Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A PEC dos gastos, não serve de teste para outras votações. Os juros continuarão criminosos

HELIO FERNANDES

Trabalharam intensamente no primeiro e segundo turno. Favores, dois jantares colossais, interesses atendidos. E mais a certeza de que nada seria cumprido. E que o próprio presidente indireto, desmentira si mesmo, "é possível que em 4 ou 5 anos, tudo esteja modificado". Atendia uma duvida restrição publica do ex-presidente FHC, o que é péssima recomendação.

Foram fazendo concessões, explicando o que poucos entendiam. Lembraram que apesar da vitoria na Câmara, que se repetirá duas vezes no Senado, "só começará a valer em 2018".

Como quem diz: "Até lá muita coisa pode mudar". Como os maiores protestos eram contra o "congelamento" de gastos com educação e saúde, em precária situação, mais promessas diretas do indireto: "Podemos remanejar verbas de outros setores, educação e saúde não serão abandonados".

Com tudo isso, a vitoria foi obtida com 366 votos, só precisavam de 308. Mas não descansaram, continuaram a maratona para conseguir superar esse numero
no segundo turno. Não conseguiram, ficaram em 359, apesar de ficarem tempos esperando que chegasse mais apaniguados. Não chegaram. E assim não alcançaram os mesmos 366. 

Explicaram então que os 7 da diferença, estavam viajando. 111 do primeiro turno, votaram com a oposição. Passaram a 116. E 2 se abstiveram. Embora a diferença ainda fosse enorme, decepção e cobrança. Irritada.

Não têm duvida sobre o resultado no Senado, apesar de não confiarem em Renan. A incerteza que domina o Planalto-Jaburu-Alvorada, se localiza em outras votações.

Principalmente a reforma da Previdência. Que acumula, e vai prejudicar interesses de milhões. Mas os protagonistas do governo, não se fartam de proclamar: "Sem essa reforma, o resto não terá importância”.

O presidente da Petrobras, confirma o repórter

Ha 10 dias revelei com exclusividade: "Pedro Parente decidiu sozinho, que as próximas plataformas serão COMPLETAMENTE construídas no exterior". Alem do fato que ninguém conhecia, comentei. Qual a razão? Os custos são maiores, o preço mais elevado, por causa do caríssimo transporte.

Ontem, publicamente, o presidente da empresa veio a publico. E confirmou, textualmente: "As próximas plataformas da Petrobras, serão 100 por cento
construídas no exterior". É assim, desperdiçando recursos, que a Petrobras será em 5 anos, uma das 6 maiores petrolíferas do mundo? Foi ele que afirmou isso, em entrevista coletiva.

Não ha crise institucional, e sim excesso de foro privilegiado 

Se todos fossem "iguais perante a Lei", como determina a Constituição, estaríamos longe do que chamam de crise entre os Três Poderes. Principalmente por causa do inefável e nefando Renan Calheiros. Ele teria sido cassado em 2007, estaria cuidando do "seu gado", que apresentou como de sua propriedade, para manter a segunda mulher e o filho. 

Por causa do foro privilegiado, escapou de tudo, e assombro geral, voltou a ser presidente do próprio Senado. Onde está até hoje. Com a cumplicidade e a omissão dos senadores. Apanhado novamente em irregularidades com "varreduras ilegais", e a policia legislativa, investigada. Irritado, se julgando acima de todos, chamou a autoridade que deu a ordem, de "juizeco". 

Não contava com a reação digna e altaneira, da Ministra Carmen Lucia, que respondeu, sem sequer citar o nome de Renan. Este assustado, pediu ao presidente Temer, que marcasse um encontro com a Presidente do Supremo. Tão sem caráter quanto Renan, o provisório tentou.

Só que do outro lado, estava uma das raras unanimidades nacionais, em matéria de caráter e de convicções. Recusou imediatamente, sem arrogância ou prepotência. Alegou que estava com a agenda "lotada" naquele dia. Mas foi tão incisiva, que não permitiu que Temer sugerisse outra data. Comunicado da impossibilidade, compreensível o pânico de Renan.

Ninguém se importa com os juros

Ha 4 anos, os juros estavam em 14,25 por cento. È bem verdade que com FHC chegaram a 40 por cento, crise de lesa pátria, cuja punição não prescreve. Entregou a Lula com 25 por cento, ainda quase o dobro de agora. Lula reduziu para 11 por cento. Nos dois primeiros anos, Dona Dilma diminuiu para 7 por cento. A partir daí, começou a tragédia.

Foi aumentando, baseado numa duvida, que o presidente do Banco Central de Temer, encampou. E a pergunta que ainda não respondem: a queda da inflação, puxa os juros para baixo. Ou é o contrario?

 A inflação começou a cair com Dona Dilma presidente, mas ninguém se preocupava com os juros. O mesmo que aconteceu com o economista Goldafin, que maneja números não muito verdadeiros, em matéria de inflação.

E nem mesmo ele acredita nesses números. Tanto que não influem em seu comportamento para reduzir os juros. Sua palavra de ordem, repetida é: cautela. Que transformou em realidade, com a queda de 0,25.

E garante que virão novas reduções, segundo ele, sempre de 0,25. Como do seu gabinete informam reservadamente, "que a meta do BC é fechar 2017 com os juros em 11 por cento, se preparem para uma conta aritmética simples.

Como os juros estão em 14 por cento, para chegarem aos ainda criminosos 11 por cento, têm que cair 3 por cento. Ou seja, redução de 0,25, 12 vezes seguidas, ou seja até o fim de 2017. Mesmo que o TSE de Gilmar Mendes, mantenha Temer no poder.



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