No Supremo, vários partidos
"fatiados" e assustados
HELIO FERNANDES
Ha muito tempo o
Supremo não avançava tanto. No caminho do combate á corrupção. Diversificando,
ampliando e atingindo, em alta velocidade, partidos e personagens mais do que
suspeitos, altamente comprometidos. Se julgavam inatingíveis, ficaram
praticamente esquecidos, apesar de repudiados pela comunidade. Mas agora foram
lembrados, os processos nos quais estão incluídos e enquadrados, sairão do arquivo,
ganharão a luz do sol.
Na semana
passada, o Ministro Facchin liberou para o plenário, um processo sobre Renan
Calheiros. Ficam faltando 8, que estarrecedoramente foram abertos a partir de 2007.
Ele é o mais antigo financiado e patrocinado por empreiteiras. Nessa época era
também presidente do Senado. Teve um filho por acaso, sem residência fixa, a
Mendes Junior, generosa, custeou e custeia até hoje, todas as despesas.
A
empreiteira registra a prioridade. As outras que assaltaram as estatais e
principalmente a Petrobras vieram depois. Embora as propinas tivessem começado
cronologicamente, em 1997 e 1998.
Apesar do
alto patrocínio, Renan não se livrou das complicações. Dominava o Senado, levou
um tempo enorme para o "acordo”: renunciava á presidência, mas não perdia
o mandato. Não tendo sido cassado, voltou e ei-lo novamente presidente do
Senado, no apogeu.
Escolhe
Ministros, e agora, em plena era da mensagem tecnológica, escreve uma carta ao
presidente indireto. Volta aos tempos da "Republica velha", quando o
meio de comunicação com o presidente da Republica, era unicamente esse.
Mas
apesar das aparências e do exibicionismo supostamente grandiloqüente, caminha
para a derrocada. Só que desta vez em companhia de mais de 150 deputados e
senadores, indiciados e até denunciados por corrupção. No Supremo,
estarrecedoramente inatingíveis. E ainda têm foro privilegiado. O que não vai
salva-los, nem continuarão imunes, impunes, intocáveis, inatingíveis.
O
Ministro Zavascki, atendeu pedido do Procurador Janot, e "fatiou" os
processos que estão com ele. Dessa forma serão investigados mais rapidamente.
Foram divididos em 4 grupos, cada um terá devassa separada. Ficou assim. 1-PP. 2-PSDB.
3-PMDB da Câmara. 4-PMBD do Senado. Muitos até hoje poderosos, estão em um dos
grupos. Incluindo Temer, Renan, Aécio, imaginem os que foram lembrados, e já freqüentando
as manchetes. Tentarão os mais extraordinários roteiros criminosos, não
escaparão.
Não se
surpreendam com a inclusão do nome do presidente indireto. Ou com a divisão
entre PMDB da Câmara e PMDB do Senado. Ele sabe de tudo. Já contei aqui com exclusividade.
Quando era vice e presidente do PMDB, foi chamado com urgência,para conciliar
uma divergência entre deputados e senadores.
A poderosa
JBS (agora teve que depositar 1 BILHÃO e 500 MILHÕES para "compensar"
duvidas e dividas do rombo de 8 BILHÕES que surrupiou dos 4 maiores Fundos do
país) doara 50 milhões ao PMDB.
Não havia
endereço certo. Temer, foi lá, acertou: 25 milhões para deputados. 25 milhões
para senadores. Ficou tudo em paz, e ele com cacife para passar de "vice
decorativo", a presidente provisório. E agora indireto. O fato do PMDB
ser
devassado
em 2 grupos, é que o partido é grande e nunca foi contemplativo.
Doam a Petrobras e ainda tripudiam com o fato
Já
escrevi sobre o que fizeram com a empresa. Mas como ninguém se manifesta ou
defende a empresa, tenho que tentar insistir em "combater o bom
combate", como pregava, ensinava e praticava o Apostolo Paulo. As
multinacionais que rondavam o patrimônio e a riqueza do pré sal, saíram do subterrâneo
da pretensão e da doação, já vieram a publico.
E
exibindo a arrogância dos vencedores, nada surpreendente, a primeira afirmação:
"Não iremos depender da direção da Petrobras, trabalharemos com métodos
diferentes". Não receberam ou assinaram contrato de exploração. Receberam
doação da maior conquista da empresa em toda a sua existência, trabalharão para
que essa "doação, proporcione os maiores lucros".
O Deus do
capitalismo é o lucro, eles são capitalistas, e precisam cada vez de mais
lucros. Os que facilitaram a vida dessas multinacionais, são traidores, mistificadores,
usurpadores da riqueza nacional e popular.
Determinaram
a entrega do nosso patrimônio petrolífero, alegavam, "estamos livrando a
empresa da obrigação de ter que explorar todos os campos do pré sal". È
preciso muita audácia para uma afirmação como essa.
Mas não
ficaram por aí, acrescentaram: “A Petrobras, pode escolher os campos que mais
lhe interessa, até o total de 30 por cento".
Ora, como
ela é dona de tudo, pode escolher o momento conveniente para explorar 30, 50 ou
100 por cento dos campos. Alem do mais, as multinacionais, já disseram que não
trabalharão com a própria Petrobras. Mistificação completa.
Noticia EXCLUSIVA sobre a Petrobras
O
presidente Pedro Parente, decidiu: "Vamos construir plataformas no
exterior. No Brasil, essa construção sempre é terminada com atraso". Dá a
impressão de que isso só acontece ou aconteceria no Brasil. Alem do mais, as
plataformas do exterior, sabidamente são bem mais caras. E ha o aumento custoso
do transporte.
Nada é
surpreendente, se lembrarmos que o agora presidente da Petrobras, foi chefe da
casa civil de FHC.
E que
quando foi convidado pelo então presidente provisório, agora indireto, pediu: "Sou
presidente do Conselho de Administração da Bovespa, queria continuar".
Espantosamente Temer concordou. Perguntinha inócua e inútil: a que horas
trabalha na Bovespa, já que o comando da Petro exige tempo integral. A opção é
receber na Bovespa sem trabalhar, impensável.
O Nobel da Paz, para o presidente da Colômbia
Quando
houve a assinatura do acordo com as Farcs, transcrevi uma nota do
correspondente Ariel Palácio. Ele conhece tudo sobre o que acontece nos países
da America Latina. E divulgava que se falava, que o presidente da Colômbia e o líder
das Farcs, (conhecido como Timoshenco, que foi um famoso general soviético na
Segunda Guerra Mundial) receberiam o Premio Nobel da Paz. Imediatamente
comentei que isso seria absurdo completo.
Afastado
o chefe da guerrilha assassina, extorsiva, explorando o seqüestro em troca de
pagamento, e se transformando na maior força traficante do país, as coisas
ficaram mais claras e aceitáveis. E assim, o Nobel da Paz apenas para Juan
Manuel Santos, merece todos os aplausos.
Alem do
mais, o presidente da Colômbia, tem uma vida dedicada á paz. E não é de hoje ou
de ontem. É de sempre. Tão preocupado ha mais de 10 anos com o problema, que
foi morar a Irlanda, para estudar a luta do Ira pela libertação. Isso antes de
ser presidente. Depois, eleito e reeleito, merece o respeito do povo da Colômbia,
ao qual serve com dedicação.
Temer: constitucionalista inconstitucional.
A primeira dama apareceu ontem num jantar no
alvorada.
A PEC do
"teto dos gastos", tem muitas inconveniências. Se fosse cortar pura e
simplesmente, diminuir as despesas naturalmente supérfluas, ninguém
discordaria. O senhor Henrique Meirelles fez um comentário, comum em amadores
mas não num Ministro da Fazenda, e ainda mais, arrogante: comparar as
dificuldades de um país,
com as de
uma família. Tem as aparências, mas são realidades diferentes.
De
qualquer maneira, não poderia "congelar" toda a economia. Como se
intitula de constitucionalista, devia pelo menos se lembrar do que está
escrito: "Os Três Poderes são autônomos e independentes entre si". Inclusive no orçamento. O indireto
enfrenta problemas de toda ordem. Do Supremo e do presidente da Câmara.
A melhor
receita para limitar gastos, é não gastar, principalmente para se projetar, e
"maldizer", o que gosta de intitular de herança maldita. Não tem
planos, projetos, compromissos. Nem mesmo o que na "Republica Velha"
se chamava de "plataforma de governo", lido por indiretos sem votos,
como ele. A sorte da PEC, está lançada.
Tem que
enfrentar a decisão do Supremo, a pedido do Procurador Geral. Pode ser contra
ou a favor, e até mesmo depois da votação no Congresso. Outro empecilho ou obstáculo
veio da palavra de Rodrigo Maia, que não está sendo tão complacente quanto
Temer esperava.
Na sexta
feira afirmou: "Votação do teto dos gastos, tem que acontecer na segunda
feira (Hoje). Se não votarem, não coloco novamente na pauta". Distraído,
temer garantiu: "Acho que temos numero para aprovar a PEC dos
gastos".
Para
reforçar sua convicção, abusou da gastança: ontem recebeu entre 300 e 400
parlamentares, no Alvorada. Inédito para um presidente, e mais inédito, que utilize
simultaneamente três palácios.
Alem de
cabalar votos, apresentava oficialmente ao mundo político, a mulher Marcela,
assumindo a posição, desnecessária e ultrapassada, de primeira dama. Essa
presença, provocou a ida ao jantar de um numero impressionante de outras
primeiras damas parlamentares.
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