ESPECIAL: AFASTAMENTO DE RENAN NO SENADO
O Supremo
decidiu o destino de Renan
HELIO FERNANDES
A partir
das 8 da manhã, de ontem, (quarta) conversas as mais variadas sobre o que
o Supremo decidiria a partir das 14 horas. Havia um propósito na maioria das
propostas: salvar Renan Calheiros. O próprio Planalto continuava no circuito
desde a terça feira. Não por causa de Renan propriamente dito, mas para
preservar a votação de um projeto, votação que não está ameaçada.
Jorge
Viana, se assumir, apesar da situação difícil, já deixou bem claro que manterá
a pauta. Mesmo se quisesse, não tem numero. A maioria esmagadora do governo
derrotaria qualquer tentativa de obstrução. O presidente do PSDB, senador Aécio
Neves, comunicou a Temer, pessoalmente, que se for necessário, tomará decisão
mantendo a pauta já decidida pelos lideres.
Apesar
disso, Temer mandou propor ao vice-presidente, o seguinte. Se o Supremo
mantivesse Renan afastado, ele não assumiria, e o PT teria suas reivindicações
atendidas. Por que isso? No caso da proposta ser aceita, o presidente do Senado
passaria a ser Romero Jucá.
Demitido
sumariamente pelo próprio Temer, com poucos dias do governo. Motivo: envolvimento
com a Lava-Jato. Confirmando a proposta desprezível, o vice afirmou
publicamente: "Não renunciarei, se o Supremo mantiver o afastamento de Renan".
Ansiedade
e tentativa de depreciar o próprio Supremo. Com medidas aleatórias, que
desfigurariam o mais alto tribunal do país. O plenário terá que honrar sua
obrigação constitucional, não pode se refugiar em meias decisões, como querem.
Ou seja: Renan está afastado mas não totalmente .O Supremo não se entrega, não
pede,nem cede nada.
À medida
que o relógio vai vencendo o tempo, e se aproximando das 14 horas,
desesperados, tentam vencer de qualquer maneira. Não surprendentemente, o
Ministro Gilmar Mendes tenta salvar Renan (e o próprio governo), de qualquer
maneira. Na segunda, atacou pessoal, verbal e furiosamente, o próprio relator,
Marco Aurélio Mello.
Às 11
horas, faltando portanto 3 horas para a decisão do Supremo, Gilmar telefona
para Dias Toffoli, e no seu jeito arrogante e autoritário , diz: "Você não
pode levar o seu voto para o julgamento de hoje. Você pediu vista num
julgamento inteiramente diferente. Quando houver a apreciação desse julgamento,
aí é a hora de votar, não hoje".
Por volta
do meio dia (ainda da quarta), já circulava a noticia, lógico, dada pelo próprio
Toffoli, de que não levaria o voto, do qual pediu vista, e está 6 a 0. Este
placar foi à base para a liminar do relator que cumpriu integralmente sua
obrigação, seu dever, sua credibilidade. E que um grupo sem convicção, quer
derrubar dentro de algumas horas, a começar das 14 horas
Pouco
antes de começar a sessão do Supremo, uma notícia com total exclusividade, trágica
para o Supremo e para o país: dentro de 20 meses, Dias Toffoli será o
presidente do Supremo. 20 meses passa rapidamente, é preciso fazer alguma
coisa. Depois de Carmen Lucia, Dias Toffoli. A reação e predominância da
CREDIBILIDADE têm que começar HOJE, quarta.
Doutor
Roberto, adiantamento para amanhã. Acho que o resto da matéria, só depois de 6 ou
7 da noite, quando acabar o julgamento).
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