Educação desnecessária e
deteriorada. Terror de Temer: a eleição do presidente da Câmara
HELIO FERNANDES
Comissão Técnica
da Câmara fez estudo aprofundado, a respeito da interferência da PEC dos gastos
sobre a educação. Conclusão assombrosa, mas não surpreendente: a educação
perderá 24 BILHÕES de investimento por ano. Como a analise é da própria Câmara
e os deputados terão que votar novamente na próxima semana, se espera resultado
diferente.
Na
primeira vez, a PEC recebeu 366 votos. Na segunda, se 60 decidirem
sensatamente, ficarão 306. A PEC estará recusada. Se não quiserem vetar tudo,
basta aprovar emenda, preservando integralmente os recursos da educação. Isso é fundamental e deveria ser obrigatório.
A
denominação, PEC dos gastos, enganou muita gente. Na promoção e publicidade
(vasta) do governo, tentaram deixar claro, que seria uma forma de usar
racionalmente, o dinheiro do contribuinte. Completa ilusão. Cortaram
arbitrindisiamente da saúde, educação, infra-estrutura, serviços sociais,
e mais 16 itens indispensáveis, que relacionei, um por um irrefutáveis.
Alem do mais, os orçamentos publicos ficarão
"congelados” por 20 anos. Num mundo que se inova e se modifica em alta velocidade.
Bastaria que o presidente indireto, que lê pouco, lesse pelo menos o comentário
da economista Maria da conceição Tavares. Ela, com a competência e a independência
habitual, destroçou a PEC.
Agora, é uma Comissão Técnica da própria Câmara que
alerta sobre os recursos que a educação perderá. Se as conclusões da comissão Técnica
não valem nada, melhor eliminá-la. Podem dizer que é economia de gastos.
Luta pela presidência da Câmara, pode esfacelar a base
Exatamente ha 20 dias, noticiei: Aécio Neves, como
presidente do PSDB e não como senador, pediu audiência ao indireto. Contei: sem
perder tempo, Aécio comunicou: "Presidente, o PSDB quer eleger o
presidente da Câmara. Já temos o nome de consenso, o líder Antonio
Imbassahy". Levou algum tempo cantando e contando as virtudes do candidato,
foi embora. Ninguém colocara então o problema de forma tão clara. Mas ele
existia de fato.
E preocupando o próprio presidente indireto.
Cercado nos bastidores, considerou que a "solução” seria a reeleição ou
recondução de Rodrigo Maia, que não tem criado nenhum problema na dupla condição:
presidente da Câmara e presidente da Republica substituto.
O que Temer nem imagina, é alguém do PSDB ocupando o seu lugar nos 3 palácios. Ficando por enquanto interinamente, mas no futuro, pelo maior período possível. Ultrapassada a permanência de Maia, teve e tem que enfrentar a dura e múltipla realidade.
È difícil em qualquer oportunidade, escolher apenas
1, entre diversos candidatos. Sabe que muitos estão arregimentando correligionários,
para se credenciarem. Essa variedade, ameaça o que gosta de chamar de
"minha base partidária". Semana passada, essa "base" lhe
deu 366 votos. Restam 3 meses(novembro, dezembro e janeiro), para substituir
Rodrigo Maia. E consolidar a base que votou e aprovou
A tão combatida, combalida e contrariada PEC dos
gastos.
Imbassahy, Rogerio Rosso, Jovair Arantes
Já falei
do primeiro, imposição e exigência do PSDB. Discordância pessoal. Mas sabe que
sem o PSDB, não governa. E sem os outros dois, não teria nem chegado ao governo.
Foram os homens de Eduardo Cunha, na Comissão Especial do
impeachment. Não houve eleição, o corrupto presidente da Câmara fez as
indicações como bem entendeu. Rosso, presidente, Jovair relator, lendo centenas
de laudas, que jamais redigiria.
Agora,
cobram, querem a presidência da Câmara. Rosso, favorito, perdeu para Maia. Culpou
Temer pela derrota. Passado algum tempo, o provisório teve que ir almoçar no
apartamento funcional do pretendente, que ficou satisfeito. quem não gostou foi
jovair, que reclamou. Novo almoço, o indireto vai engordando, mas sua base vai emagrecendo.
E haja o que houver, entre uma viagem e outra, acabará por entender. Só poderá
eleger um presidente da Câmara. Contrariando uma porção de candidatos,
ostensivos ou não
Temer chega dia 22, véspera de votação. Ontem falou
sobre divida
No fim de
semana estará de volta ao Brasil. No exterior fala varias vezes por dia em
entrevista. Para o Brasil, já que lá mesmo, ninguém se interessa. Ontem,
inesperadamente fez declaração sobre a divida publica: “È um problema de
solução difícil, mas não impossível". Questão importantíssima, tratada de
forma obvia. A divida está em 4 trilhões de reais. Amortização e não pagamento,
(como falam alguns tolos) que requer recursos incalculáveis.
A divida
não é para pagar, todos os países têm dividas. Mas têm juros "decentes e suportáveis".
Ao contrario do Brasil. Com juros de 14,25 ha quase 2 anos, a amortização está
na casa de 300 bilhões. O governo fez uma projeção de superávit primário de 150
bilhões, não chega nem perto.
o
presidente do Banco Central anunciou que hoje, quarta feira, reduzirá (?) os
juros em 0,25 por cento, talvez 0,50. É a mesma trajetória seguida durante o
tempo inteiro pelo então titular Tombini. Se hoje, a Selic viesse para 10 por
cento, a amortização cairia para a metade. Ajudaria a queda da inflação,
facilitaria a valorização do real, ou seja, a queda do dólar. Falta coragem, conhecimento,
competência.
Na próxima
segunda, votação em segundo turno da PEC dos gastos. O indireto está interessadíssimo
nessa decisão. O aumento da divida publica, "resolveremos depois". É
a sua palavra de ordem.
PS- A
Receita investiga suposta sonegação de imposto de renda, de bandas de forró.
Nada contra. Segundo a Constituição, "todos são iguais perante a
Lei". Sabemos que não é assim, mas concordemos ou concordamos.
PS2- Só
que é trabalhoso para a Receita, chegar no andar de cima. Bradesco, Gerdau, JBS,
e centenas de poderosos empresários, não são incomodados. Sonegam ou roubam
Fundos de Pensão, provocam prejuízos de BILHÕES, e nada lhes acontece.
PS3- Pelo
menos 16 setores, foram atingidos pela PEC dos gastos. Mas os ricos e poderosos
empresários, não foram atingidos. Não investem, "a situação não é favorável”.
E ainda são favorecidos por uma palavra mágica: DESONERAÇÃO.
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