A Grã-Bretanha está acabando, ficará
apenas a Inglaterra, que pode arrastar a UE. Fortalecendo a direita do ódio
HELIO FERNANDES
A
situação é muito mais grave do que parece ou se imagina. O problema não é numérico,
a UE tinha 28 membros passa a 27. È o fim de muita coisa, poucos percebem. E
ninguém, mas ninguém mesmo imagina o que virá depois. Pode ser o fim da UE, certa
e seguramente é o fim da Grã-Bretanha.
Durante
300 anos dominou os maiores territórios, geográfica, política e administrativamente.
Austrália, Canadá, índia (antes de ser dividido com o Paquistão) eram propriedade
autoritária e indevassável da Grã-Bretanha. Fora as enormes possessões na África
e na Ásia.
Até 1782,
eram "donas" de um território enorme mas desconhecido, não tinha nem
nome. Em 1776 sem exercito, desafiaram a poderosa Grã-Bretanha, em 6 anos se
tornaram independentes. Naquelas terras quase desabitadas,
só com imigrantes montaram a hoje maior potencia do mundo, Estados Unidos da
America. Depois de 1800, revanchistas e raivosos, invadiram a capital
Washington, completamente incendiada.
Com o fim da Segunda Grande Guerra, a Grã-Bretanha,
que vinha se arruinando ou deteriorando desmoronou de vez. Resistiu algum tempo
com uma providencia inteligente: criou a Commenwelt, que ajudava a administrar
os países que já foram seus.
Durou um certo tempo. Desapareceu como potencia, não
existia mais a Grã-Bretanha. Se refugiou então entre os países vizinhos,
dominando-os da mesma forma arrogante e discricionária. Intitulada de Reino
Unido. Tentou escravizar, a Irlanda, Escócia, País de Gales e a criada mais
tarde, Irlanda do Norte. Desenvolveu então, criminosamente, serviços de inteligência
e métodos cruéis de tortura. (Alguns deles usados no DOI-CODI, a partir de
1968).
Fracassou também como Reino Unido. Os poderosos
instrumentos de repressão, foram usados monstruosamente contra a Irlanda. Que
acabou se libertando. E ajudando a criar a livre Irlanda do Norte. A Escócia
vai embora, não demora muito. No ultimo plebiscito, o país decidiu ficar na UE,
o Reino Unido era conseqüência.
A Primeira
Ministra, no dia da saída, afirmou: "Queremos pertencer a UE, essa é a
nossa decisão".
Indefinido,
por enquanto, só o País de Gales muito ligado á aristocracia inglesa. Um membro
da família Real, tinha o titulo de Príncipe de Gales. Mas isso é passado. A terrível
realidade: têm que sobreviver sem a potencia, a opulência e a arrogância
antiga. Ha enorme expectativa a respeito de quem será o novo Primeiro Ministro.
Inicialmente a duvida: será Conservador ou Trabalhista? Inteiramente divididos,
quem indicará esse Primeiro Ministro. Haja o que houver, "governará" o
caos, a indecisão, a desilusão. Será simplesmente a isolada Inglaterra.
A
situação da UE, também nada confortável. Impossível saber se resistirá ou
desaparecerá. De qualquer maneira, a UE agora tem apenas dois pilares: Alemanha
e França. Os outros 25 são e serão apenas coadjuvantes. Mas é obrigatório
lembrar e registrar: com a decisão de sair da UE, o ainda Reino Unido, "entronizou"
Alemanha e França no comando dessa combalida UE.
A mesma
Alemanha e a mesma França, que antes da união, se enfrentavam ferozmente pelo
que se chamava de BIPOLARIDADE. O outro que disputava a liderança da Europa, precisamente
a Grã-Bretanha, Reino Unido, Inglaterra.
Grande
vitoriosa, a direita do ódio, da raiva, vingança, xenofobia. E de muitos países
dominados por esses grupos, surgirão modificações. Em alguns deles, com plebiscito
agora, para se definirem em eleições, um pouco mais tarde. No ainda Reino
Unido, essa direita já se manifestou, não esconde: "Fomos os
vitoriosos". Suécia, Polônia, Noruega, e outros 3 ou 4, irão pelo mesmo
caminho.
Mas a
mais perigosa é Marie Le Pen, da extrema direita da França. Candidata a
presidente em 2017, tem organização e seguidores. Já declarou: "Estamos
estudando se convocamos um plebiscito, ou se começamos imediatamente a campanha
presidencial". Afinal, 2017 é amanhã.
Com exceção do presidente provisório,
o Brasil inteiro, aplaude e segue a Lava- Jato
Ontem e
ante ontem, diversos episódios mostraram a realidade admirável do que acontece
em Curitiba. E a hipocrisia de Michel Temer. Começando pelo que aconteceu com
Cerveró e a enorme repercussão.
As vaias
a ele, o fato de ter sido chamado de ladrão, aplauso e entusiasmo pelo trabalho
dos que desvendam os caminhos e descaminhos das empreiteiras roubalheiras. A
Policia Federal de SP, e a Procuradoria também de lá, encarregados da operação "Risco
Brasil”. Cumpriram tudo, incluindo a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo.
Acusado
de um crime nefando, desviar 90 milhões de funcionários
endividados. (Praticamente a mesma criminalidade desonrosa, dos que roubaram
dinheiro da merenda escolar). Foram criticados por terem efetuado a prisão
dele, num apartamento "funcional" da mulher, que é senadora.
Todos os deputados e senadores têm direito ao
privilegio da moradia "funcional". Cada um recebe 4 mil e 100 reais
mensais, mesmo que a residência seja própria. E o privilegio se transforma em
imunidade.
Já o presidente provisório, não perde oportunidade
de demonstrar a hipocrisia. Sempre diz, "sou a favor da Lava-jato",
mas age ao contrario. Ontem, garantiu: "A Lava-jato tem meu apoio, mas não
pode durar para sempre". Tem que durar o tempo que for necessário. Na
coletiva de anteontem, perguntaram sobre sua relação com o presidente afastado
da Câmara. Resposta: "O Eduardo Cunha não me atrapalha em nada". Inacreditável.
Quando foi obrigado a demitir o poderoso Ministro
do Planejamento, Romero Jucá, manteve no cargo, o Executivo. Informei aqui:
"Vai ser mantido, apesar de estar sendo investigado pela Lava-jato". Alguém
"lá de dentro" me disse: "Michel vai demiti-lo". Concluí: "Não
vai, exigência de Jucá, ele tem que ficar". Eu não adivinho nada, trabalho
a informação. O interino está lá até hoje, o presidente provisório, morre de
medo do Senado não prorrogá-lo.
PS- Causa preocupação e repercussão nacional
o fato de juízes do Paraná estarem processando jornalistas da "Gazeta do
Povo". Eram 36, passaram a 41. Os juízes teriam todo direito de se
defenderem, desde que tivessem sido ofendidos.
PS2- Os jornalistas revelaram quanto recebem os juízes,
bem acima do teto constitucional. Essa é a "ofensa" que provocou a
reação coletiva. Ora, a transparência é consagrada pela Constituição. E
revelação de salário não é quebra de privacidade.
PS3- Os juízes não fizeram restrição fato ás matérias,
se eram mentirosa. Ou se tinham o objetivo de desmoralizá-los. Processaram e
pronto. E agora, os próprios juízes irão julgá-los.
PS4- A douta Ministra Carmem Lucia interrogada
sobre o assunto respondeu: "È "esquisito" (as aspas são dela)
que juízes movam ação e eles mesmos julguem, em causa própria".
PS5- A Associação Brasileira de Imprensa – ABI,
abandonada a própria sorte, não sai do marasmo que se meteu a uma mais de uma década.
Dos seus 4 mil associados, hoje apenas 300 são pagantes. O resto sumiu, “ninguém sabe e ninguém
vê”.
PS6- Quem viveu os seus áureos anos de brilho entre
outros líderes do jornalismo, com o laborioso presidente Barbosa Lima Sobrinho,
não pode imaginar quão diferente está à casa do jornalista. O retrato da apática
administração reflete na mal produzida placa
de “ALUGA-SE SALAS”, que se encontra na hall de acesso. Senão irônico, é por
demais vergonhoso para a classe.
PS7- Afinal, um grupo de abnegados associados indignados
e com razão. Falam: É preciso entrar com uma prestação de contas da diretoria! E se cometeram ilegalidade, é caso de impeachment.
PS8- Inicialmente para que seja explicado quanto
custou o processo eletrônico introduzido na última eleição, quando votaram
apenas 44 associados? E ainda se pagam despesas diferenciadas das autorizadas pelo seu Estatuto, quanto
custa para seu cofre o gasto com passagens e hospedagem para diretores e conselheiros
amigos da casa, votar em suas reuniões?
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Via e-mail do leitor:
Mestre HF, meu pai dizia: "Não
existe 'Se' em História”, mas...
como o Sr imagina que seria um
Governo Carlos Lacerda, caso este ganhasse, e '65, ou o segundo governo JK, fosse
este o vencedor naquela eleição.
Não existe se, mas o Sr tem elementos
para imaginar como seria hipotético governo de um, ou de outro, não?
Desde já agradeço
Abraço do Pawwlow
...
Helio
Fale a respeito da redução
da verba orçamentária do judiciário. Outro dia o jornalista falou sobre o
processo de indenização da Tribuna da Imprensa, que já dura 37 anos. Entendo
que é um acinte e uma insolência deste Judiciário desafeto da sociedade.
Abraços
Jose Messias de
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