A GUERRA PELA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA.
DILMA FALASTRONA INÚTIL E DESNECESSÁRIA.
HELIO
FERNANDES
01.07.15
Se a conhecesse
a frase de Romário sobre Pelé, Dona Dilma aprenderia o valor incomparável do
silêncio: "Dentro de campo é o Rei, calado é um poeta". Ela jamais
seria poeta, mas escaparia de ser tão ridicularizada. Três vezes numa semana extravagâncias
verbais.
Começou
exaltando a mandioca, "grande conquista nacional". O Brasil
"morrendo de rir", não percebe veio com a segunda: "Sou sempre
julgada pelo viés machista". Parecia o fim, mas deixou para domingo da
viagem, a afirmação dupla e ainda mais grave.
1 –
Quando os acusadores de traidores, se mostrando e demonstrando que ignorância é
vasta e ate histórica, comparou os “inconfidentes com os corruptos do mensalão
e do Petrolão”. Cometeu crime de lesa Pátria, não percebeu, despencou ainda mais
no precipício.
2 –
textual: “Não respeito delator”. Outra fala inútil e desnecessária, não precisa
respeitar delatores nem se preocupar com eles. Isso cabe exclusivamente ao Tribunal
Superior Eleitoral, (TSE).
Se o Tribunal
disser que dinheiro de corrupção, mesmo registrado é crime, estará virada a
página dos acontecimentos. Não haverá solução, mesmo como o Ministro Dias
Toffoli presidindo o Tribunal.
Se o Tribunal
decidir que tudo dinheiro registrado é válido, terá perdido ótima oportunidade
de ficar calada, mesmo longe de ser considerada poeta.
Descomunal.
Pela primeira
vez essa palavra é utilizada em relação á Petrobras. Façam um esforço de memória,
constatarão que o Aurélio ou o Houaiss inteiro já foram devorados, mas essa denominação
que está no título, é rigorosamente inédita.
Está bem,
Ricardo Janot, que desenterrou a indicação definindo magistralmente o tamanho
da corrupção da Petrobras, e está em campanha eleitoral. Pretendo cumprir mais
dois anos como Procurador Geral, é o que permite a Constituição.
Precisa obter
dois resultados que dependem inteiramente dos mais de 120 colegas da
Procuradoria, alguns amigos, mas também candidatos.
1 – Tem que
ser indicado no voto interno. 2 – Precisa ficar entre os três primeiros.
Conseguido isso, enfrenta os outros obstáculos finais. 1 – Ser indicado pela
presidente da República. 2 – Sabatinado e aprovado pelo senado, presidido por
Renan Calheiros investigado pela Lava jato, junto com outros senadores.
Dificuldade
em cima de dificuldade. Se chegar ao senado, seu nome pode esbarra diretamente
no presidente o próprio senador Macunaíma.
Exceção: pode
não ser o mais votado na lista e ainda assim ser o indicado. Dilma e Lula têm
sempre escolhido o mais votado, mas não é obrigação. Já houve caso do segundo (e
até do terceiro) ganharem o cargo. Agora não será nada fácil ou previsível.
Resposta.
Laura Mindlin,
Jorge Moreira, Adalto dos Santos, querem saber a razão do jornal do Brasil ter
comprado a Tribuna da Imprensa do Carlos Lacerda, e logo depois ter vendido o
mesmo jornal para este repórter.
Duas coisas
comparadas, distintas, nada ver. O jornalista Carlos Lacerda, proprietário e
diretor do jornal, em 5 de novembro de 1960 foi eleito governador do então
estado da Guanabara. No dia 5 de dezembro, empossado, perplexo, constatou que
não poderia estar ao mesmo tempo no Palácio Guanabara e na Rua do Lavradio,
sede do jornal. Seus filhos, moços, não podiam assumir.
Inesperadamente,
o senhor Nascimento Brito (genro da Condessa Pereira Carneiro, proprietária do jornal
do Brasil) mandou um emissário propor a Lacerda a compra da Tribuna da
Imprensa. A negociação foi rápida, o JB era riquíssimo, queria comprar, Lacerda
queria vender. O JB pagou 26 milhões de dólares pelo jornal, o titulo, as máquinas,
os quatro prédios da Lavradio, 92, 94, 96 e 98.
A ideia dele
era fazer um vespertino o JB era matutino. O executor do projeto, jovem (27
anos) excelente poeta, Mario Faustino, morreu num desastre de avião, o projeto
passou para o jornalista Hermano Alves. Que era quem no jornalismo foi
contratado, incluindo o Millor. Muitos do próprio JB, como o repórter Castelinho,
que há muito eu insistia para que fizesse coluna. Passou a assinar a “Coluna Castelo”.
Mas não
fizeram um jornal e sim uma coleção enorme de colunistas, não “pegou”, perderam
muito dinheiro. Nascimento Brito já estava satisfeito em deixar de perder
dinheiro, não queria fechar, seria demonstração de fracasso.
Um dia
telefona o grande amigo e notável advogado Miguel Lins, convida para almoçar, o
que era comum. Na conversa, revela: “O Nascimento quer vender a Tribuna e
considera que você tem todas as condições para adquiri-la”.
Foi rapidíssimo.
Em menos de uma semana, “assumi ativo e passivo da Tribuna da Imprensa, meu
nome estava no cabeçalho”. Não entrou um tostão, o ativo era o próprio jornal,
o passivo, mínimo. De 1962 a 1964, o jornal aquilo que eu queria que fosse, ascensão
inevitável.
Se não fosse
o golpe de 64, a Tribuna da Imprensa continuaria até agora como um grande
jornal. Joguei tudo na resistência, fisicamente, politicamente,
administrativamente. É possível resistir mas não coexistir e derrotar uma
ditadura qualquer que seja ela. Perdi tudo, não tenho nada, não me arrependo.
PS – Atitude e
falta de bom senso, ou falta de assunto Dona Dilma cancelou o encontro com o
fascista Henry Kissinger. Uma boa consequência da troca do impeachment
(imposto) pela renuncia (voluntária) de Nixon. E que Kissinger deixou de ser
secretario de Estado.
PS2 – O ex-presidente
Lula está conversando intensamente. Surpresa geral, pois tem tratado os mais
diversos assuntos com grupos os mais variados. Alguns me dizem; “Difícil saber
o que Lula pretende”.
PS3 – Impressão
apenas ou pressão: Lula estaria querendo fundar um novo partido? Ontem, o
encontro foi na casa (mansão oficial de Renan), nenhuma vez se reuniu no
Instituto. Pelo menos estranho.
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