Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Supremo decidiu o destino de Renan. A favor

HELIO FERNANDES

O julgamento da liminar do Ministro Marco Aurélio, começou de forma soberba, com ele mesmo lendo sua decisão. Poucas vezes se ouve um discurso tão incisivo, decisivo, definitivo. E contundente, lembrando aos Ministros, ''que precisam pensar nas suas biografias, na hora de votar".

Foi brilhante, deixou Renan completamente nu em plena Praça dos Três Poderes. Depois de 16 minutos, teve que interromper para falarem os advogados e o Procurador Geral.Voltou, completou 1 hora, provocando admiração e perplexidade.

Daniel Sarmento, que representa a Rede, autora da ação, magnífico, ratificação ratificaçã notavel para o relator. (Ele trabalhava no escritório do hoje Ministro, Luiz Roberto Barroso. Por isso, dignamente se deu por impedido).

“O advogado do Senado, foi rápido, sucinto, levou o recado de Renan: ”A melhor solução é mantê-lo na presidência, e afastá-lo da lista de sucessão presidencial".

Na verdade é isso que vem sendo transado nos bastidores, desde terça feira. È a primeira vez que se conhece oficialmente, o que pensa (?) Renan. Pois desde segunda feira, se recusa a ser intimado, fugindo covarde ou matreiramente do Oficial de Justiça.

Depois do próprio relator, o melhor discurso, até agora, quando só falou um único Ministro, Marco Aurélio, foi de Rodrigo Janot. Duríssimo, claro, sem se intimidar ou se perturbar com o suposto poder de Renan. Mostrou que não ha crise, nem hostilidade, e sim discordância.

E lembrou muito bem, o relacionamento entre a Procuradoria e os Ministros. Muitas vezes não concordam, divergem, mas isso faz parte, não estão brigando.

Celso de Mello, o decano, abre a votação do plenário

È sempre uma aula, verbal e de direito. Impossível não reconhecer. Mas partindo de ponto equivocado, a conclusão será obrigatoriamente equivocada. Foi o que ficou claramente delineado desde o inicio da sua fala de 31 minutos.

Em nome da "conciliação nacional", referenda Renan Calheiros. Não havia crise alguma antes, o que passa a existir agora, é a perplexidade.

Como um personagem da envergadura de Celso de Mello, caminha na mesma estrada, esburacada pela permanência de Renan Calheiros.

Infelizmente, 1 a 1. Mas rapidamente usando apenas 2 minutos, o Ministro Fachin apóia integralmente o relator. 2 a 1 para a credibilidade do Supremo, data venia dos que votarem ou votaram beneficiando um aventureiro corrupto como Renan.

O grande Ministro Zavascki, que eu tanto tenho elogiado pela coragem, o discernimento, e o espírito publico de apoiar a Lava-Jato, continuou combatendo o bom combate. E apoiou integralmente o relator. Magnífico.

Voto e comportamento repetido varias vezes, gritam visivelmente na definição de Dias Toffoli. Nenhuma duvida de que não consegue se desligar de Renan. E como de outras vezes, não leu o voto, saiu correndo, alegando motivos da sua condição de vice-presidente. E que como revelei ontem, será presidente do Supremo, dentro de 20 meses. A verdadeira tragédia anunciada.

Rosa Weber, Fux e Lewandowski, "construíram” o placar de 5 a 3. Como só estão votando 9 ministros, a permanência de Renan está garantida. Livraram a presidente Carmen Lucia, de um desgaste desnecessário.

Ela, grande adepta da "conciliação nacional", votou nessa direção, definindo o resultado em 6 a 3. Era o que coordenavam, "por causa da grave crise do Brasil".

Não ha crise alguma, o que se vê agora, é a crise da dignidade, com a vitoria da corrupção. O presidente indireto, que jogou tudo nessa falsa solução, estava feliz, comemorando a tranqüilidade que acredita que acompanhará seu governo, sem muito futuro, cada vez mais periclitante.


Vitorioso Renan e seu grupo de corruptos, o plenário vazio do Supremo parecia um cemitério.  E invisível mas bem legível, um cartaz imaginário com uma frase rivalíssima: "Aqui jaz a credibilidade . Junto com a compostura. E a Constituição, estraçalhada".

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