QUE SAUDADES DA ELEIÇÃO DA GUANABARA. SARNEY ENRIQUECIDO DE GLORIAS E DA GEOGRAFIA FINANCEIRA. CIRO GOMES, VOLTA AO PRIMEIRO PLANO.
HELIO FERNANDES
(matéria publicada em: 26.6.14)
Aos 84 anos, faz
suspense, garante, “não disputarei mais nenhuma eleição”. Existem duvidas que
não serão explicadas até o último minuto possível. Na verdade sua possível
desistência, nada a ver com a idade e sim com o medo da derrota, que não seria
um fim apropriado.
Sarney nem é
controverso, sua vida é conhecidíssima. Só não lembram suas “vitórias” como
suplente ou vice. Com 23 anos, candidato a deputado federal, segundo suplente,
logo assumiu. 40 anos depois, servindo fielmente à ditadura, em 1985 queria ser
vice de Maluf, na indireta.
Pediu a um
grande e saudoso jornalista para conversar com o ex-prefeito. Repudiado, foi
surpreendentemente escolhido por Tancredo, ganhou a presidência depois da
ditadura, sem restrição ou protesto. E ficou 5 anos.
“Vou acabar com
40 anos de domínio de Vitorino”
Em 1965,
mocíssimo, candidato a governador do Maranhão, se elegeu com o compromisso que
está no título desta nota. Acabou com a ditadura de Vitorino, implantou a sua,
que dura até hoje. O modesto e pobre filho de um desembargador, está aí,
potência política, eleitoral, cheio de propriedades e de grandes recursos. “Não
volta, Sarney”.
O genial Millôr
Fernandes se consagrou também como crítico literário, criticando, dissecando e
demolindo os romances de Sarney. Quando o ex-presidente publicou “Brejal dos
Guajás”, Millôr deixou Sarney com insônia por um mês, apenas com uma frase:
“Esse é um livro que quando você larga não consegue mais pegar”.
Os que apoiavam,
não apoiam mais
Em matéria de
recalque, remendo nas relações, apoiar e passar a criticar ferozmente, é a
coisa mais comum no Brasil. São tantos os casos , dezenas só neste momento, vou
citar apenas o que Ciro Gomes disse sobre Marina.
“Tenho NOJO de
Marina, PAVOR do seu discurso MENTIROSO”. Base das suas palavras: o fato de
Dona Marina e o próprio Campos, apoiarem Dilma até outubro de 2013, e agora
fingirem de oposição.
Primeiro
Ministro pede desculpas
Aconteceu na
Grã-Bretanha, um dos maiores escândalos: espionagem do jornal (?) “News of the
World”. O ex-diretor foi absolvido. O editor seguinte, ex-assessor do Primeiro
Ministro, condenado. Cameron imediatamente pediu desculpas públicas. Rudolph
Murdoch, dono do jornal, não sofre coisa alguma, continua impune, lá e nos EUA.
Os irmãos Gomes
apoiam Dilma
São
surpreendentes, principalmente o Ciro, “o verdadeiro irmão”. Governador do
Ceará mocíssimo, candidato a presidente duas vezes, “fez” o irmão governador.
Este ficou no cargo já reeleito, invalidou a candidatura do Ciro a senador. Mas
nada por acaso.
Apoiaram Dona
Dilma ontem, têm rumo para o que pretendem. Cid, um cargo no exterior. Já
garantido. Ciro Ministro, vai escolher a pasta. E nada surpreendente que tente
ser presidenciável pela terceira vez.
Frase perfeita
para Serra, vice de Aécio
Nos EUA, se
pronuncia muito a frase: “Nenhum presidente gosta de nomear alguém que ele não
possa demitir”. Isso acontece quando se falava que Hillary seria vice de Obama.
Há meses se fala
muito na possibilidade de Serra ex-tudo, (deputado, várias vezes Ministro,
senador, prefeito, governador, duas vezes presidenciável) ser o paulista ideal
para compor com o mineiro Aécio, o que se chamava de “café com leite”. O
problema é o contato pessoal. Aécio tem certeza de que Serra sabe mais do que
ele.
“Volta, Cabral”
Essas duas
palavras e uma interrogação, pareciam propriedade de Lula. Mas como não foi
possível, mudaram de dono, surpreendentemente como está no título. Ontem tratei
da desistência do ex e da indicação de César Maia a senador. Tratado aqui
amplamente, mudou de tom e de clima.
E como César
Maia é execrado política e eleitoralmente, Cabral passou o dia recebendo
pedidos para “desistir da desistência”.
Perguntavam: “O
que um político de 50 anos, ex-senador e ex-governador, vai fazer da vida
pública, sem mandato?”. Duas vezes surpreendem e, respondia: “Estou pensando”.
Os movimentos de
Eduardo Paes
O prefeito
furioso, e identificou o acordo de Aécio-Pezão, (o Aezão) como suruba
eleitoral. Como se ele não fosse um trefego “surubista partidário”. Justificou
para amigos: “Tenho que pensar na eleição de 2016”. Engano de data.
Eduardo Paes
trabalha para 2018, quando pretende ser candidato a governador. As datas estão
a favor dele. Deixa a prefeitura em 2017, já reeleito, tem 1 ano limpo para a
campanha. Em relação à própria sucessão, tudo é incerteza e escuridão.
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