Judicialização mantém a casta dos tribunais
(...) “Apesar de tudo estar claro e ainda
ter os reclamos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), nada, absolutamente
nada foi feito de concreto para que a morosidade e o trato com os agentes
jurídicos obtivessem melhora”.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O
judiciário brasileiro está definitivamente contaminado pelo vírus da morosidade
e total ausência de argumentos que justifique - apesar de existir 108 milhões
de processos em tramitação – o seu estrangulamento.
São
anos e anos, de leniência, descompromissada com estatísticas, muitas,
mascaradas com falsos números, detectados e publicados por institutos de
pesquisas, onde cometem os equívocos. Os números mostram desde o total de ações
em tramitação ao resíduo existente.
Sem
dúvida (com todo respeito) a publicidade revelando um dano maior do que a
morosidade, que é a fragilidade com que seus atores tratam a questão.
Politizado, blindado e estatizado ao extremo, a nossa justiça se tornou, em uma
enorme “dor de cabeça”, para os que demandam, os (patronos - advogados) e o
próprio estado, compelido a liberar subsídios para sua caríssima manutenção.
Na
minha obra “Justiça Trabalhista do Brasil” (editado pela Topbooks) explico
detalhadamente, com números exatos, causas e efeitos, todo processo que levou o
judiciário, em especial o laboral ao estrangulamento.
Falo
dos tribunais nanicos, com sedes suntuosas e dos péssimos serviços de
serventias, tamanha a soberba e arrogância dos integrantes desta justiça.
Apesar de tudo estar claro e ainda ter os reclamos da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), nada, absolutamente nada foi feito de concreto para que a
morosidade e o trato com os agentes jurídicos obtivessem melhora. Mas tem um
afago estatal, saiu 41% de aumento para aos barnabés da República.
“A crise do judiciário, não traz reflexos financeiros
na vida do juiz, mas atinge diretamente a sociedade civil que gera a ação, e
fica a mercê da multiplicação do conflito, e por essa razão, compele o Estado a
manter tribunais” (...). Publicada pela coluna JT em maio de 2014.
A morosidade do Poder Judiciário traz conseqüências
desastrosas para o país. As causas são tanto econômicas quanto psicológicas
para as partes, ressaltando que processo moroso não é sinônimo de processo bem
julgado, além do mais, a morosidade do Judiciário, por exemplo: contribui para
que réus em processos criminais não sejam condenados, em função do fenômeno da
prescrição.
A Constituição de 88, cuidou em parte do direito,
porém, a regulamentação e a administração da justiça permaneceu a deriva, tanto
quanto, o foi desde seu nascedouro no Brasil Colonial. O que era para ser um
avanço com a criação de novos direitos para o cidadão, como o Código de Defesa
do Consumidor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, serviu para o aumento
de demandas no Poder Judiciário. Os novos meios de comunicação, a internet, as
redes sociais, levou as pessoas mais informações sobre seus direitos,
estimulando a demanda em massa.
É falso informar através de campanhas de
publicidade do judiciário, de que este é o “protetor do cidadão”. È falso
também informar que a “Semana de Conciliação”, promovida pelos tribunais,
consegue diminuir o número de ações que entulham o judiciário. Eis que tal
afirmação se prende a controvérsia, de que durante toda extensão do processo, o
juiz poderia ter mediado e conciliado acordos.
Ocorre que não o faz, porque este formato
administrativo, para a carreira do magistrado nada significa para sua promoção.
Vale para isso tão somente a prolação de sentenças, seja ela qual for. Da mesma
forma que é omissa a participação, e a revelação com dados reais da performance
dos magistrados no tocante a celeridade.
É cruel e ardilosa a enxurrada de
novas leis e emendas, aprovadas no Congresso, com o fito de conter a morosidade
e garantir direitos. O legislador no afã de ganhar visibilidade e influenciado
pelo lobby de interesses, propõe essas leis ao sabor do risco de na pratica ser
um “embuste jurídico”.
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