. Quando Tancredo pediu demissão, foi
para a Universidade de Nancy, na França. Fez um curo de Economia. Voltou, foi
Secretario Geral da Receita Federal. Continuou a carreira, foi 5 vezes deputado
federal, 3 vezes Ministro, sendo um deles o da Fazenda.
Na
véspera da tragédia com Tancredo, eu estava em Brasília para a sua posse. Fui
então para o gabinete de Dornelles. Lá se discutia o absurdo: quem deveria
tomar posse, o vice Sarney ou o presidente da Câmara Ulisses Guimarães. Eu
estava farto de saber a resposta.
Mas o
General Leônidas Pires Gonçalves, convidado por Tancredo para Ministro do
Exercito, tirou do bolso uma Constituição, provou o obvio: o vice assume, no
seu impedimento, o cargo vai para o presidente da Câmara. Quando estava com 72
anos, Dornelles me disse: "Está acabando meu ultimo mandato de deputado. Vou
concorrer ao Senado. Se me eleger, acabo a carreira aos 80 anos". Foi
eleito, mas convidado a vice por 4 candidatos ao governo, escolheu o Pezão. Este
ultimo mandato, não tem nada a ver com ele. Em todos os cargos que ocupou, nenhuma
duvida ou acusação.
O mundo inteiro voltado para a
decisão do Reino Unido
Ontem eu
dizia aqui, que torcia e acreditava,
que os ingleses que votassem a favor da PERMANENCIA, seriam vitoriosos. Não
apenas o prazer de ter acertado, mas por ter escolhido a melhor solução. Não só
para o Reino Unido, mas também para os outros 27 membros da UE. (União Européia).
È um sonho de 200 anos, concretizado ha 43. Que não pode ser interrompido
inesperadamente.
Continuo achando que a PERMANENCIA será aprovada. Nenhuma
informação, apenas fuso horário, jornalisticamente desfavorável. As urnas
fecharam ás 22 horas de Londres. Se passarem a noite toda apurando, saberão o
resultado pela manhã desta sexta feira.
Quanto ao Dornelles, é tão safado como qualquer político. Aos 80 anos velho e vil, deixou para os velhos aposentados do estado,o ônus da sacanagem política. Esse "senhor" vive muito bem obrigado, graças às mamatas que a vida pública oferece, se ainda não se aposentou, quando o fizer, será com uma polpuda aposentaria, com certeza. Além do que é covarde, pois relega ao desespero quem não tem poder de nada. É tão sujo como qualquer politiqueiro. Tenho 72 anos, trabalhei quase quarenta anos como professora da rede estadual,aposentei-me em 2014, antes de completar 70 anos. Com uma aposentadoria ridicula, agora vejo-me cheia de dívidas e sem ter a quem recorrer. E ainda tem quem defenda esse desgraçado.
ResponderExcluir