A PEC dos gastos, não serve de teste para outras
votações. Os juros continuarão criminosos
HELIO
FERNANDES
Trabalharam
intensamente no primeiro e segundo turno. Favores, dois jantares colossais,
interesses atendidos. E mais a certeza de que nada seria cumprido. E que o próprio
presidente indireto, desmentira si mesmo, "é possível que em 4 ou 5 anos,
tudo esteja modificado". Atendia uma duvida restrição publica do
ex-presidente FHC, o que é péssima recomendação.
Foram
fazendo concessões, explicando o que poucos entendiam. Lembraram que apesar da
vitoria na Câmara, que se repetirá duas vezes no Senado, "só começará a
valer em 2018".
Como quem
diz: "Até lá muita coisa pode mudar". Como os maiores protestos eram
contra o "congelamento" de gastos com educação e saúde, em precária
situação, mais promessas diretas do indireto: "Podemos remanejar verbas de
outros setores, educação e saúde não serão abandonados".
Com tudo
isso, a vitoria foi obtida com 366 votos, só precisavam de 308. Mas não
descansaram, continuaram a maratona para conseguir superar esse numero
no
segundo turno. Não conseguiram, ficaram em 359, apesar de ficarem tempos
esperando que chegasse mais apaniguados. Não chegaram. E assim não alcançaram
os mesmos 366.
Explicaram
então que os 7 da diferença, estavam viajando. 111 do primeiro turno, votaram
com a oposição. Passaram a 116. E 2 se abstiveram. Embora a diferença ainda
fosse enorme, decepção e cobrança. Irritada.
Não têm
duvida sobre o resultado no Senado, apesar de não confiarem em Renan. A
incerteza que domina o Planalto-Jaburu-Alvorada, se localiza em outras
votações.
Principalmente
a reforma da Previdência. Que acumula, e vai prejudicar interesses de milhões.
Mas os protagonistas do governo, não se fartam de proclamar: "Sem essa reforma,
o resto não terá importância”.
O presidente da Petrobras, confirma o repórter
Ha 10
dias revelei com exclusividade: "Pedro Parente decidiu sozinho, que as próximas
plataformas serão COMPLETAMENTE construídas no exterior". Alem do fato que
ninguém conhecia, comentei. Qual a razão? Os custos são maiores, o preço mais
elevado, por causa do caríssimo transporte.
Ontem,
publicamente, o presidente da empresa veio a publico. E confirmou,
textualmente: "As próximas plataformas da Petrobras, serão 100 por cento
construídas
no exterior". É assim, desperdiçando recursos, que a Petrobras será em 5
anos, uma das 6 maiores petrolíferas do mundo? Foi ele que afirmou isso, em
entrevista coletiva.
Não ha crise institucional, e sim excesso de foro
privilegiado
Se todos
fossem "iguais perante a Lei", como determina a Constituição, estaríamos
longe do que chamam de crise entre os Três Poderes. Principalmente por causa do
inefável e nefando Renan Calheiros. Ele teria sido cassado em 2007, estaria
cuidando do "seu gado", que apresentou como de sua propriedade, para
manter a segunda mulher e o filho.
Por causa
do foro privilegiado, escapou de tudo, e assombro geral, voltou a ser
presidente do próprio Senado. Onde está até hoje. Com a cumplicidade e a
omissão dos senadores. Apanhado novamente em irregularidades com
"varreduras ilegais", e a policia legislativa, investigada. Irritado,
se julgando acima de todos, chamou a autoridade que deu a ordem, de
"juizeco".
Não
contava com a reação digna e altaneira, da Ministra Carmen Lucia, que
respondeu, sem sequer citar o nome de Renan. Este assustado, pediu ao
presidente Temer, que marcasse um encontro com a Presidente do Supremo. Tão sem
caráter quanto Renan, o provisório tentou.
Só que do
outro lado, estava uma das raras unanimidades nacionais, em matéria de caráter
e de convicções. Recusou imediatamente, sem arrogância ou prepotência. Alegou
que estava com a agenda "lotada" naquele dia. Mas foi tão incisiva,
que não permitiu que Temer sugerisse outra data. Comunicado da impossibilidade,
compreensível o pânico de Renan.
Ninguém se importa com os juros
Ha 4
anos, os juros estavam em 14,25 por cento. È bem verdade que com FHC chegaram a
40 por cento, crise de lesa pátria, cuja punição não prescreve. Entregou a Lula
com 25 por cento, ainda quase o dobro de agora. Lula reduziu para 11 por cento.
Nos dois primeiros anos, Dona Dilma diminuiu para 7 por cento. A partir daí,
começou a tragédia.
Foi
aumentando, baseado numa duvida, que o presidente do Banco Central de Temer,
encampou. E a pergunta que ainda não respondem: a queda da inflação, puxa os juros
para baixo. Ou é o contrario?
A
inflação começou a cair com Dona Dilma presidente, mas ninguém se preocupava
com os juros. O mesmo que aconteceu com o economista Goldafin, que maneja números
não muito verdadeiros, em matéria de inflação.
E nem
mesmo ele acredita nesses números. Tanto que não influem em seu comportamento
para reduzir os juros. Sua palavra de ordem, repetida é: cautela. Que
transformou em realidade, com a queda de 0,25.
E garante
que virão novas reduções, segundo ele, sempre de 0,25. Como do seu gabinete
informam reservadamente, "que a meta do BC é fechar 2017 com os juros em
11 por cento, se preparem para uma conta aritmética simples.
Como os
juros estão em 14 por cento, para chegarem aos ainda criminosos 11 por cento,
têm que cair 3 por cento. Ou seja, redução de 0,25, 12 vezes seguidas, ou seja
até o fim de 2017. Mesmo que o TSE de Gilmar Mendes, mantenha Temer no poder.
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