ESPECIAL DIA DA JUSTIÇA:
ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
JUSTIÇA
COMEMORA SUA DATA COM BAIXOS ÍNDICES DE SATISFAÇÃO
DA SOCIEDADE.
O expediente nos Tribunais de Justiça e Tribunais
Federais, Trabalho e demais está suspenso no dia 8 de dezembro em razão do
feriado do Dia da Justiça. Os prazos processuais que começam ou terminam nessa
data ficam automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente,
sexta-feira (9).
O Dia da Justiça é comemorado desde 1940, em
referência à Imaculada Conceição, mas foi oficializado como feriado forense em
todo território nacional pela Lei nº 1408/1951.
Números
aferidos em 2014 revelaram a calamidade da justiça
Apenas 29% da população
confia no Judiciário como instituição capaz de solucionar seus conflitos, de
acordo com o Índice de Confiança na Justiça da FGV DIREITO. O índice é o mesmo
registrado no segundo semestre de 2013. A
pesquisa aponta que houve queda sistemática na confiança dos cidadãos no
Judiciário, considerando a confiança nas instituições em cada um dos trimestres
examinados ao longo dos últimos cinco anos.
A instituição em que o brasileiro mais confia continua sendo
as Forças Armadas, que passou de 66% para 68% entre 2013 e 2014, seguido pela
Igreja Católica (56% para 59%), Ministério Público (45% para 50%); Grandes
Empresas (37% para 43%); Imprensa Escrita (41% para 43%); Polícia (31% para
36%) Emissoras de TV (30% para 33%); Governo Federal (27% para 29%) e Congresso
Nacional (15% para 19%).
A coordenadora do ICJ, Luciana Gross
Cunha, chama a atenção para o fato de que desde 2011, quando o ICJ apontava uma
confiança de 39% no Judiciário, houve uma queda de 10 pontos percentuais na
confiança do Judiciário.
A pesquisa foi aferida nos segundo e
terceiro trimestres de 2014. Além do Judiciário, apenas os partidos políticos
mantiveram o mesmo índice de confiança (6%), permanecendo no último lugar do
ranking. Todas as outras
instituições tiveram um avanço no ano.
Este resultado, segundo a professora,
pode ser atribuído ao aumento da exposição do Judiciário na mídia,
principalmente no que se refere à exposição de escândalos envolvendo agentes da
Justiça.
Contribui para este desempenho, a
percepção de que, para 89% dos entrevistados, o Judiciário é lento; 77% afirmam
que o Judiciário é caro e 66% consideram o Judiciário é difícil de ser
acessado. Já 62% dos entrevistados acreditam que o Judiciário é nada ou pouco
honesto; e, por fim, 59% dos respondentes acreditam que o Judiciário é nada ou
pouco independente.
O ICJBrasil mensura a confiança da
população no Judiciário brasileiro desde 2009. Entre 2014 e 2013, verifica-se
uma queda no indicador, de 5,1 para 4,6 pontos, numa escala de 0 a 10. Essa
pontuação é calculada com base em dois subíndices.
O subíndice de comportamento, que afere se, em determinados
casos concretos, o cidadão recorreria ao Judiciário para resolver seus
conflitos; e o subíndice de percepção, que verifica o sentimento da população
em relação ao Judiciário no que se refere à celeridade, honestidade,
neutralidade e custos de acesso. No mesmo período, esses subíndices foram,
respectivamente, de 8,3 pontos e 3,1 pontos (sempre em uma escala de 0 a 10).
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