Divida pública, Taxa Selic,
superávit primário
HELIO
FERNANDES
Já se chamou
divida externa, passou a divida publica, não mudou nada. Continuou sendo um
grande problema nacional, apesar da imprudência e do desprezo com que é
tratada. Assim que tomou posse, Meirelles chamou a atenção para o volume que
atingira. Imediatamente advertido pelo então presidente provisório,
"o problema
é grave de mais para ser exposto publicamente". Silenciou.
O mesmo
comportamento que teve quando era presidente do Banco Central, afastado pelo próprio
Lula. Por incompetência mais do que provada.
Essa
divida atingiu agora, o total de 4 trilhões de reais. È muito. Todos os países,
incluindo EUA e China, a maior potencia,têm dividas,sabem que não serão pagas e
sim amortizadas. È próprio do sistema capitalista globalizado. Mas
naturalmente, dependem dos juros da remuneração a ser repassada ao emprestador.
O maior
incentivador desses juros, foi o presidente reeleito fraudulentamente, FHC. Com
ele, chegaram a 42 por cento. Os economistas do mundo inteiro e do Brasil,
ficaram assombrados. Transmitiu o governo a Lula com a taxa em 25. Lula reduziu
para 12, entregou a Dilma, que nos 3 primeiros anos, conseguiu baixá-la para 7
por cento. Mas inesperadamente foi elevando, até que chegou a 14,25, não caiu
mais.
Sou um
estudioso e um combatente intenso dessa situação. Na Tribuna impressa, e no
"retrocesso de 80 anos em 8", de FHC, não abandonei o assunto por um
instante. Me fartei de fazer comparação com diferentes países, mostrando a
irresponsabilidade de diversos governos. Com exceção de Lula nesse capitulo.
No
governo Dilma, fui até didático, mostrando a disparidade total do comportamento
brasileiro. Estranhei que com o mesmo Presidente da Republica (Dilma) e o mesmo
presidente do Banco Central (Tombini), a Selic fosse de 7 por cento para 14,25.
E estacionasse aí,até o amargo fim.
Cheguei a
sugerir com Dilma-Tombini, que a redução fosse agressiva, mudando de uma vez
só, para 10 por cento. Nem ouviram. Repeti a sugestão já com Temer provisório.
Noutro dia, por acaso, o atual presidente do Banco Central veio a publico, e
informalmente falou em adotar uma "política agressiva no combate aos
juros".
Dias
depois deixou entrever, que na ultima quarta feira deste outubro, reduzirá a
Selic "para 14,20", quer dizer, apenas menos 0,25. E o governo Dilma,
continuando com o presidente indireto, desesperados para formação do superávit primário.
Cada vez menor, comprometendo o futuro e a possível tranqüilidade e recuperação
do país.
Para
terminar por hoje, dois alertas, que vieram ontem do exterior, naturalmente os
mais importantes personagens do governo não viram. Vou ajudá-los, embora
naturalmente não acredite nem confie neles.
FMI:
"Superávit primário no Brasil, só em 2020".
Banco
Mundial: "O Brasil precisa trabalhar intensamente para reduzir
bastante os juros".
A rumorosa segunda condenação de ricos e poderosos
Já
escrevi sobre o assunto, assim que a reunião do Supremo terminou, 9 da noite. Mas
a matéria é inesgotável. E super importante. Os protagonistas, todos da
Lava-Jato. E não apenas fora do plenário. Não é comum o resultado de 6 a 5, a
não ser quando a questão é altamente conflitante, polemica, com interpretações
diferentes por causa do fato ser naturalmente controverso. Não era o caso.
O que
existiam eram interesses de grupos, condenados já em primeira instancia, com pânico
da segunda, e a prisão imediata. Esses personagens eram identificados pela
presença de advogados das empreiteiras roubalheiras. (Fartei de denunciar isso,
nos 7 meses a partir da decisão por 7 a 4, de fevereiro. Falavam que 2
ministros mudariam de voto, 1 pelo menos mudou, de forma inacreditável. O país
esteve perto de um retrocesso irreparável e irrecuperável).
Tudo que
este repórter foi contando desde a decisão épica de fevereiro, se confirmou.
Todos, incluindo este repórter, publicaram antes do julgamento, a fala do juiz
Moro numa conferencia, revelando o quanto a confirmação era importante para a
Lava-jato. Depois do julgamento, aplaudiu o Supremo, visivelmente satisfeito.
Mas mesmo
Ministros que ACABARAM votando pela prisão imediata á segunda condenação,
fizeram longos malabarismos verbais. Quase todos se refugiavam na expressão, "transitado
em julgado". Consideravam que dessa maneira, ficariam inatingíveis. Não
ficaram. Os 4 que sem hesitação, decidiram pela prisão imediata, foram claros,
incisivos, fulminantes. Quando começavam a votar, qualquer duvida era deixada
de lado.
O
Ministro Gilmar Mendes pronunciou o voto mais longo e saltitante, mudando
de
lado
varias vezes. Em fevereiro votou pela condenação. Desta vez deu a impressão de
que mudaria. Mas tinha um farol que iluminava seu caminho: o voto do Ministro
Lewandowski, contra a prisão, desde o primeiro julgamento.
Alem
dessa motivação, Gilmar Mendes sabia que se mudasse em relação a fevereiro,
estaria tudo perdido, a responsabilidade seria dele, nem imaginava. Colocou o
resultado em 5 a 5, permitindo que a presidente Carmen Lucia, em 6 minutos,
liquidasse a questão, e declarasse: "Estou proclamando a decisão, 6 a 5
contra a liminar".
O voto
escabroso, é essa a palavra, pertenceu ao Ministro DiasToffoli, por direito de conquista.
No primeiro julgamento, ficou entre os 7 vencedores. Meses depois, citado na
Lava-Jato, mudou de voto. Era preciso mais do que coragem,tinha que exibir uma audácia
sem limites,conseguiu.
Leu o
voto numa velocidade espantosa, disse que "precisava sair, tinha
compromisso oficial com hora marcada". Estava envergonhado, visivelmente. Para
não dizer que era intransigente, fora do voto, deixou a proposta: "prisão
depois da TERCEIRA instancia". O STJ (Superior Tribunal de Justiça). Vergonhoso.
Não pode
mais permanecer na ativa como Ministro. O tribunal sabe como fazer. Já fez com
o então Ministro Nelson Jobim, obrigado a se aposentar, antes da
"expulsoria" por idade.
Estão
doando o pré sal. Finalmente chegaram a FHC
Alem de
arruinarem a Petrobras, doando sua maior riqueza, ainda tentam enganar a
comunidade. Dizem descaradamente, "estamos protegendo a empresa, que não
tem mais a obrigação de explorar todos os campos". Alem de traição, mistificação.
Quando o Brasil fez a grande descoberta ocasional do pré sal, satisfação que
não podia ser escondida.
O país
entrava no pequeno grupo de países, que tinha uma quantidade enorme de petróleo.
Tão grande e de tão alta qualidade, que podia consumir e ao mesmo tempo
exportar, quanto bem entendesse ou precisasse. Chegávamos á Era de ouro do pré
sal, destino e futuro maravilhoso.
Inesperadamente
a riqueza se transformou em ônus, deixar de ter petróleo, pois é isso que vai
acontecer, passou a ser uma "dádiva de Deus". Quando os americanos
diziam no século passado, "não ha petróleo no Brasil", Monteiro
Lobato se insurgia, se revoltava, era preso, precisou se exilar para poder
viver em liberdade.
Ele
foi o precursor, jamais abandonou a convicção na realidade do petróleo do
Brasil. Quando o petróleo jorrou, não estava mais aqui. E agora, que não é
pecado saber que ele é eterno, mas não precisava sofrer com o que tramaram e
executaram covardemente. E ninguém protesta.
As mais
importantes multinacionais, rondavam os campos da Petrobras. Principalmente os
do pré sal, que não podiam ver, estava enterrado a enorme profundidade, mas
sabiam dos números.
Que agora
será da propriedade deles, por livre e "espontânea" doação da própria
empresa, ainda das maiores do país. Roubada miseravelmente pelas empreiteiras
roubalheiras, agora é usurpada de dentro para fora da Câmara dos deputados.
E ainda
tentam enganar a todos: "Sem esse investimento, a Petrobras poderá pagar
suas dividas, inimagináveis". Quer dizer: abrindo mão das receitas, pagarão
as dividas com que recursos? E ainda espalham, "que salvaram a
Petrobras".
FHC nas manchetes
Estava
demorando. Vários dos ex dirigentes da Petrobras, delataram: "O sistema de
propina da Petrobras, já existia desde 1997, e foi crescendo". A data e o
personagem estavam no auge. Exatamente quando FHC começava a comprar a
reeleição, pagando á vista. Com dinheiro de empresários, muito bem
recompensados.
O então
presidente, que acabaria o mandato em 1998, "ganhou" mais 4. Sempre
tentou adjudicar a Petrobras, primeiro com a ideia tola de modificar a grafia do
nome da empresa. Depois criou as licitações, prejuízo enorme. Mas isso era
apenas um tom cinza, nas suas articulações. Teve sucesso total na doação de
grandes empresas brasileiras. Através da famigerada Comissão de Desestatização.
Cujos crimes não prescreveram.
Como
presidente, foi enquadrado varias vezes em acusações, com pedido de
impeachment. O então presidente da Câmara, Michel Temer, vetou todos os
pedidos. Como disse o sábio Eduardo Cunha, "recebi 56 pedidos de impeachment
contra Dilma, só abri 1". O suficiente para ser cassado. Temer não
abriu nenhum, chegou à presidente indireto. E manteve FHC inatingido e impune
até hoje. Uma afronta e desafio á coletividade.
Até que gostaria de capitanear uma manifestação defendendo a Petrobrás, ativo incalculável, e como consequência: soberano e estratégico patrimônio nacional. Mas quando verífico que somente em auxílio moradia o judiciário abocanhará 300 milhões de reais, por mês, imagino que terei a "justiça" defendendo o status quo. Ora, não perceberam o que estava acontecendo no evento fulminante da CVRD, Companhia Vale do Rio Doce? Claro que sabiam. O que fizeram? Nada.
ResponderExcluirSão medíocres e não nacionalistas esses senhores da "justiça" brasileira. Se contentam com pouco e não reconhecem seu real papel em nossa sociedade. São egoístas. Se vingam de todos (e a eles próprios) por terem que estudar dias e dias pra atingirem êxitos em concursos públicos específicos, creio eu. Não deveriam. Muitos ascendem de classes sociais atingidas por mazelas e quando conseguem O CARGO, passam a outra mentalidade. Esquecem tudo que sua classe passa. Isso é cultural. Acontece, também, nas polícias (com a continua política do "pé na porta", esculacho e tapa na cara), acontece na política (sem comentários). Mas não deveria ser assim. Estamos (uma parte significativa da sociedade) dando sinais de insatisfação. Começou em 2013 com as manifestações, que não se importaram. Como não dão a devida importância, agora, aos mais de 58 milhões que se negaram a "escolher" por votação quem o massacra.