125 ANOS DE REPÚBLICA SÓ CINCO
PRESIDENTES DIRETOS, CHEGARAM AO FIM DO MANDATO.
HELIO ERNANDES
28.07.15
Estou
terminando a caminhada pela História e a memória, com a constatação que está no
titulo. A primeira direta aconteceu em 1945, 56 anos depois da República.
Eleito o marechal Dutra, que com o general Góes Monteiro, sustentaram a
ditadura Vargas, pretendiam sucedê-lo. Dutra foi o preferido.
A República
nasceu traída e traidora, sem representatividade, sem voto, sem povo, sem
eleição. Em 25 de fevereiro de 1891, foi “promulgada” a Constituição, escolhido
indiretamente o primeiro presidente, o marechal Deodoro. Chamado ao plenário,
muito aplaudido. Uma depois chegou a vez do vice, o então Ministro da Guerra,
Marechal Floriano. Entrou, idolatria de mais de cinco minutos, o que pautava o
futuro, que não demoraria muito.
República velha sem voto, mas também
sem segurança.
Nesses 41
anos, até 1930, só um partido, o Republicano, “eleição indireta e combinada”.
Em novembro desse mesmo 1891, Floriano derrubou Deodoro, ficou com todos os
Poderes, acumulou o Ministério da Guerra.
Para disfarçar,
espalharam que Deodoro renunciara. Como acreditar, se em 20 dias antes fechara
o Congresso, o Supremo, prendera jornalistas, deputados, até o senador Saldanha
Marinho? Que lançara em 1860 o jornal diário, “A República”. Preso quando
estava na tribuna do senado, ainda na quinta da Boa Vista.
Como a Constituição
determinava eleição (indireta, claro) no caso da vacância na primeira metade do
mandato, Floriano, não se incomodou. Ficou os 3 anos e quatro meses de um
mandato que não era dele. E ainda tripudiado.
O senador Rui
Barbosa falou com o Presidente do Senado, Prudente de Moraes: “Vou entrar com Habeas
Corpus no Supremo, obrigando Floriano a convocar eleição”. O presidente soube,
mandou recado a Rui e Prudente, utilizando o amigo comum, Bernardino de Campos
depois “governador” de São Paulo: “Pergunte a eles, se o Supremo der
Habeas-Corpus contra mim, quem dará Habeas Corpus aos Ministros do Supremo”.
Pressão
geral, sabiam que Floriano fecharia mesmo a Republica, teve que abandonar a
ideia. Vieram três paulistas seguidos, Minas protestou, em 1906 escolheram seu “governador”,
Afonso Pena, que não terminaria o mandato, morreu em 1909.
Como já
ultrapassara a segunda parte do mandato, assumiu o vice Nilo Peçanha grande
inimigo de Rui. Que teve enorme influencia na derrota dele em 1910. Nilo lançou
seu Ministro da Guerra, general Deodoro, sobrinho do próprio.
Em 1918, Rui se
lançou candidato, pânico geral. Foram buscar então Rodrigues Alves, que já fora
presidente, (1902/1906). Com 70 anos e muito doente, ganhou mas não pode ser
empossado, embora só morresse, muito mais tarde. Tinha que passar o cargo ao
vice Delfim Moreira que não pôde assumir, sofria das “faculdades mentais”. Quem
governou foi Afrânio de Mello Franco, por um período tão longo, chamado de “regência
Mello Franco”.
Essa
República velha, terminaria com mais um presidente que não acabaria o mandato:
Washington Luiz. Foi derrubado faltando 42 dias para terminar seu período, 15
de novembro de 1930. Com a novidade: foi asilado para os EUA, com o vice Fernando
Mello Viana e o Ministro do exterior, Otávio Mangabeira.
Vargas
assumiu sem formalidade, nem direto nem indireto, como Chefe do Governo
Provisório, aceitou, sabia que ia ficar mesmo. Ficou. Depois dessa ditadura de
15 anos e da outra de 21, apenas cinco presidentes eleitos pelo voto direto
terminaram o mandato: Dutra, Juscelino, FHC, Lula e Dilma.
PS –
Desculpem se não acertar com Dona Dilma, estou escrevendo sobre fatos. Acho que
apesar de “governar” aos trancos e barrancos, como no primeiro mandato, chegará
ao fim do segundo.
PS2- Se for
derrotada por um adversário como Eduardo Cunha, (“eu agora sou oposição”) é
porque não mereceria mesmo continuar. O governo do Brasil não pode valer menos que
uma propina de cinco milhões. Mesmo que seja em dólares.
Marcelo Odebrecht.
Terminou
ontem o prazo dado ao “minucioso” (parabéns ao Procurador do MP do Paraná pela denominação)
proprietário da empreiteira mais corrupta do país. E com a corrupção mais
sofisticada, planejada, e a propina mais bem distribuída no exterior.
Admite-se que
sua prisão em regime fechado chegue a 15 ou 20 anos. Menos do que isso
comprometeria a Justiça de Brasilia, onde o julgamento terminará.
O “ressarcimento”
da roubalheira, que já está em 7 BILHÕES, poderá chegar sem dificuldade a 20
BI. Nenhuma preocupação com dinheiro. O problema, insolúvel, é a prisão e o
regime fechado.
Quanto á
defesa, foi entregue por volta de 7 da noite, pé uma espécie de sonata e fuga,
só que sem som. Acusa Sergio Moro duramente, nega tudo. Diz que eram anotações, pensamentos e reflexos. É um filosofo, e ainda por cima incompreendido.
Até onde vai a Selic?
Amanhã,
quarta-feira, depois de encerrada a jogatina da bolsa, o banco central
anunciará a decisão sobre os juros. Desta vez não há unanimidade, muitas
duvidas. Principalmente em relação á amortização dos juros da dívida.
Nos últimos
tempos tem sido difícil atingir, no “superávit primário”, uma quantia razoável
(?) para satisfazer os “credores”. A previsão até a semanada passada era de 66
bilhões.
Reduziram para um pouco menos de 8 bilhões. Estou satisfeitíssimo. Mas
eu não sou credor.
Ontem, uma
admirada figura comentava: “Helio, a situação do investidor é dramática e
desalentadora. O juro desnecessário sobe cada vez mais, nos joga contra o crescimento
do país. Sabendo que por aí a inflação não será derrubada”.
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