O
"VOLTA LULA", PODERIA TER EVITADO O PRESENTE. O MINISTRO DA JUSTIÇA
NA CPI: "ENTRE OS DEFEITOS, A PRESIDENTE, NÃO TEM A DESONESTIDADE".
HELIO FERNANDES
16.07.15
Impossível
fugir da Lava-jato. É assunto diário e permanente, movimentando os personagens
mais poderosos do país. A crise da economia, os desgastes tenebrosos do primeiro
mandato, a incompetência se prolongando no segundo, atingindo a todos.
E com
isso trazendo para primeiro plano ou enriquecimento os bastidores, com fatos e
versões, todos verdadeiros. (Minha primeira coluna política, em 1956, no Diário
de Noticias, tinha como titulo: "fatos e versões, em primeira mão").
Citado
como tendo aconselhado Lula a conversar com Lewandowski, presidente do Supremo,
Sarney desmentiu até irritado, Lula não foi, mas Dilma soube não se sabe como,
na viagem á Rússia fez um desvio enorme em Portugal, "sumiu" para
conversar com o mesmo Lewandoski.
Revelei
aqui o encontro para “pedir ao Ministro que controlasse o juiz Moro”, Dona
Dilma teve que vir a público com uma de suas estranhas e esdrúxulas fantasias.
Disse que conversou sobre o aumento dos funcionários do judiciário. Antes
revelara abertamente, que vetaria o aumento, só deixaria em 21,2.
A
preocupação geral, sem nenhuma duvida, é com o juiz Sergio Moro. Todos querem
silencia-lo, responsabiliza-lo, intimida-lo para que transforme a Lava-jato em
La-mensalão, pelo menos na comparação com o tempo.
O
mensalão foi de 2005 a 2013, o Lava-jato já entrou na fase da decisão ou
sentença. O próprio Moro anunciou oficialmente: “Agora foi a última operação de
busca, prisão e apreensão, passaremos ao julgamento e sentenças”.
A
rumorosa diligencia de ante ontem, apavorou e movimentou muita gente. Até Lula
telefonou preocupado para Renan, “esqueceu” que quando era deputado, retumbou: “O
Congresso tem 300 picaretas”.
Tentaram
colocando a rumorosa diligencia de ontem ontem, como de responsabilidade do
Juiz Moro. Até Renan Calheiros, impávido constitucionalista que foi até Ministro
da Justiça do governo do PSDB, não se envergonhou: “Essa operação deveria ter
sido comandada pela Policia Legislativa e não pela Polícia Federal”.
Jogaram toda
a responsabilidade na ação do juiz Moro, mesmo sabendo que a autorização estava
assinada por três Ministros. Lewandowski, presidente, Celso de Mello, decano,
Teori Zavaskci, relator dos processos do Paraná.
O que
Lula pode pretender de um relacionamento mais amplo com o presidente do senado?
Renan já enfrentou situações mais bem graves do ponto de vista ético, moral e
político, e aparentemente sobreviveu. Mas nada que se parecesse com o que
ocorre hoje.
Lula
também se encontra diante do mais indecifrável e inquestionável confronto. Com
ele mesmo, com a sucessora que escolheu voluntariamente e chegou a tentar não
reelegê-la em 2014. Desde 2011 e 2012, foi o primeiro a perceber que errara
totalmente, Dona Dilma era fracasso irrecuperável.
O “volta,
Lula” foi pessimamente interpretado na época. Acreditavam que era pura ambição
do ex-presidente que pretendia novamente o poder total, mas não queria esperara
quatro anos, até 2018. Pode até haver uma dose de ambição, mas o “volta, Lula”,
foi um instante de clarividência política.
Poderão
ou serão mesmo julgados pelo Supremo, como desafiar três dos Ministros? A
novela ou documentário, continua, mas para muitos que se julgavam “intocáveis”,
não terá final feliz.
Até
personagens do segundo time, como o senador Ronaldo Caiado, tentam aparecer de
qualquer maneira. O representante de Goiás fez duas afirmações hilariantes. 1 –
“Sou candidato a Presidente da República em 2018”. 2 – “Vou correr o país
inteiro ensinado ao povo o que é impeachment”.
Estava tudo preparado, o PT
"exigia" o fim do desgoverno Dilma, o "Volta, Lula"
unanimidade dentro do partido, e numa rara oportunidade, união de todos os que
tinham liderança de verdade. Mas aí, o próprio Lula aceitou a reviravolta, não
resistiu ás lágrimas copiosas da presidente.
Chorou
mesmo, se ajoelhou, implorou ao homem que a "inventara", que não
destruísse toda a sua vida. Confessou: "Devo tudo a você, e a partir de
agora mais do que nunca".
Lula se
deixou sensibilizar, recuou, abandonou o "Volta, Lula". Surpreendendo
a todos que gozavam da sua intimidade, principalmente os do Instituto.
O
desastre anunciado aprofundou o fosso entre ela e todo o partido, e
principalmente arruinou o relacionamento com Lula. Este, agora se arrepende
amargamente,e sabe de consciência própria: jogou o pais numa encruzilhada de
desespero.
E tem
certeza: não recupera o futuro de maneira alguma.
PS- O
ministro da Justiça, na CPI da Petrobras: "Entre os defeitos da
presidentA, não está a desonestidade". Ele se referia á desonestidade de
"dinheiro". É até possível e provável, mas na verdade ninguém
acusou-a de roubar para aumentar patrimônio ou conta bancária.
PS2- Mas
no resto é desonestissima. Pratica o habito de desfigurar os fatos, contar deformadamente
o que aconteceu. Logo depois de assumir o segundo mandato, o cidadão da rua
revoltado, depreciou e desprezou o comportamento dela, 77% explodiu:
"Dilma mentiu inteiramente na campanha presidencial".
PS3- José
Eduardo Cardoso falou horas tentando defender a Policia Federal, que não precisa
de defesa, cumpria integralmente seu dever e obrigação. Mas garantiu o que o
país inteiro já sabe: "A movimentação de anteontem, não foi idealizada
pela PF, apenas executada por ela".
PS4-
Perderam um tempo enorme para nada. Como o Ministro só tinha que responder a
"quinquilharias", saiu ileso. E a oposição não soube explorar quando
ele disse: "No encontro de Portugal com o Ministro Lewandoski, não se
tratou do aumento de salários".
PS5- Não
precisava "revelar" o que havia sido contado por este repórter, 24
horas depois do "sumiço" da presidente. Os jornais impressos e as
televisões só "acharam" Dona Dilma, 48 horas depois.
PS6-
Finalmente o Ministro contribuiu com uma confissão desconhecida de todos:
"O Ministro Zavascki não esteve no encontro de Portugal" Ninguém
sabia disso, muito menos eu.
PS7- Em
suma, não há suma. Todos sabiam que a CPI faria um péssimo negócio,
"desconvocando" os Ministros Edinho e Mercadante, que tinham muito a
contar.
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