O futuro de Renan, como Primeiro
Ministro
HELIO
FERNANDES
No limiar de
perder a presidência do Senado, sai atirando. Não para matar ou morrer, e sim
para sobreviver. Intocável desde 2007, completa 9 anos de impunidade, com 9
citações no Supremo. Com apenas um dos processos liberados pelo ministro Fachini
(corrupção). E outro, (o das gravações de Sergio Machado) despachado pelo
Ministro Zavascki, para investigações complementares. Que nem seriam necessárias,
está tudo provado, com som e palavras.
Não é de
agora, que Renan tenta se defender e se afirmar. Nas gravações do amigo da
Transpetro, que lhe garantiu 100 milhões de retorno, foi o primeiro a falar na
mudança: "Temos que colocar o Temer ", o resto está na confissão. Que
é totalmente detalhada. E complementada pelo próprio autor das gravações. Que
são tão autenticas e autenticadas, que garantiram a liberdade e a impunidade
para ele e para os filhos.
O
objetivo foi obtido, "Temer foi para o lugar", mas ele, Renan, não
teve grande proveito. Se mostrou inteiro contra a Lava-Jato, mas não
acrescentou ao seu poder, nenhuma parcela a mais. Tanto isso é verdade não
desmentida, que teve que descuidar da cautela, e se jogar abertamente nos
trilhos por onde passa a Lava-jato.
Apresentou
o projeto que denominou como sendo contra o "abuso de autoridade",uma
audaciosa forma de se manifestar contra os que investigam, denunciam e
condenam, não apenas os empreiteiros. Mas também as centenas de políticos como
ele, que se subvertem e se submetem a tudo, em troca de propinas colossais, e
cargos ainda mais poderosos. E desejados.
Esperava
que o projeto fosse aplaudido de pé. E o projeto aprovado por unanimidade. Foi
atropelado pelo trem da lava-jato. E repudiado por deputados e senadores, cujo
apoio contava como certíssimo. A primeira surpresa, importante, foi a do
parceiro e intimissimo, Romero Jucá.
Mandou o
projeto para a Comissão presidida por Jucá. Ficou assombrado com a resposta
publica do senador, que não teve nem a gentileza de falar com ele antes.
Textual do senador: "A Lava- Jato está prestando grandes serviços. Esse
projeto deve ser submetido a intensos debates. Talvez a hora de apresentá-lo,
seja quando a operação terminar seus trabalhos".
Na
questão, o presidente do PMDB não pode nem ser contestado. Ministro todo poderoso
do governo ainda provisório, foi demitido logo depois da posse. Com sua reação,
corroborada por dezenas de deputados e senadores, sentiu que estava derrotado.
Mas não assimilou a derrota. Mudou de estratégia.
O Parlamentarismo, e o "abuso da autoridade", incluídos na reforma política
Como
crescia e cresce ainda mais, o anseio por uma forma nova de política, encampou
imediatamente o sentimento coletivo. Só que introduziu nos itens da reforma,
seu projeto repudiado por todos. Entre duas exigências obrigatórias, o fim das
coligações e a eliminação da reeleição, colocou o seu monstrengo. Mas não
terminou por aí, não sei se para tripudiar ou se aproveitar.
Surpreendendo
a todos, a reforma política ansiada pela comunidade, recebeu um novo item; o
Parlamentarismo. Já repudiado duas vezes pela coletividade (1963-1993)
reaparece de forma inaceitável. Não mais como referendo, e sim como
"salvação do país", Como ele mesmo rotulou. Esse Parlamentarismo á
moda de Renan, nem transitará no congresso. Mas o ainda presidente do senado,
garante: "Falta muito tempo, eu sou o nome ideal para Primeiro
Ministro".
Enquanto
isso, envolvido no escândalo das "varreduras", se mete em novas e
varias encrencas. Com a Associação dos juízes, com a Polícia Federal, atira no
coração do ministro da Justiça, pediu sua demissão.
Não
atendido pelo presidente indireto, teve discussão violenta com ele. Isso não é
o importante, estarão reconciliados, depois de amanhã. O grande atingido é
o país, que alem de tudo, tem que aceitar protagonistas desse quilate.
Parabéns
ao Ministro Zavascki
Desde os
tempos do jornal impresso, e depois aqui mesmo, sempre estranhei que o Supremo
convivesse com o que se chama de foro privilegiado. Uma extravagância, e mais
grave ainda: uma afronta á Constituição. Praticada e aceita pelo Supremo, cuja
principal função é a de ser o "guardião da Constituição".
Nas mais
diversas Constituições, e temos tantas, está determinado apenas num artigo
simples e sem necessidade de interpretação: "Todos são IGUAIS perante a
Lei". Mas com a complacência do próprio Supremo, l5 ou 20 mil cidadãos, podem
desrespeitar a Constituição, e continuarem gozando da impunidade. E esse
privilégio não é encontrado em nenhum país civilizado.
Espero
que depois da manifestação do Ministro Zavascki, a IGUALDADE entre todos, seja
restabelecida. Colocada na pauta, acredito que seria aprovada por unanimidade,
quer dizer, 11 a 0.
O
otimismo vazio de Meirelles e Parente
Isso é
tão prejudicial e inconseqüente, quanto o pessimismo crônico. Esse governo
indireto, que chegou ao poder sem autenticidade e com a validade vencida
antecipadamente, influencia os Ministros que não têm muita segurança. Então
tentam se manter com afirmações que não resistem a qualquer analise. Não quero
me alongar, ficarei nos dois mais afirmativos.
Pedro
Parente, Presidente da Petrobras: "Dentro de 5 anos, a Petrobras será uma
das 6 empresas mais importantes do mundo". 5 anos é um curto prazo para
uma
recuperação
tão exuberante. E as provas ?
O
presidente da empresa dá a impressão de que pretende recuperar os erros e equívocos
que vem praticando. Deu aval completo á saída da Petrobras da exploração do pré
sal. E vem se desfazendo de ativos valiosos. A hora não é de VENDER, ele
mesmo, eufórico, aponta para o sucesso.
E
comprometeu a própria credibilidade, no anuncio da "modificação" do
preço dos combustíveis. Falou em "redução" do preço, quando na
verdade, o que aconteceu foi aumento. O cidadão foi enganado. Mas o
"mercado" acertou por "coincidência". Mesmo com a redução
do preço, as ações da Petrobras subiram durante três dias seguidos. Depois,
voltaram á realidade.
O
Ministro da Fazenda foi mais contido, mas igualmente irreal. Afirmação: “Dentro
de 10 anos, o Brasil estará completamente recuperado". Nem ele acredita,
pois se mostra entusiasmado com a PEC dos gastos, que "congela" o
país por 20 anos. PEC cujo segundo turno foi manipulado ontem.
Meirelles
tem uma justificativa para a euforia. Admite ou espera ser o sucessor de Temer.
Assim, esses 10 anos da sua fala, podem ser decodificados da seguinte forma. 2
anos de Temer e 8 dele. Naturalmente incluída a reeleição.
PS- Ás 8 horas da noite de ontem,
teve inicio o velório de Carlos Alberto Torres, o famoso "capita".
Uma das lendas do futebol brasileiro, foi embora inesperadamente,
46
anos depois do inesquecível tricampeonato de 1970.
PS2- Nesses
46 anos que terminaram ontem, só fez consolidar a sua condição de lenda e legenda.
Quem era quem no futebol brasileiro, estava lá. Constatado de forma impressionante.
Havia tristeza, lógico. Mas o sentimento dominante, era de saudade antecipada.
PS3-
Lamento geral: o velório de um personagem da grandeza do "capita",
não poderia ocorrer na sede da CBF. Essa localização, permitiu que um homem
como o suposto presidente Del Nero, circulasse entre gente honesta. Que não
pode sair do Brasil, com medo de ser preso. O que seria justíssimo.
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