Sacrificado na madrugada, congelado
nos seus direitos, 90 por cento do povo perde tudo
HELIO
FERNANDES
È proibido
gastar. O fundamento considerado essencial pelos planejadores, articuladores e
executores da PEC 241, é inicial e rigorosamente contraditório e
contraproducente. Depois, numa leitura mais atenta a aprofundada, se constata:
é burra, retrógada, elitista, a favor dos 10 mais ricos, contra os que vivem do
trabalho em todos os segmentos, que totalizam 90 por cento de toda a população.
Está implícito
e explicito no texto, que é proibido gastar, principalmente em educação, saúde,
benefícios sociais, infra-estrutura, em investimentos imprescindíveis e
reprodutivos. E por extensão, acrescente-se, está no âmago da PEC 241: tudo o
que pode significar progresso, distribuição da riqueza produzida, ou seja, a
partir da aprovação da 241, a palavra de ordem sem debate, é a estagnação
intimidada e intimidativa, sem qualquer concessão.
Falta
mais uma votação na Câmara, e outras duas no Senado. Aqui, o impoluto e indomável
Renan Calheiros já garantiu a aprovação. E ele não falha, controla tudo. Na Câmara
a outra votação se realizará no dia 24 de outubro. Temer viaja hoje, volta no
dia 22, comandará tudo pessoalmente, como fez na maratona criminosa das ultimas
72 horas.
Passará o
fim de ano, gozando e usufruindo que ele mesmo identifica, como salvação do
país, "entrada vitoriosa na historia". É uma autoproclamação sem
qualquer credibilidade, mas ele gosta de repetir, viu não sabe onde,
"porque me ufano do meu país". Só que alem dos itens que já
relacionei, o Brasil, estará paralisado ou andando para trás, nos seguintes
setores que englobam ou aglutinam, todo o território do país. Vejamos alguns,
sem contestação, que serão desabaladamente atingidos. Repetindo: alem de
educação, saúde, benefícios sociais, infra-estrutura.
Sem
nenhuma ordem ou hierarquia, apenas relacionando de memória. Habitação,
esporte, ciência, saneamento, cultura, meio ambiente, indústria, transporte, salário
mínimo, que (inacreditavelmente) a PEC 241 quer manter intocado, agricultura, e
mais o que leitor for lembrando. Os articuladores da 241, "esqueceram"
dos 10 por cento mais ricos, que se livraram de tudo, não pagarão 1 real, nem
se assustaram.
Lucros e
dividendos continuarão sem serem taxados. Eles constituem o que chamam de "mercado",
comandam tudo. Temer intitula essa PEC, de "salvação da pátria". Lógico,
não poderia utilizar o nome verdadeiro, "lesa pátria".
Num dos
raros momentos de humor e inspiração, quando o presidente Sarney saía do país,
FHC dizia, "a crise viajou".
Agora que
Temer foi mostrar a Índia e o Japão á primeira dama, na sua primeira viagem
internacional, com o maior constrangimento, faço uma adaptação da frase do
ex-presidente: "A traição viajou". E o pior é que já tem data marcada
para voltar, dia 22 estará utilizando um dos três palácios. Estimulando a
gastança, e pregando o contrario
Os 366
deputados que "ratificaram" a decisão do presidente indireto, não
tiveram tempo ou interesse de ler o que lhes entregaram. Também não era difícil
como apregoaram os coordenadores, acertar o total da aprovação. Bastava fazer o
calculo
pela ordem inversa, a oposição.
Calculei
que teriam 105 votos, não sei como chegaram aos 111, uma espécie de Carandiru
surpreendente. De qualquer maneira, na contramão do mundo, em constante e
permanente evolução e inovação, a PEC 241 estrangula o país. Durante 20 anos,
as coisas não podem acontecer, para atender ás imposições do indireto, que
determina de forma direta e certeira, a estagnação.
Governar
não é apenas equilibrar receita e despesa. È muito mais do que isso. È usar a inteligência,
a competência, a convicção, a credibilidade e principalmente o espírito
publico. E nada disso se usa ou se utiliza em favor da comunidade, através de
uma PEC. Tenha o numero que tiver.
O TSE
confunde a opinião publica
Logo depois da
derrota em 2014, Aécio e o PSDB, entraram com ação pedindo a cassação da chapa Dilma
- Temer. Alegação: irregularidades nos recursos gastos na campanha. O PSDB,
depois acusado da mesma pratica irregular, pretendia que o mais alto tribunal
eleitoral do país, invalidasse os dois, e empossasse Aécio. O pedido de
cassação, legitimo. A posse do derrotado, absurdo descartado.
Não
demorou, o PSDB e Aécio entraram com mais três recursos. Durante 9 meses, o TSE
fingia que investigava, este repórter cobria o assunto ininterruptamente. E sempre
apoiando o TSE, baseado num argumento irrefutável; cassada a chapa, haveria
eleição direta em 90 dias. Fui alertado varias vezes, até mesmo de dentro do TSE:
"Helio, eles querem eleição indireta, você está sendo usado”.
Desde o
inicio dos recursos até agora, se passaram 9 meses. O TSE presidido por dois deploráveis
Ministros do Supremo. Dias Toffoli 4 meses, Gilmar 5. Toffoli só tomou uma
decisão: juntou todos os processos com a mesma relatora, ministra Maria Tereza
Moura. Gilmar só fez jogar tempo fora, para que se houvesse eleição, fosse
indireta. È o que está acontecendo.
Tendo
terminado o mandato da Ministra, demorou um pouco, mas foi indicado o ministro
Hermann Benjamin, que se integrou no cumprimento do dever, e começou a ouvir
testemunhas. Ontem, dois depoimentos, separados. Do doleiro Youssef e do
ex-senador Delcidio Amaral. Confirmaram a utilização de recursos ilegítimos na
campanha vencedora. Ontem mesmo, os advogados de Dilma e de Temer, desmentiram
os depoentes. Já existem outros para serem ouvidos.
Haja o
que houver, não servirá mais á comunidade. Mesmo que houvesse um milagre de Santa
Aparecida, que é festejada hoje em todo o Brasil, e a chapa fosse cassada,
haveria ELEIÇÃO INDIRETA, 90 dias depois. Ou seja: em fevereiro, de preferência
durante o carnaval. Numa indireta, realizada por esse congresso que está aí,
maioria de chances para a escolha de um tipo como Renan Calheiros.
Repatriação
de dinheiro sujo
Já aconteceu de tudo, desde que
descobriram: “As contas que sonegadores mantêm no exterior, representam reforço
extraordinário". Não se lembraram ou nem sabiam que ha mais de 20 anos, esse
dinheiro é cobiçado. Só que os donos das contas ditas sigilosas, não tinham
confiança no governo, qualquer que fosse ele.
Agora, surgiu um
dado que favoreceu integralmente o governo brasileiro.
Os
jornalistas investigadores, que conseguiram repercussão mundial, com o que se
chamou de "Panamá Papers”, provocaram um movimento inédito e inesperado.
Os bancos que protegiam os sonegadores, mudaram inteiramente de posição.
Passaram a denunciar exatamente os protegidos de antes.
Aí ficou
mais fácil fazer acordo. Mas os coordenadores do governo, tentaram mudar as
regras, melhorar para os sonegadores. Também houve problema com governadores,
que pretendiam ficar com uma parte grande do que entrasse como multa ou
devolução.
Cesar
Maia, declarou: "A votação só entrará em pauta na terça feira, até ás 15
horas. Se não houver acordo, não haverá votação". Ontem, exatamente na
hora marcada, o presidente da Câmara retirou o projeto da pauta. E não admitiu
mais conversa, apesar dos apelos.
Rodrigo
Maia é espetacularmente uma novidade. Tão novidade quanto sua candidatura a
governador, que começa a ser articulada.(Exclusividade).
Lula precisa mudar de advogados
Os
advogados do ex-presidente, não saem das TVs, com equivocada defesa dele.
Existe um ditado antigo: "Não se defende o réu, acusando o juiz". Não
fazem outra coisa. Insistem que Sergio Moro não pode julgar Lula, porque já
demonstrou parcialidade, em varias oportunidades.
Alem de
sem competência, desinformados. Já deviam ter percebido, que esse roteiro dos
advogados, tem sido recusado sistematicamente pelo Supremo. Lula poderia usar
mais o doutor Batochio, também seu advogado. Pode ser mais caro. Mas é também
mais brilhante e obtém melhores resultados.
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