Denuncias sobre a JBS, envolvem
Temer, complicam Meirelles
HELIO
FERNANDES
È impressionante
a compactuação da corrupção. A penetração nos mais diversos setores, com a
citação reiterada e continuada, de personagens no mais alto escalão da vida
publica. È praticamente impossível acompanhar tudo, apesar do espetáculo ser
comandado sempre pelos mesmos. Que são, sem nenhuma surpresa, os beneficiados. Ontem
surgiu o escândalo dos Fundos de Pensão, com roubalheiras quilométricas.
Deram
destaque ao roubo nos quatro maiores: Caixa Econômica, Banco do Brasil,
Correios e Petrobras. Mas não falaram que centenas de milhares de funcionários
dessas estatais, estão sendo prejudicados há anos. E já estão sendo descontados
na aposentadoria. Recebem 30 por cento a menos do que deveriam receber. Pois
são os mais prejudicados. Precisam "contribuir" para amortizar o prejuízo.
Na
esteira dos Fundos, aparece a conivência, a cumplicidade e o compartilhamento
da JBS. Tida e havida como a empresa mais poderosa do Brasil, é sempre poupada.
Grande DOADORA para campanhas eleitorais, se for investigada ou devassada,
terão que ir até o fim. Atingindo intocáveis como o presidente indireto. E seu
Ministro da fazenda.
Apenas
vice, ainda não tendo desfechado o movimento da conspiração traição, precisou
ir á JBS, resolver um problema de doação para o PMDB. Acumulando a presidência
do partido, foi chamado com urgência. A JBS doara 50 milhões ao PMDB, sem
explicitar. Deputados diziam que o dinheiro era da Câmara. Senadores
reivindicavam a propriedade dos recursos. Temer foi á JBS, conversou com um dos
irmãos, o outro estava viajando. (Exatamente como agora. Um irmão teve que
depor na policia, o outro está viajando).
Bom
conversador, não fez outra coisa à vida toda, nenhum problema. 25 milhões para
deputados.25 milhões para senadores.Seu cacife cresceu no PMDB, mas foi lá na
JBS, que descobriu o mapa da mina.Ficou horas, saiu com documentação rara a
respeito de financiamento de campanha.
Constatou
que na campanha presidencial de 2014, a JBS "distribuira" generosamente,
mais de 400 milhões. A partidos de ponta. E a outros, com pouco destaque. Isso
serviu a ele, com dados citados, em conversas não tão sigilosas assim. Mas
proveitosas, na contagem geral.
No
entanto, alem dos recursos e das informações privilegiadas, um contato
inesperado. Conheceu o importantíssimo Presidente do Conselho de Administração
da empresa. Exatamente, Henrique Meirelles. Não se conheciam, sabia que ele fora
Presidente do Banco Central, no primeiro governo Lula. Estavam distantes do
relacionamento futuro. Mas ficaram perto.
Consumada
vitoriosamente a campanha para substituir Dona Dilma, Henrique Meirelles foi
imediatamente chamado. Temer só tinha conhecimento político. Na área econômica,
não conhecia ninguém. O entendimento foi rápido, o convite para Ministro da
Fazenda também. Meirelles exigiu liberdade para nomear e para fazer. Conhecendo
o personagem e seu "carreirismo", escrevi: "Surgiu um candidato
para 2018".
Agora, a área
de presidenciáveis para 2018, está atropelada e complicada. Mas alem dos
problemas políticos, Temer e Meirelles precisam explicar as doações. Temer tem
que contar, como, quando e onde conheceu Meirelles. Pior é a situação do próprio
Meirelles. Ocupando por anos, o cargo-chave, que ocupou, não pode dizer: "Eu
não sabia de nada". Não será fácil, para nenhum dos dois. È preciso
esperar. Não por muito tempo.
Para
terminar por hoje, um fato inexplicável. Ha 2 meses, a direção da JBS enviou um
comunicado-pedido, a sócios, parceiros, e acionistas. Queria autorização para
fazer uma RECUPERAÇÂO. O que significa isso? Como é que uma empresa sempre
identificada, "como a maior do país", precisa de RECUPERAÇÃO? Tudo
indica que os irmãos Batista, estão em situação desesperadora.
O povo nas ruas
O
presidente indireto, corteja a impopularidade. As manifestações têm crescido de
forma alarmante. Naturalmente para ele. E muito bom para a democracia. Só que
Temer não entende assim. Estava na China, e habitualmente desinformado,
comentou: "São protestos inexpressivos, feitos por depredadores". Ficou
longe da realidade. Pois as concentrações populares se multiplicaram, e foram
dominando os mais diversos estados.
Em São
Paulo, a maior concentração, repetida por vários dias. Chegaram a ultrapassar a
casa dos 100 mil. E na mais completa ordem. Quando o povo verdadeiro foi
embora, na hora marcada, chegaram os “depredadores". Aí houve realmente
confronto. Entre os que pretendiam apenas desmoralizar o protesto. E o exagero
da violência policial.
Interessante
e importante, que não pode passar sem um registro. Ontem, assim que chegou da
China, Henrique Meirelles deu entrevista á televisão. E colocou as coisas nas
suas devidas proporções. Defendeu as manifestações, não deixou nenhuma duvida: "A
democracia se fortalece com isso, não ha como reprimir o direito do povo".
Concluindo: "E não foi nada inexpressivo". Meus parabéns,
contrariando o presidente indireto.
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