Tentam federalizar a eleição municipal. Toffoli
combate a Lava-Jato
HELIO FERNANDES
Principalmente
em São Paulo. Não por preferência premeditada e preventiva. Mas por dois fatos
conjugados. É eleitoralmente, o maior município do país. E os mais importantes
candidatos á suposta e ainda não confirmada eleição presidencial de 2018, têm
base lá. E alem do mais, a potência financeira de São Paulo.
O
dinheiro está em São Paulo. E num momento de crise, e de campanha curta e difícil,
ser candidato, no maior colégio eleitoral de pais, mais tranqüilidade. O município
é o terceiro orçamento do país. O segundo, o do estado. E o primeiro,
naturalmente o da União. Por isso cada candidato a prefeito, está
"amarrado" a um presidenciável.
Temos que
ressalvar obrigatoriamente, que 2018 está muito longe. Num futuro comprometido
com a incerteza. Mas analisando como fato, os candidatos nacionais estão se
exibindo em São Paulo, AGORA, tentando se mostrar nacionalmente, no DEPOIS. Mas
haja o que houver na eleição municipal que se realiza dentro de 15 dias, os
nomes de hoje serão os mesmos em 2018. Sem nenhuma alteração. Não ha renovação
Temer, Aécio,
Alckmin, Serra, Lula, Marina. Cada um apóia ou patrocina prefeitáveis. Na
esperança ou ilusão de que possa ajudá-los quando ou se conseguirem se
transformar em presidenciáveis. Alguns garantidos na própria legenda. Outros, certos
da superação no próprio partido, já firmaram e se fixaram, com acordos
antecipados.
O PSDB,
derrotado nas 4 ultimas eleições, Serra duas vezes, Alckmin e Aécio uma vez
cada. De forma inédita, apresentará os 3 na mesma eleição, concorrendo entre
si. Aécio, presidente do PSDB, tem a indicação garantida. Alckmin, sabendo
disso, tem acordo com o PSB, dito socialista, mas que só pode chegar ao poder
dessa forma. E José Serra, na terceira e ultima tentativa de chegar ao
Planalto, aos 76 anos, concorrerá por qualquer legenda.
Lula é
candidatissimo para 2018, deixou isso bem claro no pronunciamento-resposta ao
Procurador Lavagnoll. E está examinando
a possibilidade de comparecer imediatamente no cenário de São Paulo. Logicamente
apoiando o prefeito Fernando Haddad. Vai depender de circunstancias e conseqüências.
Mas, se depender dele, irá a outros municípios
Dona
Marina tem legenda e convicção: sua vez será inapelavelmente em 2018. A
terceira candidatura. Não esquece que Lula ganhou na quarta tentativa. Como ela
é sempre incompreensível, não apóia ninguém em São Paulo. Acha que o eleitorado
votará nela, por vontade própria. Mas no Rio, apóia candidato sem a menor
chance de vitoria, embora não sofra restrições.
Resta o
presidente indireto, Michel Temer, um aproveitador completo. Mesmo tendo
chegado ao Poder sem eleição, e sem saber até onde vai o mandato que conseguiu
não por golpe, mas por conspiração palaciana, não descuida de 2018. A melhor
prova disso, é que tem candidato em são Paulo. È Marta Suplicy, apoiada também
e fortemente por José Serra, muito mais forte eleitoralmente do que Temer. Não
só em São Paulo, mas em qualquer lugar.
O eleitor vota muito mal, a crise política, conseqüência
Depois
dos 21 anos da ditadura arbitraria, autoritária, atrabiliaria, todos
acreditavam
no que se
chamou determinadamente de redemocratização. Mas que rapidamente se
materializou numa colossal decepção. Com a colaboração imprudente e displicente
do próprio cidadão. Chegamos a impressionantes 137 milhões de eleitores.
Votaram
tão mal, que em 24 anos, dois presidentes eleitos sofreram impeachment. Outro,
comprou a própria reeleição com dinheiro de empresários. Que como recompensa, exigiram
uma parte do patrimônio nacional, que receberam, pagando com o que chamei de
"moedas podres". Foram as vergonhosas "doações", que
aumentaram a miséria popular.
E nos
trouxe a esta democracia sem eleição. Com um presidente indireto, que jamais
disputou qualquer cargo majoritário, pelo voto direto. Mas estando no poder, agride
mais uma vez a gramática, e pretende a reeleição. Se nunca foi eleito, como
pode ser reeleito?
Estarão
em jogo dentro de alguns dias, a eleição ou reeleição de 5 mil e 500 prefeitos,
dos mais distantes e variados municípios. Como em quase todos, haverá segundo
turno, serão 11 mil candidatos. Se votarem com paixão, vontade, convencidos que
a renovação imprescindível começa, por aí. Digamos que acertem 10 por cento, escolham
candidatos acima de qualquer suspeita. Serão mil e cem cidadãos, começando uma
carreira que poderá levá-los aos mais altos cargos.
Usando a
mesma esperança na escolha dos vereadores. Serão mais de 60 mil candidatos, 10
por cento, não é impossível nem difícil. 6 mil eleitos, corretos, honestos
querendo servir ao país e á coletividade. Bons candidatos existem, a decepção
vem do próprio eleitor. Tomemos como base São Paulo, o mais conhecido.
Dois
candidatos, acima de outros. Erundina que já foi ótima prefeita. E Haddad, com
todas as credenciais, faz excelente administração. Prejudicado pelo naufrágio
do PT. Rossumanno, ninguém sabe o que representa. João Doria, na primeira eleição,
empurrado pela maquina, azeitada pelo governador Alckmin, que tentará o
Planalto pela segunda vez em 2018.
E
finalmente, Dona Marta Suplicy, mais conhecida como "Martaxa", grande
aumentadora de impostos, quando foi prefeita em 2 mil. Fracasso completo, não
se reelegeu no cargo, perdendo em 2004. Tentou em 2008, nova resposta negativa
do
eleitor. Trocou
o PT, pelo PMDB de Temer. E o PSDB de Serra.Só pensar em votar nela, e
reconduzi-la depois de todas as incoerências, absurdo.
Lula e Toffoli, primários e contraditórios
O
Ministro do Supremo, vulnerável antes e depois de surpreendentemente, fazer
parte do mais alto tribunal do país. Sua margem de erros ou de equívocos
deliberados, é assombrosa. Comparável apenas a Gilmar Mendes. Os dois
geralmente com votos os mais discutíveis. E fora do tribunal, falastrões inconsoláveis,
antecipando opiniões sobre questões que decidirão ocasional ou definitivamente.
Mas
ontem, Toffoli bateu todos os recordes de insensatez: "Judiciário pode
cometer o mesmo erro dos militares em 1964 querendo ser donos do poder". Assustador
que um Ministro do Supremo faça afirmação como essa. E na mais completa
"tofolização", vai em frente: "Se a política for criminalizada e
o Poder Judiciário, exagerar no ativismo".
Com essa
comparação incomparável, Toffoli atira no coração do próprio Poder que representa.
E faz a mais completa declaração de guerra á Operação Lava-Jato. Até hoje, a
Lava-Jato tem sido combatida por políticos comprometidos. E advogados também
comprometidos. Mas não por acusações e sim pela defesa de "clientes".
Que merecem as aspas.
Todos
podem ter justificativas e interesses, até amparados em leis e interpretações duvidosas.
Mas um Ministro do Supremo,o poder mais alto do Judiciário, criticar
antecipadamente esse mesmo Judiciário?Inaceitável. Incompreensível.Inimaginável
Lula também
se comprometeu com o exagero e o desproposito. Tem todo o direito de se
defender, e da forma como bem entender. Embora só quisesse se dirigir aos
companheiros. Mas ofendendo a opinião publica quando mais precisa dela, justificando
o "político ladrão", é inacreditável. Não parece coisa do próprio
Lula, que se orgulha tanto do que faz, do que fez, do que vai fazer.
E
injuriar em bloco, os "concursados, que entram para o serviço publico, leviandade,
imprudência, contradição. Textual embora inacreditável: "Esses cidadãos se
formam numa universidade, fazem concurso e tão com emprego garantido para o
resto da vida". Parece revolta contra a sua própria vida. Não pôde fazer o
mesmo.
Mas esse
é o seu grande exemplo, sempre exaltado por ele mesmo, até no discurso de
quinta feira. Não estudou mas chegou à presidente da Republica. È a
desigualdade do sistema, ultrapassada com luta, esforço, tenacidade. Não pode
combater agora, sua própria conquista.
A segunda viagem de Temer. De Curitiba, receio e
esperança.
Depois da
China, os Estados Unidos. Não o país propriamente dito, convidado de Obama,
como tentou e não conseguiu. Mas o primeiro presidente indireto a representar o
Brasil na ONU. Nos 70 anos do órgão, nunca o Brasil foi tão vexatoriamente
representado, do ponto de vista político, como agora. E invariavelmente terá
que se submeter á comparação.
Pois o
primeiro representante do Brasil, Osvaldo Aranha, foi presidente da ONU. E logo
depois da instalação, em 1948,dirigia a Assembléia Geral, quando foi criado o
Estado de Israel. Por questões que não cabem examinar aqui, a ONU cometeu o seu
equivoco coletivo mais extraordinário, que dura até hoje: não criou ao mesmo
tempo, o Estado da Palestina.
È quase impossível
para qualquer um, principalmente para Michel Temer, representar o Brasil numa
entidade internacional, que foi presidida por um brasileiro estadista.
Durante
os 15 anos de Vargas, se tivesse havido eleição, ele teria sido Presidente. E
quando o povo pedia eleição direta, o nome gritado era o de Osvaldo
Aranha.
Ocupou
quase todos os ministérios, e amigo lealissimo, jamais se insurgiu contra
Vargas. Quando este sentiu que estava periclitante, com medo mandou Aranha,
para os Estados Unidos como embaixador. Em 1945, derrubada a ditadura, não
houve cassação ou inelegibilidade. Mas houve investigação. Osvaldo Aranha,
glorificado, logo depois foi nomeado Embaixador na ONU.
O Brasil
não tem nenhum presidente estadista. Mas teve duas oportunidades: com Rui
Barbosa e Osvaldo Aranha. Rui disputou duas vezes como candidato independente,
na era do partido único, o Republicano. E desistiu também duas, por convicção. Aranha
não teve nem chance.
Caimos
tanto, que temos agora um presidente indireto, orgulhoso de ter comandado a
conspiração parlamentar, que o beneficiou. Na ONU, todos vão saber que não
houve GOLPE no Brasil. Mas não entenderão que democracia é esta, com um
presidente sem voto, sem povo, sem eleição. E sem mandato.
Curitiba: ansiedade e medo
Ultrapassado
o problema Eduardo Cunha, que age apenas nos bastidores, com ameaças e intimidações,
todos se voltam contra ou a favor da Lava-Jato. CONTRA está mais do que visível.
Ninguém vai parar ou eliminar a operação, mas tentam das mais diversas formas. Abertamente
o perigo vem do Congresso, que trilha o caminho das “mãos limpas" na Itália.
Lá a liquidação
veio amparada e destruidora, através de legislação. Trocaram o combate á
corrupção, pelo aparecimento de Berlusconi, que se entronizaria por mais de 20
anos, como o maior ladrão do mundo. Foi retirado da vida publica, enriquecido e
impune. E na mais completa liberdade, sem ser condicional.
A FAVOR
da Lava-Jato, está à opinião publica, com mais de 80 por cento de apoio. A
partir de hoje, e a qualquer momento, pode surgir à decisão do juiz Sergio Moro.
Inicialmente, "especialistas" diziam:
"Ele vai demorar a decidir, se aceita ou rejeita o pedido dos
Procuradores". Já falam que decidirá imediatamente. Haja o que houver,
será a sua mais difícil decisão.
Os
Procuradores espetaculares e espalhafatosos, dificultaram seu trabalho. Alem do
mais, terá que sentenciar sobre o presente e o futuro de um ex-presidente. Que
apesar de erros, imprudências e equívocos, mas ainda é a maior liderança política
do país. E já politizou sua defesa, elogiando os políticos, mesmo, os ladrões. Ele
usou a palavra, sabendo o que dizia.
Bom arquiteto
da palavra, Lula "italianizou" a Lava-Jato. O país todo, com
esperança e receio, se volta para Curitiba. Façam o mesmo, é de lá que surgirão
os fatos. Não dá nem para adivinhar. É o momento crucial do processo. Com
mais de 100 personagens importantes, assistindo ou esperando tudo. Apavorados. E
querendo retomar o controle.
PS- Econômica
e administrativamente, o país continua tão parado quanto estava antes. Temer
não faz nada. Pressionado pelos partidos de maior representatividade numérica,
anuncia, revoga até mesmo o que não passa de promessa. E isso quase que
diariamente.
PS2- È
tão hesitante e sem convicção, que quando garante alguma coisa, já contam com a
reviravolta. Por isso, dizem que Temer tem 3 velocidades: "Pra trás, lento
e devagar".
PS3- A
Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI realiza amanhã (20),
terça, a sua décima reunião da Diretoria Executiva. Na Pauta, entre outros o
balanço da sua participação nas Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016. A reunião
convocada pelo seu presidente jornalista
Roberto Monteiro Pinho, será tele presencial, e será transmitida ao vivo pela
rede social facebook.
O jornalista Helio Fernandes, com toda a experiência adquirida ao longo de mais de 90 anos poderia apresentar as soluções que considera factíveis para o Brasil. Por exemplo: quaisquer os politicos do Congresso Nacional, ou fora dele, teriam reconhecidas condições de governar o Brasil? Quem poderia em lugar de Henrique Meireles conduzir a política econômica? Quais as ações a serem implementadas para recolocar o país no caminho do desenvolvimento? Vamos lá, jornalista! Vamos ajudar a construir um novo Brasil. Com críticas e sugestões e não apenas apontando as deficiências que, todos sabemos, existem em quase todos os aspectos da política nacional. Apresente suas soluções!!! Acenda a esperança de que podemos construir um país melhor! Com muito trabalho e disposição de todos que quiserem transformar este sonho em realidade. Basta abordar um tópico por dia e teremos uma bela e construtiva de contribuir com um novo Brasil. Avante, Helio!
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