Quem TEMER medo de Eduardo Cunha?
HELIO
FERNANDES
Ontem,
escrevendo sobre o fato do dia, terminei com uma frase: haverá muito
desdobramento. Pode parecer o obvio, mas não é tão visível assim. Os fatos
mudam ou se modificam, principalmente quando envolvem ou podem envolver e até
incriminar, alguns dos personagens mais poderosos da Republica.
Antes da
prisão, duas considerações afirmações, haviam transitado em julgado. 1- A
equipe da Lava-Jato desdenhava abertamente de uma possível delação. E resumia: "Eduardo
Cunha terá que contar fatos miraculosos, para resgatar o que existe contra
ele". 2- O ex-presidente da Câmara, dizia,afirmava e reafirmava: "Prefiro
morrer a fazer delação". Ele ainda nem fora interrogado, mal chegara a
Curitiba, e tudo isso já fora ultrapassado. Dos dois lados.
A partir
daí, as duas palavras mais pronunciadas em Brasília, foram, delação e Rivotril.
A primeira como constatação. A segunda, como conseqüência e tentativa de
recuperar a tranqüilidade perdida.
Na capital parou tudo logo que chegou a noticia da prisão. No plenário da Câmara, mais de 400 deputados, concordaram em levantar a sessão, e irem se lamentar, em grupos, nos mais variados gabinetes. Eram raros os que acreditavam que Eduardo Cunha se manteria em silencio. A maioria tinha certeza da delação.
Mas de
Curitiba surgia uma terceira versão, reforçada pela origem: a equipe da
Lava-Jato. Confirmava, que não daria um passo no caminho da delação. Mas
admitia conversar, se a iniciativa partisse de Eduardo Cunha.
No
entanto, impunham uma condição: teria que ENTREGAR todos. Se tentasse
fazer delação no caminho de personagens menores, na tentativa de preservar os maiores,
suspenderiam imediatamente a delação.
E
não haveria possibilidade ou oportunidade de recomeço. Não se incomodavam que
se livrasse da prisão, ou cumprisse pena menor. Mas teria que contar a verdade,
mostrar tudo o que dizia conhecer em profundidade.
O pânico mora no Planalto, Jaburu, Alvorada
Enquanto
o presidente indireto não chega, a ordem de silencio é cumprida como forma de
preservação. Ninguém fala com ninguém, não é apenas medo de gravação. Mas
receio de que "interpretem" rascunhos de pensamentos.
Todos se
conhecem muito bem, muitos deles participaram da conspiração parlamentar, que
no momento, é o grande objetivo da Policia Federal e dos Procuradores Federais.
Até aqui consideravam a delação da Odebrecht, a mais importante. Agora
acreditam que Cunha pode ultrapassá-lo facilmente.
Tem gravações
quilométricas de todo o roteiro da tramitação e votação do Impeachment. Na Câmara
e no Senado. O que levou alguns senadores a se irritarem ou a se retraírem
completamente. Com prioridade para Renan Calheiros, que chegou a dizer
revoltado: "Não sou especialista em Eduardo Cunha". Pode não ser. Mas
pode
estar na beira de ter o mesmo destino do ex-presidente da Câmara.
O alvo
agora é o PMDB, da Câmara e do Senado. Os dois, tão comprometidos, que o
Ministro Teori Zavascki, para acelerar os processos, "fatiou" em 4.
Um, só para deputados do PMDB. Outro unicamente para senadores do mesmo
partido. Renan é tão envolvido em tudo, que deve responder criminalmente nos
dois.
Só se
fala em delação. Mas levará algum tempo. A Lava-jato tem certeza que a delação
do ex-poderoso presidente da Câmara, pode ser um final glorioso e
triunfal. E consideram que a chave de tudo está na tramitação e votação
do Impeachment. Na Câmara e no Senado.
A
suposição da equipe tem como base, ação, participação e afirmação do próprio
Eduardo Cunha. Conduziu todo o processo do Impeachment, e afirmou publicamente:
"Sem a minha colaboração não teria havido o impeachment". Depois, na
sessão em que foi cassado, ameaçou 140 deputados. E bradou, amargurado: "Se
beneficiaram do meu sacrifício, e me abandonaram". A frase pode não ser
textual, mas é rigorosamente.
E só
houve um grande beneficiário do impeachment, na época amigo intimissimo, depois
o mais distante possível. Para obter recompensa, Eduardo Cunha terá que
explicar seu fervor pelo impeachment, e sua amargura com a cassação.
Por
conhecer muito bem os fatos, todas as razões para que a inquietação e a intranqüilidade,
estejam morando no Planalto, Jaburu e Alvorada.
Hillary ganhou mais um debate
Impossível
perder para Trump. Normalmente, ela é muito mais preparada, competente, tem uma
carreira voltada para o serviço publico. E em matéria de servir á comunidade, nada
mais convincente e conveniente do que a presidência da Republica.
Principalmente de um país como os Estados Unidos. E Hillary sempre pensou
nisso. Desde os tempos em que ficou no Arkansas com o marido, 6 vezes
governador do estado. Cada mandato, 2 anos.
Trump é
exatamente o contrario. Gastou a vida fazendo fortuna, segundo muitos, de forma
desonesta e fraudulenta. Michel Bloomberg, 12 anos prefeito de nova Iorque (3
mandatos seguidos), acusou duramente Trump. Cara a cara, antes do primeiro
debate. Trump não respondeu, se manteve em silencio.
Debate
não ganha eleição, ainda mais em se tratando de Trump, que é sempre, o
principal destruidor dele mesmo. Candidato do Partido Republicano, conseguiu
jogar os principais lideres contra ele. Foi chamado de "desgraça",
"tragédia”, "presidente catástrofe".
Isso se
ganhasse, o que é considerado impossível. Governar os EUA, é uma tarefa
gigantesca. Para Hillary, dedicação inabalável. Para Trump, uma punição que o
povo americano não merece.
Eleita,
empossada e governando, a vitoria de Hillary permite uma analise distante no
tempo, mas bem perto da realidade. Hillary ficará na Casa Branca até 2024,
reeleita em 2020. E passará o cargo a Michele Obama, notável personagem. Será a
segunda mulher a presidir o país. E o segundo negro, a ocupar a Casa Branca. Lógico,
não verei a confirmação da minha mais do que razoável analise. Mas vocês
poderão comemorar, será ótimo para a sustentabilidade do mundo.
TSE quer acelerar julgamento da chapa Dilma - Temer
São 10
meses completados e perdidos. Por falta de decisão. E da oportunidade
desperdiçada, do povo ter votado em 2016, numa eleição direta. Desses 10 meses,
5 negativos para o então presidente Dias Toffoli. E outros 5, também negativos,
para o ainda presidente Gilmar Mendes. São 4 ações impetradas pelo PSDB, alegando
utilização irregular de financiamento da campanha presidencial.
O
Ministro Hermann Benjamin, relator em substituição á então Ministra que
terminou o mandato, quer chegar ao julgamento. Mas encontra obstáculos velados
e ostensivos. Não desiste. E ontem, determinou a organização de uma força tarefa,
para que os trabalhos possam terminar. È um processo discriminado e
desorientado.
Venho
acompanhando tudo desde o inicio, dando a maior força para o tribunal. Por um
motivo fundamental: cassada a chapa, haveria eleição direta. Ha meses, num trabalho exaustivo, fiz levantamento sobre
a tendência. Publiquei aqui, 3 a 3. E 1 ministro com voto indevassável. Agora
mudou tudo.
De
qualquer maneira, mesmo cassada à chapa, a eleição será indireta, em 2017. Está
na Constituição. Os advogados do antigo vice, dizem que ele não tem nada a ver.
Acontece que os registros de gastos, são feitos em conjunto. Tudo ocorre nesse
processo. Luiz Fux, Ministro do Supremo, sem nada ver, deu entrevista,
"adiantando" voto que seria favorável a Michel Temer.
PS- Declaração
de Rodrigo Maia: "A prisão de Eduardo Cunha, não prejudica a votação do
pré sal, na segunda feira". O presidente da Câmara deveria se manter
calado. Está prejudicando conversações e adesões sobre possível candidatura a governador,
em 2018.
PS2-
Cunha é vingativo, e sua base é o Estado do Rio. Outro fato. Cesar Maia, pai de
Rodrigo, já foi derrotado para governador. Imaginava tentar novamente em 2018.
Mas com um adversário dentro de casa?
PS3- Pelo
terceiro dia seguido, o preço do barril de petróleo, fica acima de 50 dólares,
em Nova Iorque e em Londres. Enquanto a Petrobras se desfaz do pré sal.
PS4-
Agradeço aos nossos seguidores as inúmeras e singelas homenagens pela data (17
de outubro) do meu aniversário. Helio
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