Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Vingança, medo e covardia, derrotaram o governo, encurralaram a Lava-Jato

HELIO FERNANDES

Encerrando a matéria de terça feira, precisamente ás 20 horas, deixei a analise. Agora só resta esperar. A votação do projeto base que veio da Comissão Especial, só na madrugada já da quarta. Levaram o dia todo sem numero, se realizavam as mais estranhas e duvidosas reuniões sobre o assunto.

 Durante muitas horas, o Presidente ia fazendo a chamada dos partidos, cada um dispunha de 5 minutos, fora um "pouquinho" que ultrapassava o tempo, a lentidão do próximo, até chegar ao microfone. Quase 30 partidos, seus representantes votaram rigorosamente igual; "Meu voto é SIM, mas quero debater os destaques, depois". Todos apoiaram, o governo não percebeu nada

Temer, Maia e Renan, felizes, satisfeitos, vitoriosos. Quando o relógio marcava meia noite e 12, o presidente Maia perguntou: "Posso encerrar?". A maioria bateu palmas, era o que desejavam. O presidente acionou o painel eletrônico, apareceu o resultado: votaram 450 deputados, 450 a favor do texto base. Nenhuma alusão á anistia ao Caixa 2, anulação de condenações, qualquer restrição á Lava-Jato, juízes e Promotores

A REVOLUÇÃO DOS DESTAQUES

À meia noite e 30, começou a votação dos destaques. Terminou ás 4,20, já quase manhã da quarta feira. Mas isso não era surpresa. Inacreditável e surpreendente foi à mudança da maioria dos 450 deputados. 332 deputados, maioria absoluta dos 450 presentes. E até maioria total mesmo que tivessem comparecido os 513 representantes eleitos. 

Essa maioria, silenciosa durante a primeira votação, se transformou em barulhenta, altiva e altaneira. Derrotava o governo, intimidava a Lava-Jato, restringia seus poderes, impunha punição EXEMPLAR para juízes e Procuradores. O que foi aprovado é VERGONHOSO, inédito, não pode perdurar, mas tudo indica, que será transformado em realidade

O SILENCIO DOS 118 GOVERNISTAS

Os 118 olhavam para o suposto "líder" do governo, ou iam consultá-lo. Recebiam a mesma resposta: "O presidente Temer deu ordens para que eu não participe de jeito algum. Não quer dar a impressão de intervenção do governo".

Assombrados, votaram a favor do texto base, iam sendo massacrados. 

Rodrigo Maia, sem dar sinais de intranqüilidade, mas perplexo, quase ás 2 da madrugada, telefonou para Renan. Resposta: "Estou assistindo tudo, não esperava isso. Mas no Senado eu resolvo". Realmente o projeto não tem mais o que fazer na Câmara. Vai diretamente para o Senado. Mas não foi o próprio Renan que afirmou, “o Senado não votará nada sobre esse projeto?".

OS APAVORADOS SE LIBERTARAM

O texto aprovado pelos 332 deputados, na Câmara é definitivo. Temer, Maia e Renan, passaram desde a ultima sexta feira, quando o projeto enfrentou tremendos problemas na Comissão Especial, articulando sobre anistia ao Caixa 2 e crimes correlatos. Consideravam que com isso a Lava- Jato não seria atingida de maneira alguma.

Diariamente, escrevendo sobre o assunto, chamava a atenção, repetidamente: o plenário é soberano, podem surgir modificações. E concluía, sempre: "Fiquem alerta". Não ficaram, por displicência, excesso de arrogância, incompetência. Agora, lendo o que foi aprovado por maioria absoluta, devem estar desesperados, convencidos de que encontrarão solução.

Nem quero resumir o despenhadeiro, no qual jogaram juízes e Procuradores. Eles podem julgar e condenar criminosos, mas podem ser processados por eles, na mesma hora. E inqualificável, textual no projeto: "QUALQUER PESSOA PODE PROCESSAR JUIZES E MAGISTRADOS".

Chapecoense: a solidariedade do mundo

Ainda estão todos impressionados com a maior tragédia, matando um time quase inteiro. E jornalistas de diversos órgãos de comunicação. Chapecó, uma cidade de 200 mil habitantes, sofre coletivamente. E se manifesta também coletivamente, lotando diariamente o estádio de 22 mil lugares. Como se estivessem assistindo um jogo, e não chorando pela exibição que não assistirão mais

Na véspera, a cidade, empolgada, esperava o primeiro jogo internacional do clube. 24 horas antes do jogo, consternada, não sabe explicar a transformação inesperada e sofrida. A repercussão emocionada e solidaria de todas as partes do mundo, pode ajudar o velório á distancia. Mas não diminui a tristeza e o sofrimento.

Os advogados de Chapecó, que foram a Medelín acelerar a liberação dos corpos, entraram em contato. Comunicaram que encontram dificuldades, mas esperam que não demore. As famílias já decidiram: os mortos de Chapecó, serão sepultados coletivamente. Será um espetáculo explosivo de emoção, mas todos merecem isso. A emoção é reconfortante, positiva, tornará tudo ainda mais inesquecível.

O que é impressionante, a noticia já confirmada mas não explicada: a tragédia aconteceu, porque o avião estava sem combustível.

TEMER E MEIRELES: O FRACASSO DA ECONOMIA

O PIB caiu 0,8, foi à sétima queda seguida. Agencias estrangeiras e especialistas, imediatamente reduziram as expectativas para o futuro do país. Lógico, a partir de 2017. Mesmo os que acreditavam que no fim do próximo ano, a alta do PIB poderia estar perto de 2 por cento, agora nem chegam a 1 por cento.

Gustavo Franco, que foi excelente presidente do Banco Central, afirmou: "O que falta ao Ministro Meirelles, é interlocução com a opinião publica". Não é só isso, Gustavo. Meirelles não sabe o que é povo, e falta coragem para modificar alguma coisa. Adora falar sozinho na televisão, prometendo o que nem sabe o que é.

Antes mesmo de tomar posse, chamava a atenção, para "a elevação da divida publica". Mas em quase 7 meses, os vergonhosos e criminosos juros de 14,25, se mantiveram, perdão, caíram para 14 por cento. Já deviam estar no máximo em 10 por cento. Ainda com Dona Dilma eu pregava isso, que insisti com Temer. E essa minha campanha, ratificada por economistas respeitados.

Agora, que surpreendentemente, a inflação caiu, 0,03, podia baixar os juros. A queda foi pequena, mas pelo menos não subiu. O que falta a Meirelles e sua equipe, é coragem e sobra medo do futuro. Bancos importantes, ontem, cortaram as previsões para o PIB de 2017. Previam alta de 1 por cento, reduziram para 0,3. E a Moodys aumentou suas duvidas a respeito da economia brasileira.

REPERCUSSÃO NEGATIVA

A votação acabou ás 4,20 já da quarta feira. Às 9 da manhã, Carmem Lucia, presidente do Supremo Tribunal, declarava publicamente: "Lamento que a decisão da Câmara, atinja a independência do Judiciário".

Logo depois, o Procurador Geral da Republica, também se manifestava, nestes termos: "A votação da Câmara, colocou o Brasil em marcha a ré, em matéria de combate á corrupção".

PS- Quase sem dormir, bem cedo, o presidente da Câmara já fazia declarações, inteiramente surpreendentes, estarrecendo a opinião publica. A primeira: "Sou inteiramente a favor do projeto contra abuso de autoridade". Melancólico.

PS2- A segunda: "Apoio a decisão da Câmara sobre juízes e Procuradores. Discordo da forma como foi feita". Maia está convencido, que os 332 deputados que tentam se salvar da Lava-Jato, e marcam a vitoria da bandalheira e da baixaria, vão mantê-lo na presidência da Câmara.

PS3- A novíssima Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI encerra suas atividades do ano de 2016, com uma vasta lista de realizações em prol do jornalismo e dos que atuam na comunicação de mídia. Em janeiro próximo instala sua representação na cidade de Nova Iorque-EUA, com extensão para todo estado americano.

PS4- No recesso a partir do dia 15 de dezembro, manterá o inédito “Plantão das Prerrogativas”, que é chefiado pela presidente da Comissão de Prerrogativas da ANI, doutora Ana Beatriz Nogueira,estará atendendo 24 horas por dia,( durante todo período) até a retorno de suas atividades em 10 de janeiro de 2017. Na agenda deste ano, a realização de eventos temáticos e parcerias, vão permitir que a instituição de consolide como entidade ímpar para o segmento. 



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