Vingança, medo e covardia, derrotaram
o governo, encurralaram a Lava-Jato
HELIO FERNANDES
Encerrando a
matéria de terça feira, precisamente ás 20 horas, deixei a analise. Agora só
resta esperar. A votação do projeto base que veio da Comissão Especial, só na
madrugada já da quarta. Levaram o dia todo sem numero, se realizavam as mais
estranhas e duvidosas reuniões sobre o assunto.
Durante
muitas horas, o Presidente ia fazendo a chamada dos partidos, cada um dispunha
de 5 minutos, fora um "pouquinho" que ultrapassava o tempo, a
lentidão do próximo, até chegar ao microfone. Quase 30 partidos, seus
representantes votaram rigorosamente igual; "Meu voto é SIM, mas quero debater
os destaques, depois". Todos apoiaram, o governo não percebeu nada
Temer,
Maia e Renan, felizes, satisfeitos, vitoriosos. Quando o relógio marcava meia
noite e 12, o presidente Maia perguntou: "Posso encerrar?". A maioria
bateu palmas, era o que desejavam. O presidente acionou o painel eletrônico,
apareceu o resultado: votaram 450 deputados, 450 a favor do texto base. Nenhuma
alusão á anistia ao Caixa 2, anulação de condenações, qualquer restrição á
Lava-Jato, juízes e Promotores
A REVOLUÇÃO DOS DESTAQUES
À meia
noite e 30, começou a votação dos destaques. Terminou ás 4,20, já quase manhã
da quarta feira. Mas isso não era surpresa. Inacreditável e surpreendente foi à
mudança da maioria dos 450 deputados. 332 deputados, maioria absoluta dos 450
presentes. E até maioria total mesmo que tivessem comparecido os 513
representantes eleitos.
Essa
maioria, silenciosa durante a primeira votação, se transformou em barulhenta,
altiva e altaneira. Derrotava o governo, intimidava a Lava-Jato, restringia
seus poderes, impunha punição EXEMPLAR para juízes e Procuradores. O que foi
aprovado é VERGONHOSO, inédito, não pode perdurar, mas tudo indica, que será
transformado em realidade
O SILENCIO DOS 118 GOVERNISTAS
Os 118
olhavam para o suposto "líder" do governo, ou iam consultá-lo.
Recebiam a mesma resposta: "O presidente Temer deu ordens para que eu não
participe de jeito algum. Não quer dar a impressão de intervenção do
governo".
Assombrados, votaram a favor do texto base, iam
sendo massacrados.
Rodrigo
Maia, sem dar sinais de intranqüilidade, mas perplexo, quase ás 2 da madrugada,
telefonou para Renan. Resposta: "Estou assistindo tudo, não esperava isso.
Mas no Senado eu resolvo". Realmente o projeto não tem mais o que fazer na
Câmara. Vai diretamente para o Senado. Mas não foi o próprio Renan que afirmou,
“o Senado não votará nada sobre esse projeto?".
OS APAVORADOS SE LIBERTARAM
O texto
aprovado pelos 332 deputados, na Câmara é definitivo. Temer, Maia e Renan,
passaram desde a ultima sexta feira, quando o projeto enfrentou tremendos
problemas na Comissão Especial, articulando sobre anistia ao Caixa 2 e crimes
correlatos. Consideravam que com isso a Lava- Jato não seria atingida de
maneira alguma.
Diariamente,
escrevendo sobre o assunto, chamava a atenção, repetidamente: o plenário é
soberano, podem surgir modificações. E concluía, sempre: "Fiquem
alerta". Não ficaram, por displicência, excesso de arrogância, incompetência.
Agora, lendo o que foi aprovado por maioria absoluta, devem estar desesperados,
convencidos de que encontrarão solução.
Nem quero
resumir o despenhadeiro, no qual jogaram juízes e Procuradores. Eles podem julgar
e condenar criminosos, mas podem ser processados por eles, na mesma hora. E inqualificável,
textual no projeto: "QUALQUER PESSOA PODE PROCESSAR JUIZES E MAGISTRADOS".
Chapecoense: a solidariedade do mundo
Ainda estão
todos impressionados com a maior tragédia, matando um time quase inteiro. E
jornalistas de diversos órgãos de comunicação. Chapecó, uma cidade de 200 mil
habitantes, sofre coletivamente. E se manifesta também coletivamente, lotando
diariamente o estádio de 22 mil lugares. Como se estivessem assistindo um jogo,
e não chorando pela exibição que não assistirão mais
Na véspera,
a cidade, empolgada, esperava o primeiro jogo internacional do clube. 24 horas
antes do jogo, consternada, não sabe explicar a transformação inesperada e
sofrida. A repercussão emocionada e solidaria de todas as partes do mundo, pode
ajudar o velório á distancia. Mas não diminui a tristeza e o sofrimento.
Os
advogados de Chapecó, que foram a Medelín acelerar a liberação dos corpos,
entraram em contato. Comunicaram que encontram dificuldades, mas esperam que
não demore. As famílias já decidiram: os mortos de Chapecó, serão sepultados
coletivamente. Será um espetáculo explosivo de emoção, mas todos merecem isso.
A emoção é reconfortante, positiva, tornará tudo ainda mais inesquecível.
O que é
impressionante, a noticia já confirmada mas não explicada: a tragédia
aconteceu, porque o avião estava sem combustível.
TEMER E MEIRELES: O FRACASSO DA ECONOMIA
O PIB
caiu 0,8, foi à sétima queda seguida. Agencias estrangeiras e especialistas,
imediatamente reduziram as expectativas para o futuro do país. Lógico, a partir
de 2017. Mesmo os que acreditavam que no fim do próximo ano, a alta do PIB
poderia estar perto de 2 por cento, agora nem chegam a 1 por cento.
Gustavo
Franco, que foi excelente presidente do Banco Central, afirmou: "O que
falta ao Ministro Meirelles, é interlocução com a opinião publica". Não é
só isso, Gustavo. Meirelles não sabe o que é povo, e falta coragem para
modificar alguma coisa. Adora falar sozinho na televisão, prometendo o que nem
sabe o que é.
Antes
mesmo de tomar posse, chamava a atenção, para "a elevação da divida
publica". Mas em quase 7 meses, os vergonhosos e criminosos juros de
14,25, se mantiveram, perdão, caíram para 14 por cento. Já deviam estar no máximo
em 10 por cento. Ainda com Dona Dilma eu pregava isso, que insisti com Temer. E
essa minha campanha, ratificada por economistas respeitados.
Agora, que
surpreendentemente, a inflação caiu, 0,03, podia baixar os juros. A queda
foi pequena, mas pelo menos não subiu. O que falta a Meirelles e sua equipe, é
coragem e sobra medo do futuro. Bancos importantes, ontem, cortaram as
previsões para o PIB de 2017. Previam alta de 1 por cento, reduziram para 0,3.
E a Moodys aumentou suas duvidas a respeito da economia brasileira.
REPERCUSSÃO NEGATIVA
A votação
acabou ás 4,20 já da quarta feira. Às 9 da manhã, Carmem Lucia, presidente do
Supremo Tribunal, declarava publicamente: "Lamento que a decisão da Câmara,
atinja a independência do Judiciário".
Logo
depois, o Procurador Geral da Republica, também se manifestava, nestes termos:
"A votação da Câmara, colocou o Brasil em marcha a ré, em matéria de
combate á corrupção".
PS- Quase
sem dormir, bem cedo, o presidente da Câmara já fazia declarações, inteiramente
surpreendentes, estarrecendo a opinião publica. A primeira: "Sou
inteiramente a favor do projeto contra abuso de autoridade". Melancólico.
PS2- A
segunda: "Apoio a decisão da Câmara sobre juízes e Procuradores. Discordo
da forma como foi feita". Maia está convencido, que os 332 deputados que
tentam se salvar da Lava-Jato, e marcam a vitoria da bandalheira e da baixaria,
vão mantê-lo na presidência da Câmara.
PS3- A novíssima
Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI encerra suas atividades
do ano de 2016, com uma vasta lista de realizações em prol do jornalismo e dos
que atuam na comunicação de mídia. Em janeiro próximo instala sua representação
na cidade de Nova Iorque-EUA, com extensão para todo estado americano.
PS4- No recesso a partir do dia 15 de dezembro, manterá o inédito “Plantão das Prerrogativas”, que é chefiado pela presidente da Comissão de Prerrogativas da ANI, doutora Ana Beatriz Nogueira,estará atendendo 24 horas por dia,( durante todo período) até a retorno de suas atividades
em 10 de janeiro de 2017. Na agenda deste ano, a realização de eventos temáticos
e parcerias, vão permitir que a instituição de consolide como entidade ímpar
para o segmento.
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