Lula e PT, encurralados. Temer, Renan, PMDB da Câmara,
PMDB do Senado. PSDB, PP, apavorados
HELIO FERNANDES
Parece
estranho, esdrúxulo e até extravagante, dizer que o "assunto” do dia, é a
sucessão presidencial de 2018. Na verdade, são dois "assuntos" que se
fundem indissoluvelmente: sucessão de 2018 e Operação Lava-Jato. Impossível separá-los.
Não houve renovação, a indispensável reforma política tem que ser feita pelo
Congresso. Mas como os parlamentares perderão benefícios e privilégios, são
omissos, displicentes, cúmplices deles mesmos.
Haja o
que houver, quase todos os supostos candidatos, já disputaram a presidência,
venceram ou foram derrotados. Tentarão novamente. Só que desta vez, alem da
indicação partidária, terão que ultrapassar o obstáculo intransponível da
Lava-Jato. Alguns, principalmente o arrogante PSDB, procuram ligar os
resultados da eleição municipal com o sucesso de chegar ao poder em 2018.
Alegam
vitorias que não conseguiram. E mesmo se tivessem conseguido, não se
projetariam infalivelmente para dentro de 2 anos. A única vitoria importante e inquestionável,
foi em São Paulo. Alckmin e sua maquina de poder, levaram João Doria a liquidar
todos os adversários no primeiro turno.
Apesar do
candidato se afirmar "não político", teve que se registrar por um
partido político. Como Alckmin é do PSDB, ele também passou a ser. Só que sem a
menor exceção, o resultado foi creditado ao governador e não á legenda.
Os
fracassos presidenciais do PSDB, são notórios. FHC só foi eleito por causa do
impeachment de Collor. Se não tivesse acontecido esse “tropeço democrático",
(royalties para o ministro Lewandowski), FHC continuaria como um professor
aposentado por vontade própria aos 37 anos de idade. E como sempre culpando a
ditadura, que ele não combateu. E até se beneficiou, com a candidatura a
suplente do senador Franco Montoro. Em 1978, em pleno regime arbitrário.
Depois
dele, 4 derrotas seguidas do PSDB. Serra, Alckmin, Serra novamente, e
finalmente o "jovem" presidenciável Aécio Neves. Sem nenhuma
renovação de personagens, e sem que se tome à menor providencia para o fim desse
inaceitável presidencialismo-pluri-partidario. Os três derrotados, agora serão
candidatos na mesma eleição.
Como isso
pode ou poderá acontecer? Simples. Aécio
terá a legenda "mãe", é presidente do PSDB. Usando e abusando da
promiscuidade entre presidencialismo e parlamentarismo, Alckmin concorrerá pelo
PSB. (Já revelei isso ha quase 1 ano). E Serra tentará pela terceira vez, por
qualquer legenda.
Marina, Temer, Lula
Proprietária
e usuária da Rede têm legenda e vontade de ser presidenciável pela terceira
vez. Na primeira, teve 20 milhões de votos. Qualquer um firmaria liderança
importante com esse volume de votos. Menos ela, que deixa a impressão de não
gostar de ação e participação. Desapareceu, ninguém falou mais nela.
Voltou 4
anos depois, com a segunda candidatura. Conseguiu 18 milhões, um fenômeno.
Mostrando que apesar da ausência total, praticamente manteve a mesma penetração
junto ao eleitor. Apesar de tudo que houve no Brasil de 2014 a 2016, (pelo
menos,) não abandonou o silencio habitual. E continuará assim até o momento em
que anunciar a terceira e logicamente, ultima candidatura.
Jamais
imaginei ser obrigado a colocar Michel Temer na lista de presidenciáveis. Em
qualquer época, principalmente em 2018, quando estará com 78 anos. Mas é ele
mesmo que faz a maior força para ser presidenciável.
O mais
perto que chegou, foi à vice, com 70 anos, em 2010. Só que vice não é eleição e
sim apenas indicação. Continuou na vice em 2014, com o patrocínio e a
cumplicidade de Eduardo Cunha. (Corrupto, cassado, amargurado, nem o livro
denuncia-delação, consegue publicar).
Transformado
em presidente provisório e agora indireto, mobiliza tudo que pode, para
continuar mais 4 anos a partir de 2018. E tenta dividir o "aliado"
PSDB, chamando FHC para conversar, no próprio Jaburu.
Mobilizou
de forma equivocada. Pois como mostrei, o PSDB tem 3 presidenciáveis. Por que
então tentar o ex-presidente, que não tem votos nem prestigio?
Nos
bastidores do partido, se comenta o assunto. Todos falam a mesma coisa. A
paixão do ex-presidente por holofotes. Mas se existe uma coisa que o PSDB não
esconde, é isto: pretende vencer a eleição de 2018. Com FHC ou sem ele. E já decidiram:
se Temer demonstrar, direta ou indiretamente, que deseja mais 4 anos, romperão
imediatamente. E sem o PSDB, Temer não governa.
Deixei a
candidatura Lula para examinar em ultimo lugar. Pela sua importância, e também
pelas dificuldades. Era tido e havido, desde 2014, quando Dona Dilma foi
reeleita, como grande favorito, até pelos adversários. E por ele mesmo. Mas as
coisas se modificaram inesperadamente, e de forma descabida. Que colocar o
ex-presidente como candidato em 2018, parece ato puramente insensato.
A
situação de Lula é vulnerável até mesmo em matéria de liberdade. Responde a três
processos gravíssimos, quase indefensáveis. Sem falar que é réu na Lava-Jato, a
qualquer momento pode ser condenado pelo juiz Sergio Moro. O PT, como partido,
não sabe o que fazer. Se o pior acontecer para o ex-presidente, o partido não
tem candidato. Falam em Tarso Genro, ex-ministro e ex-governador. Não aceita. Tem
como prioridade a REFORMULAÇÃO da legenda.
Admitem
lançar Fernando Haddad. Aceitaria. Não foi reeleito, uma das razões: o
desastre-desgaste da legenda. Mas existem outros também degradados.
O
Ministro Teori Zavascki, "fatiou" investigações sobre a Lava-Jato em
4. Sendo que só o PMDB foi dividido em dois. O da Câmara e o do Senado. Vai
faltar cela em Curitiba. Outra investigação sobre o PSDB. E mais uma sobre o
PP. Não tem presidenciável. Mas é pioneiro em matéria de corrupção. No mensalão
e no Petrolão.
PEC do teto dos gastos
Um
governo inútil, indireto e ilegítimo, mas com formidável apoio da mídia, pode
fazer o que quiser. E "vender" as conclusões como
"maravilhosas'' mesmo estando bem longe disso. Que foi que aconteceu com a
aprovação do teto dos gastos. E com a interpretação dos resultados, mesmo ainda
faltando outra votação na Câmara e mais duas no Senado.
Ha
muito tempo não se apresenta algo tão absurdo e tão inconseqüente e incoerente,
mas rotulado como a "salvação do país". O próprio presidente indireto
e alguns Ministros não muito seguros no cargo, não se cansaram de engrandecer o
projeto sem mérito e com objetivo contraditório.
A
Procuradoria Geral da Republica, que tem sido altamente elogiável na Lava-Jato,
cometeu equivoco. E rotulou o projeto como "inconstitucional". Ele
não é inconstitucional, e sim representa um retrocesso. E paralisação total da
economia nos mais diversos setores.
Contestei
rigorosamente a PEC, e relacionei 16 assuntos que serão fundamentalmente
atingidos. O indireto montou uma farsa no palácio Alvorada, convidou 414
deputados, compareceram 212. Mas conseguiu 366 votos. E garante que na segunda
votação, a maioria será ainda melhor.
3
dias depois, a economista Maria da Conceição Tavares, combativa, caustica,
critica, demoliu a PEC, não ficou nada em pé. Lendo e relendo seu artigo, na Internet, compreendi, que
deveria ter telefonado antes para ela, Saber se ia escrever. Ela é incontestável
e incomparável.
48 horas
depois, fiquei satisfeitíssimo de ter escrito. Bastou ler o que escreveu FHC. Textual:
"A PEC, é rígida, dura, e 20 anos é muito tempo. O mundo está mudando
muito mais rapidamente. Mas o PSDB não podia deixar de apoiar". Incompreensível,
mas totalmente FHC.
Antes de
completada a aprovação, o indireto, sempre indeciso, afirmou: "Em 4 ou 5
anos, pode ser reduzido o prazo de duração". Acredita que por ele mesmo
Trabuco
desapareceu do Bradesco
Ha 2
meses, o Banco saiu do noticiário dos juros de 300 a 400 por cento, foi
comentado de oura forma. Jornais e televisões descobriram: o Bradesco foi
flagrado em sonegação de 4 bilhões. Continuando a investigação, constatação
mais grave: tentaram no CARF (o órgão mais alto da Receita) liquidar a
sonegação com propina. E nessa operação foi envolvido o poderoso presidente do
Bradesco. A tempestade interna foi alucinante, voou tudo pelos ares.
Uma
semana depois, transcrevi nota do Canal Bloomberg, sempre muito bem informado: "Haverá
reviravolta na cúpula do Bradesco". Tentaram resolver sem confirmar o
Bloomberg, não conseguiram. E agora posso informar. O Bradesco contratou um
novo Diretor-Executivo, com todos os poderes. Seu nome: Romulo Dias.
Era
presidente da Cielo, importante empresa, que controla a movimentação financeira
de todos os cartões de credito. Ninguém acreditava que saísse, já renunciou.
Não se sabe o destino do ex-poderoso Trabuco, quase Ministro da Fazenda. O que
dizem: será aposentado como juízes apanhados em irregularidades. Vai pra casa,
com todos os vencimentos.
È preciso
providencia radical, punindo essas empresas financeiras, que assaltam o
contribuinte. O presidente da Gerdau, foi preso, saiu, ninguém falou mais no
assunto.
A JBS
roubou 8 BILHÕES dos 4 maiores Fundos de Pensão. (Caixa Econômica, Correios,
Banco do Brasil, Petrobras). Os funcionários é que pagam os prejuízos, com a
redução das aposentadorias
PS- È a
segunda vez que o ex-senador Eduardo Suplicy, é eleito vereador. Sendo que
agora, o mais votado do Brasil, com mais de 300 mil votos. Em 1994, não
reeleito, em 1996, foi eleito vereador.
PS2- Seu
partido não era majoritário, como homenagem, foi escolhido para presidir a Câmara.
Agora, os tempos são diferentes, ficará no plenário. Prefere, poderá falar
todos os
dias.
PS3- O
prefeito eleito, telefonou para cumprimentar pela votação. Aproveitou para
pedir que mantenha a velocidade reduzida nas marginais. Deu exemplos de mais de
20 países, que mantêm a velocidade menor. João Doria garantiu que vai
considerar.
Parabéns, Hélio Fernandes.
ResponderExcluirÉ uma honra poder ler seus textos maravilhosos, lúcidos e atuais.
Sua vida expressa valoroso espírito inteiro e eternamente forte, companheiro de luz e de lutas, no bom combate.
História viva. Hélio Fernandes.
ResponderExcluirEm atividade desde 1933, trabalhando então na revista O Cruzeiro, atravessou como poucos os séculos XX e XXI.
Chefe da seção de esportes do Diário Carioca, secretário (atual editor), diretor da Revista Manchete.
Cobriu de maneira memorável a constituinte de 1946, sendo hoje o único jornalista vivo que cobriu esse importante evento no término do Estado Novo.
Vivenciou amizade contínua e profícua com Carlos Lacerda e foi assessor de imprensa de JK, em 1955, durante a sua campanha presidencial, atravessando o país ao seu lado. Testemunha e coautor da história, em ideias, palavras e atitudes, manteve o seu jornalismo de oposição, com consciência firme, enfrentando os desvios e as atrocidades de modo irrestrito, em todos os regimes de poder e desmandos nos quais viveu e aos quais combateu.
Sua personalidade, seu espírito vivo e combativo e o seu exemplo se conectam à Tribuna de Imprensa e formam gerações de apaixonados pelo exercício livre e sublime da bela, essencial e transformadora profissão jornalística.
Manifestando a inteligência e os mais elevados valores em defesa dos interesses genuinamente nacionais, lutando sempre pelo interesse público primário, da população brasileira, da sua dignidade, enfrentou diversas perseguições com notável coragem, mesmo no período que antecedeu o Regime Militar. Encarcerado em julho de 1963, pelo exercício inerente à sua profissão, por ordem do então Ministro da Guerra de João Goulart, com justiça reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em sua composição da época.
Seu amor à profissão jornalística e sua fé e esperança nos destinos desta nação e do gênero humano lhe conferiram impressionante coragem para enfrentar a aniquilação política e sucessivas prisões, exílios em regiões remotas, jamais se curvando pela covardia à censura, por maior que fosse o seu poderio deletério a si e ao seu brilhante jornal, também alvo de atentados financeiros e físicos, como o inesquecível atentado à bomba à sede do jornal.
Sempre lutando para publicar, informar, refletir, expressar, foi e é atingido em seu direito líquido e certo diariamente, incluindo na concretização do seu direito indenizatório incontestável.
Um homem que, por sua grandeza e pelo exercício pleno da profissão jornalística, é ainda hoje perseguido e discriminado e deixa a sua marca entre as gerações, com milhões de amigos e admiradores, que reconhecem e conferem a devida honra a quem decide todos os dias, ao longo desses 96 anos, viver a cada dia com integridade e de forma honrada.
Enfrentou os facínoras no auge do seu poder e da sua força. Defensor inegociável dos interesses do Brasil e da justiça universal nas sempre resistentes manifestações do seu espírito inteiro.
Continuar pensando, analisando, publicando os fatos. Informação e opinião. Sob o signo da liberdade. Em todos os meios. Prosseguindo após todos os mais cruéis atentados e sempre presente, na expressão livre, quer seja impressa ou na internet.
As adversidades somente elevam a força indelével da sua história, extremamente relevante para o Brasil, e inspiram gerações que participam e darão continuidade, com idêntico espírito de integridade e honradez, essa mesma luta incansável diária.
Parabens, Helio Fernandes, um jornalista que honra o Brasi. Que tenha mais anos de vida, com saúde. Estou sempre lendo seus textos. Sou do tempo de Carlos Lacerda, seu amigo, na Tribuna da Imprensa. Um abraço
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