O Supremo troca acórdão por
ACORDÃO
HELIO FERNANDES
As duas palavras
são escritas com as mesmas letras, mas com significado inteiramente diferente.
Acórdão é o que o Supremo faz obrigatoriamente, depois do resultado,
sumarizando o que aconteceu durante o julgamento. ACORDÃO foi o que o Supremo
fez ontem, antecipadamente, para frustrar, negar, modificar e decepcionar o
grande saldo positivo de sua longa existência. (Excluído o período de 1937 a
45, quando apoiou integralmente a ditadura do Estado Novo).
Mas antes
de examinar as conseqüências da decisão contraditória e incoerente do mais alto
tribunal do país, temos que dar a palavra ao próprio Renan, publicada logo
depois de terminado o julgamento. Os vencedores têm prioridade, principalmente
quando se manifestam com a "grandeza" e a humildade (textual) do referendado
presidente do Supremo.
"O
Senado aplaude a PATRIOTICA decisão do Supremo Tribunal Federal. A confiança na
Justiça brasileira e na separação dos Poderes continua inabalada". Refugiou-se e se escondeu falando pelo Senado.
Mas considerou que precisava aparecer, e então, usando o próprio nome,
completou: "Recebo com humildade a decisão do mais alto tribunal do
país". Examinemos a ação de Renan.
1-
Desafiou o Supremo, não recebendo durante três dias, o Oficial de Justiça, alem
da "fé publica", levava intimação de um Ministro. 2- Não cumpriu a
decisão do ministro, de afastá-lo do cargo. 3- Movimentou personagens de vários
Poderes. 4- E até de quem não tem mais Poder, é apenas ex. 5- Coordenou o que o
plenário insensatamente ratificaria. 6- Ministros admitiram conversar, sobre o
que iriam julgar, o que ninguém jamais imaginaria.
7- 6
ministros atenderam e entenderam o recado, mudaram o voto. 8- Marco Aurélio
chamou a atenção para esse retrocesso, lembrando que Renan já perdera no próprio
plenário, em dois julgamentos. Num por 6 a 0, noutro por 8 a 3. 9- Marco Aurélio,
altamente aplaudido, mas sua liminar foi vaiada. 10 - Renan, apesar de
ator de opera bufa aplaudido de pé. Daí a HUMILDADE do agradecimento, mais
desafio e até gozação.
(Sugestão
para as equipes de dicionaristas que cuidam da atualização do Aurélio e do
Houaiss, alguns, amigos do repórter. Rever a definição da palavra PATRIOTICA,
usada por Renan, que ficaria assim: "Ação
destinada a manter imune e impune, qualquer senador aventureiro e corrupto".
INCOENCIA E CONTRADIÇÃO, DE 6 EQUIVOCADOS MINISTROS
Não apenas equívocos, mas inesperada concordância,
com o cenário que montaram, para a exibição do espetáculo. Apesar de terem
ensaiado um, mostraram outro. O que deveria ser votado: o julgamento em que
Renan "perdia" de 6 a 0, e Dias Toffoli "pediu vista". Isso aconteceu em 3 de novembro, portanto decorridos
34 dias.
Como
Toffoli estava presente, deveria ser obrigado a votar, estava mais do que
informado sobre o que se votava ou julgava. Alem do mais, sua "convicção"
era e
é mais do
que notória. Bastaria que dissesse baixinho, constrangido e envergonhado: "Voto
contra o relator".
Mas como
prefere sempre a mistificação, estarreceu a todos, com a afirmação: "Pedi
vista e ainda não recebi o processo". Inacreditável mas rigorosamente
mentiroso, o que não é inusitado, em se tratando dele. "Pedir vista",
passou a ser uma expressão simbólica, ultrapassada ha muito.
Agora
tudo é eletrônico, em 1 minuto, ligando a Internet, pode tomar conhecimento,
imediatamente, do conteúdo do processo, para o qual "pediu vista” ha 34 dias.
Mas preferiram colocar em votação, em vez do processo de 34 dias, uma liminar
que foi apresentada na segunda feira, 48 horas antes. Razão? È que esse
desproposito vergonhoso, fazia parte da palavra que resultou no ACORDÃO.
Cumprem a palavra pessoal, não ligam para a reputação do próprio Supremo.
Não
pararam por ai. Inesperadamente, mudaram a rotina das votações, do mais novo,
para o mais antigo. Assim o decano é sempre o penúltimo a votar, depois dele,
só o presidente. (Agora Carmen Lucia). Mas como Celso de Mello é muito
respeitado, votou em primeiro lugar, para influir alguém. E de forma inédita,
antes de justificar sua convicção, antecipou seu voto, para não ser cobrado por
ninguém.
É que em
3 de novembro, antecipou seu voto, contra Renan, foi o sexto voto, no 6 a 0.
Agora, nova antecipação, foi o primeiro a honrar o corrupto Renan com seu voto.
Apesar
dos 6 a 3, que não ficará apenas nos anais, terá conseqüências. Negativas. A subserviência
não pode ficar impune. E quando o Supremo julgará os 8 processos que tem contra
o próprio Renan?
O novo Ministro da Integração
Ontem foi
noticiado com estardalhaço que o deputado Antonio Imbassahy, será convidado
para substituir Geddel. E como algumas televisões gostam de fazer, acrescentam,
"você viu primeiro aqui". Agora a verdadeira historia de Imbassahy,
que começa ha 2 meses, noticiada por este repórter, com exclusividade.
Aécio
procurou Temer, não pediu, reivindicou: "O PSDB quer a presidência da Câmara
em fevereiro. Já temos até o nome, é o líder na Câmara, Imbassahy". Como
já era um dos grandes problemas do governo, o presidente provisório tentou
conversar, Aécio levantou, foi embora.
Ha 10
dias a mesma fonte me disse: "O Aécio voltou a conversar com Temer, agora
sobre o Ministério da Integração". Como a presidência da Câmara virou um
tormento e uma ambição, o presidente do PSDB falou: "O Imbassahy aceita
ser Ministro da Integração". Publiquei claro, e acrescentei. Temer gostou
duplamente. Vai preencher o ministério, sem risco da delação da Odebrecht. E
não terá candidato do PSDB, disputando a presidência da Câmara.
Em 24 horas, voltou à arrogância de Renan
Não
demorou. Ontem, quinta, depois da retumbante vitoria da quarta, presidiu a
sessão do Senado. Aproveitou para afrontar e confrontar o Supremo, e tentando
ganhar a opinião publica. Textual:"Todas as acusações contra mim no
Supremo vão RUIR. Destruirei uma a uma, mostrarei, que tudo é montagem contra o
presidente do Senado, e não contra mim, pessoalmente".
E
terminou com três afirmações. 1-Ele que dizia que não sabia de nada, nunca pode
fazer a defesa, revelou: "Já fui depor na policia 4 vezes, e irei quantas
forem necessárias". 2 - Amenizando, como fazem os aventureiros corruptos:
"Com a decisão de ontem (anteontem), ganharam o Executivo, Legislativo e Judiciário".
3 - Comentando o julgamento a favor dele: "Decisão do Supremo é para ser
cumprida". Isso repercutiu de forma terrivelmente negativa entre os
Ministros. Principalmente os 6 que o absolveram.
Queda de juros
Com 2
anos de atraso uma imprudência total. Acentuando que o problema deve ser
tratado, "com cautela", o presidente do Banco Central, anunciou no
condicional: "È possível que na reunião do dia 10 de janeiro, a Selic seja
reduzida em 0,50". Ficaria então em 13,25. Já devia estar em 10 por cento,
desde o final de 2014. Em 7 meses como presidente, Temer reduziu os juros em 0,25.
O presidente nem imagina, que sem a redução dos juros, não chegará a lugar
algum.
Jorge Picciani, o herói da impunidade
Tem
presidido todas as sessões da Alerj que examinam o pacote do governador Pezão.
Acusadissimo de corrupção, por muitos lados, não é atingido. As matérias do
mais relevante jornalista investigativo que é Chico Otavio, continua naquela cadeira,
dominando a Alerj, junto com Sergio Cabral. Durante 20 anos, embora Cabral
tenha se tornado mais importante do que ele.
Tem um
filho Ministro de Estado, outro secretario. No pacote de "maldades"
do governador, prejudica sempre os trabalhadores , A Fetranspor, que domina no
Rio,todo o setor de transportes, altamente favorecida na questão do bilhete único,prejudicando
milhões de trabalhadores, diariamente. ROUBADOS.
PS-
Depois de meses, a CPI que deveria investigar a corrupção na cúpula do futebol,
E principalmente na CBF, encerrou os trabalhos, não indiciou ninguém. Os
maiores corruptos, como Marco Polo Del Nero, felizes da vida.
PS2- Apesar
de não sair do Brasil com medo de ser extraditado, Del Nero é estranhamente
mantido pelos clubes. A CPI não apurou as razões dessa escandalosa ligação,
clubes – CBF - Del Nero.
PS3-
Razão de nada ser apurado, nem ninguém ser indiciado. O relator da CPI, é o senador
Romero Jucá. Ministro de Temer, demitido logo nos primeiros dias, por
envolvimento com a Lava-Jato. Que Republica
Nenhum comentário:
Postar um comentário