12.09.15
HELIO
FERNANDES
Publicada em 02.05.14
PARTE - II
Otávio Medeiros
chama o coronel Job Lorena
Precisavam de
alguém que modificasse todo o cenário, transformasse os autores criminosos em
vítimas. Para isso era indispensável uma investigação-relatório que mudasse
tudo, inocentasse os criminosos.
Por que a
predileção pelo coronel Job Lorena? Era negro, não seria promovido de jeito
algum a general. Otávio Medeiros disse a ele, textualmente, palavra por
palavra: “Reservei para o senhor a missão honrosa de defender o Exército.
Querem nos acusar do atentado do Riocentro, somos vítimas”.
Manuseou um
falso almanaque, disse para Job: “Estou vendo aqui, você está “na bica”
(palavreado da caserna) para ir a general. Como coronel, no máximo em 10 dias
você terá o relatório pronto, sua promoção a general talvez saia até antes
disso. E entregou ao coronel, 4 ou 5 laudas com tudo o que ele deveria
escrever.
O relatório e a
promoção
As duas coisas
coincidiram. A investigação estava perfeita, dias depois Job era promovido a
general. Usaram o preconceito, a discriminação, o racismo, Job Lorena não tem
culpa alguma. Se recusasse, passaria para a reserva como coronel, “sem méritos
e sem honra”.
Aceitou, 1 ano
depois foi passado para a reserva, sem saber, mas na interpretação de Otávio
Medeiros, “glorificado”.
O PT quer
desenterrar o poste chamado Padilha
Ainda está no
mesmo lugar, por falta de alicerce, quer dizer de profundidade. Como Lula
lançou o ex-ministro apressadamente, os supostos ou previsíveis candidatos,
ficaram inelegíveis. Mercadante, Dona Marta, não ganhariam mas poderiam
concorrer.
Eduardo Suplicy,
cujo mandato termina agora, já se ofereceu como candidato. Concorreu contra
Covas-Alckmin em 1994, perdeu feio. Agora queriam tirar dele até a possibilidade
de reeleição no senado. Para governar, o PT tem feito pesquisas informais, que
não ajudam Suplicy.
Assad
“conquistará” o terceiro mandato na Síria
Depois de três
anos de guerra civil, com quase 200 mil mortos e mais de um milhão que tiveram
que sair do país, foi marcada eleição para três de junho, pouco mais de 1 mês.
É um dos raros
ditadores que concorre a eleições. Esse “concorre” é uma farsa verbal ou
lingüística. Como quase tudo o que vem acontecendo na Síria, nesses 14 anos de
Assad. E que na certa não se modificará nos próximos 7 de domínio de Assad.
O mundo não sabe
o que se passa na Síria
Logo que começou
a luta dos “rebeldes”, a comunicação do mundo inteiro, “dava poucos meses de
permanência de Assad no Poder”. Não aconteceu, ele resistiu sem sair do país,
embora pelo noticiário, “já estava derrubado”.
A guerra civil e
o fortalecimento dele
O mundo
continuou sendo enganado com as “vitórias dos rebeldes”, que ganhavam manchetes
mas perdiam a guerra. Obama entrou no cenário, deu a impressão de que ajudaria
o afastamento de Assad, só fez fortalecê-lo.
Aquela história
de “ataque sem tropas, sem mortos, sem violência, o grande equívoco do
presidente dos EUA”.
Eram tempos de
bom relacionamento Rússia-EUA, Putin enganou deliberadamente Obama, fortaleceu
Assad. O acordo de Genebra não saiu do papel, as armas químicas também não
saíram da Síria. A não ser as que estavam com a validade vencida.
Assad candidato
único, como perder?
Assad tem
aparecido em fotos, não dentro do palácio, mas na rua, lógico, ruas bem perto
dos fundos de suas moradias. Ficará mais sete anos, é muito tempo para análise,
principalmente num país como “democracia de candidato único”. Por aqueles
lados, “todas” (mas todas mesmo) as democracias, são ditatoriais. Ninguém
discute, protesta, mostra indignação.
FINAL.
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