O 2017 que não quer começar,
ameaça a politicalha e não favorece a economia
HELIO FERNANDES
Nesse governo ou
desgoverno, ninguém tem autonomia de vôo. O presidente indireto pilota um helicóptero
de quinta geração, convencido que tem á disposição um super jato da Boeing. Apregoa
por todos os órgãos de comunicação: "Minha fortaleza é a formidável base
parlamentar que me apóia".
Até agora
só obteve apoio circunstancial, na tramitação da complicada PEC dos gastos.
Popularmente identificada como PEC do desgaste. Deputados e senadores não
entenderam nada, examinaram se prejudicavam seus interesses pessoais.
Consumaram a troca de favores, votaram. Impulsionados pela duração da PEC que
impede o crescimento do país: 20 anos.
Como já
viveram essa política transformada em politicalha, por um tempo substancial, concluíram:
"Não existe nenhuma possibilidade de uma PEC resistir em atividade durante
esse tempo interminável". E apoiaram, recebendo na hora, a recompensa,
explicita e implícita.
Só que
agora, a partir da derrota retumbante e inesperada da terça feira, o ano de
2017, que não quer começar, avança em alta velocidade, cada vez mais
assustadora. E ameaça a permanência de todos no Poder. Com prioridade
destrutiva e negativa para o próprio presidente indireto.
A GUERRA DA SUCESSÃO, E A TENTATIVA DA
CONTINUAÇÃO
Cercado
por todos os lados. Varias vezes citado e acusado diretamente na Lava-Jato.
Ameaçado de cassação pelo TSE, afastamento que só não foi consumado pela
proteção indevida e vergonhosa dos Ministros Toffoli e Gilmar. Agora sofre
ataque direto, de parlamentares, principalmente do partido que considera indispensável
para a sobrevivência, o PSDB.
Totalmente
dividido, fracionado e fragilizado, o partido exibe publicamente, uma divisão
que era pressentida, mas agora exposta miseravelmente. Aécio, na "calada
da madrugada", prorroga sua permanência no comando da legenda. A decisão
tinha e tem um objetivo visível: a indicação como presidenciável, na sucessão
de 2018.
Por mais
que essa data esteja cada vez mais distante. E tendo obrigatoriamente que
ultrapassar e conviver com o 2017 que não quer começar, mas se transformará em
realidade, a partir do dia 31 de dezembro, quando entrará o que se convencionou
chamar de "ano novo".
AECIO PEDE A TEMER, QUE ACALME ALCKMIN
Evidentemente,
o governador de São Paulo, não gostou da mistificação de Aécio. E como ainda
tem 2 anos do mandato, que não será atingido por nenhuma reviravolta, se
movimentou. O grupo de Aécio, solerte e maliciosamente, despejou em todos os órgãos
de Comunicação: "Alckmin não deixará o PSDB". Baixaria pura, isso não
estava em discussão.
Sentindo
que agira muito mal, e o governador não fora atingido de leve, Aécio pediu ao
presidente indireto, para ir conversar com Alckmin. Temer aceitou
imediatamente. Motivo: O governador de SP faz oposição, não apóia seu governo,
condena sua omissão, transformada em "salvação do país"
.
Ao mesmo
tempo em que apela a Temer, o grupo ligadíssimo a Aécio, se joga contra o
presidente indireto. O senador Cunha Lima, ex-lider do PSDB, afirmou em
entrevista publicada ontem: "Está cada vez mais difícil a possibilidade de
Temer terminar o mandato". Impossível Cunha Lima fazer uma declaração como
essa, sem conhecimento de Aécio.
Cunha
Lima continua: "Se houver eleição indireta, FHC não tem que ser lembrado.
Ele já deu a sua contribuição, agora chega". Essa é também uma das
"teses" prediletas de Aécio. Só não tem coragem de defender
publicamente. Aécio acredita que mesmo por um período curto, FHC seria
desastroso. E prejudicaria o PSDB, ou seja, o próprio Aécio, no entendimento
dele mesmo, Primeiro e Único, numa sucessão direta.
A BASE DE TEMER, NÃO RESISTIRÀ À LUTA PELO
COMANDO DA CAMARA
O
problema com o PSDB, é grave. Mas é apenas um partido. Só que a eleição do
primeiro dia de fevereiro, movimentará no mínimo 300 deputados. E sem acordo visível
ou previsível. Pois alem da comandar a "casa", será vice presidente,
enquanto durar o mandato do presidente. Existem vários candidatos, que se dizem
inarredáveis.
Um dos
candidatos mais convictos: Rogerio Rosso. Trabalha intensamente para presidir a
Câmara. Pertence ao PSD, que "não é de esquerda, de centro ou de
direita". Mas é de negociação. Só que depois da eleição.
Ontem
falou: "Estou correndo o Brasil em campanha, de carro". E
acrescentou: "Maia também está em campanha, usando jatinhos da FAB".
Isso mostra o clima da disputa.
E vejam as
dificuldades de Temer nos ultimo deste 2016, e TODOS desse 2017, que resiste em
não começar. Mas que Temer, um sábio, tem certeza de que começará. Para
infelicidade dele.
As
grades da Praça Mauá
A bravura do almirante, e a velocidade
com que conquistou dois terços do Bulevar Olímpico, tiveram enorme repercussão.
Negativa, ou melhor, altamente negativa, por causa de um fato: o terreno
"conquistado", pertence ao povo. Que protestou com tanta veemência, e
dos mais variados lugares, que alguma providencia teve que ser executada e com urgência.
AS grades foram
retiradas. E uma nota oficial foi publicada, com a garantia: "Essa decisão
é para sempre". Só que o almirante fez uma ressalva: "As grades
continuarão na orla, para que ninguém morra afogado". Na verdade, do seu gabinete com uma vista sensacional, o
almirante vê meninos pobres se divertindo, e isso não deve ser estimulado.
Ausência
total do suplente de deputado, que é Ministro da Defesa. Tinha que ficar em
silencio. Se apoiasse a arbitrariedade, impopularidade para o governo. Se
repudiasse a decisão absurda, corria o risco de perder o Ministério.
E voltar
a ser suplente. Suplente e em recesso, que desagradável.
RENEGOCIAÇÂO DAS DIVIDAS
Ontem
contei, com os maiores detalhes, a derrota do governo na questão do pagamento
das dividas dos estados. Logo que surgiu o problema, ha meses comentei. Não
deveria ser permitido, que um governador (ou prefeito) deixasse para o
sucessor, dividas impagáveis. Mas acontece e continuará acontecendo.
Só que a Câmara
jogou no lixo, o projeto amaldiçoado, que veio do aristocrático Senado. 300
deputados suprimiram as contrapartidas que o Ministro da Fazenda exigia. E
aprovaram um projeto mais aceitável.
E
que os governadores podem cumprir, com evidentes benefícios para os servidores,
que pelo menos receberão os salários em dia, sem parcelamento de 7 ou 8 vezes.
O presidente pode VETAR o projeto. Mas não quer assumir mais essa
impopularidade.
Num ponto
fora da curva, Temer e Meirelles conversaram e se acertaram. Não cumprirão o
que foi aprovado na Câmara. Não sei como farão, mas não existirão muitas
dificuldades. Principalmente para quem passou de vice "decorativo", a
"presidente" indireto, usufruindo de três palácios. O povo cansa. No
caso de Temer, não foi apenas o povo. E sim a Lava- Jato e a justiça eleitoral.
As contradições de Temer - Meirelles
Depois do
que relatei das analise a respeito das dividas dos estados, mudaram de
convicção. Se é que em qualquer momento, tiveram alguma. Exatamente ás 6 da
tarde, Temer foi para a televisão, e comunicou: "Aprovarei o projeto das
dividas dos estados, da forma como saiu da Câmara". Provavelmente nem
disse nada a Meirelles.
O
Ministro da Fazenda, um malabarista da palavra vazia, pouco depois, foi também
á televisão e falou mais do que o chefe. "Não esperem que o PIB suba no
primeiro trimestre de 2017". Perdeu tempo, ninguém esperava isso.
Continuando:
"A economia avançou bastante, mas ha muito a fazer". A segunda parte
é verdadeira. O crescimento da economia, ainda não foi percebido. "Ha
muito a fazer", é uma artimanha dele.
Quando
foi Presidente do Banco Central, nos primeiros 4 anos de Lula. Dizia a mesma
coisa. Fracasso completo, não foi demitido. Simplesmente não foi RELACIONADO
para o segundo mandato.
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GRANDE
NATAL PARA TODOS, FELICIDADE GERAL. ESTAREMOS DE VOLTA, TERÇA FEIRA 27.
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