O
corrupto Eike Batista imita o corrupto Eduardo Cunha
HELIO FERNANDES
Ontem,
tive um problema com a internet, que estava sem conexão, meu texto desapareceu.
Como não consegui "salvar nada, tenho que reproduzir de memória. O que não
posso é "esquecer", as bandalheiras do homem das empresas em X.
Em 2014,
novembro, corriam rumores de que o Ministro Mantega seria demitido.
Conversei
com um amigo dele, que me disse: "O Mantega está preocupado, me falou que
não quer voltar a ser professor em São Paulo". Não quero defender o ex-ministro
incondicionalmente. Mas essa preocupação não é a reação de um personagem
enriquecido no cargo. Jamais foi acusado de coisa alguma, o que obviamente não
o inocenta.
Exatamente
o contrario de Eike Batista, que já devia estar preso, julgado e condenado no mínimo
há 150 anos. Já foi ultrajado, injuriado, repudiado de todos os modos e
maneiras. Começou a aparecer por causa da "herança" criminosa,
entregue a ele pelo pai, poderoso presidente da Vale do Rio Doce. Mandava e
desmandava na empresa, então do governo.
(Até que
foi doada por FHC, num dos maiores escândalos da historia. Entregou por 10 por
cento do seu valor, recebendo em moedas podres, expressão criada por este repórter
para identificar a operação de uma das maiores empresas do país).
Eliezer
Batista, seu pai, dominava a empresa, sem contestação.
Dois
fatos que comprovam. Foi morar um tempo na União Soviética, mas continuando
presidente da Vale. Mais tarde, outra sonata e fuga de residência. Foi morar na
Alemanha, casou, teve filho, daí o nome de Eike.
Voltou
para o Brasil com a mulher, num casamento duradouro, exatamente como sua permanência
na presidência da Vale, cargo que ocupou por mais de 40 anos, até ser doada. Bom
pai, e fazendo o que bem entendia com os bens do Estado, deixou para o filho
Eike, dezenas de mapas de reservas minerais riquíssimas e desconhecidas.
(Isso
gerou uma discórdia na família, por causa da "proteção" unicamente
para um dos filhos. Não quero entrar no assunto, embora envolva riquezas
publicas. Um dos filhos foi para o exterior, não voltou mais).
Eike
começou por aí e empresas "of shor", reveladas por ele mesmo. Mas era
pouco, queria ser um dos homens mais ricos do mundo. Montou então a mais
colossal operação de marqueting, já vista no Brasil e no mundo. Foi
lançando empresas e mais empresas, fantásticas nos dois sentidos da palavra. Todas
com ações negociadas em Bolsa. Com a projeção que alcançou, havia briga e
corrida para comprar essas ações. Atingiram preços altíssimos, ele foi
vendendo, criando novas empresas. O Cade, que controla essas operações, ficou
em silencio, sem qualquer fiscalização.
Omissão
culposa e prejudicial para milhões de pessoas, que perderam bilhões. Eike
conseguiu empréstimos sem garantia em grandes bancos. E deve uma fabula ao
BNDES, que jamais receberá coisa alguma. Os bancos privados, não querem nem
ouvir falar nos prejuízos. Preferem o prejuízo, do que prejudicar a reputação,
que não é nada boa.
Apoiado
até por presidentes da Republica, que se orgulhavam e propalavam: "Nossa política
social criou o homem mais rico do mundo". Eike não saía das manchetes, sempre
falando na sua fabulosa riqueza. Diversificou porque tinha dinheiro á vontade.
Comprou restaurantes, o Hotel Gloria, que levou anos reformando. Mas a base do
seu império, todos sabiam e compravam cada vez mais, eram as empresas de petróleo.
Mas como
era tudo mistificação, um dia teria que explodir. Isso aconteceu quando
descobriram que seus poços de petróleo, tinham 90 por cento de lama, e o resto
de água suja, tudo desmoronou. O império desabou, ele continuou muito rico, mas
o sonho de ser o "numero 1 do mundo da Revista Forbes", desabou. Teve
que contratar vários advogados, dobrou o numero de seguranças, só andava de
avião, que pousava e decolava de aeroportos privados. Nada dava mais certo. A
não ser a certeza de que seria preso, e perderia todo o patrimônio.
Mas tudo
começou a mudar para ele, começou a caminhar no sentido da impunidade, quando
contratou um advogado famoso. Criminalista de formação mas estrategista por
convicção. Agora, Eike SABE que conquistou a tranqüilidade. O golpe de mestre
foi à apresentação "voluntaria" ao juiz Sergio Moro. Como o
estrategista da sua defesa, soube que ele iria ser incriminado, determinou que fosse
depor como testemunha.
Um
sucesso. Voltou ás manchetes, não apagou o passado, mas é noticia novamente. E
mais do que isso. Incriminou um ex-ministro da Fazenda. De vastamente acusado,
agora é acusador. E eu que apoiei sempre a Operação Lava-Jato, tenho que assistir
um dos maiores criminosos financeiros, passar a ser informante e testemunha da notável
campanha contra a corrupção.
Um
corrupto comprovado, pode auxiliar o combate á corrupção? Podemos e temos que
esperar. Com Eike Batista, imitando Eduardo Cunha, e depondo voluntariamente. Só
que Cunha não tinha e não tem o advogado e
O
poderoso e invencível preconceito racial
Os últimos países
a acabarem com a escravidão: Estados Unidos, Brasil, Cuba. Lincoln, um dos
quatro presidentes estadistas americanos, assumiu em 1860 já com o país
dizimado pela terrível guerra civil. Governou os 4 anos com a mortandade inacreditável.
Foi reeleito, a guerra terminou, mas por causa da sua luta incansável contra a
escravidão, foi assassinado em 1865. Mas deixou um grupo tão aguerrido
continuando a luta, que em 1866, foi aprovada a emenda constitucional numero 13,
que eliminava a escravidão. Está completando 150 anos, sem comemoração.
Toda a
Europa, aproveitando a Revolução Industrial da Inglaterra de 1780, acabou com a
escravidão, libertando os escravos, e transformando-os em consumidores. O norte
dos EUA, a partir de nova Iorque,seguiu o exemplo, enriqueceram
igualmente. A guerra civil americana foi iniciada e prolongada pelos estados do
Sul, até hoje escravagistas. Em 1860, quando iniciaram os combates sangrentos, se
refugiavam na burrice: "Se a escravidão acabar, todos iremos á falência".
Constitucionalmente
não havia exploração dos negros. Mas tudo continuou, incluindo o nefasto
preconceito racial. Que passou a ser utilizado e manifestado, com o assassinato
impune, de cidadãos negros por policiais brancos. Neste momento, o país vive um
ambiente de revolta, por mais uma tragédia como essa. Uma policial, isso mesmo,
mulher, branca, atirou certeiramente num negro desarmado, que não estava
fazendo nada.
Sua
vontade era mesmo de matar. Varias pessoas gritavam, "não atire, ele está
desarmado e não faz nada". Ela ignorou, matou, entrou no carro oficial e
fugiu. Considerada foragida, apareceu 3 dias depois, com um advogado famoso. Não
prestou depoimento. O advogado pagou 50 mil dólares, equivalentes a 170 mil
reais. Até o presidente Obama protestou. Não adianta, o crime hediondo será
arquivado.
No
Brasil, a situação melhorou muito depois da Lei Afonso Arinos. Antes, os negros
eram discriminados de todas as maneiras. Nos edifícios, só podiam entrar pela
porta de serviço. Hoje entram pela porta da frente. Brancos não gostam, mas cumprem
com medo de serem presos em flagrante. È o mínimo. A discriminação profissional
é odiosa. Escondida. Os negros continuam sem direito a qualquer possibilidade
de se afirmarem e se realizarem.
Temer queria ir á Colômbia (Exclusivo)
Assim que
depois de muitos adiamentos, Farcs e governo, anunciaram para hoje, segunda, a
assinatura do acordo final, o presidente interino decidiu: "Estarei
presente". A afirmação provocou protestos e negativas de vários lados. Ele
tentou argumentar, mas na verdade, tinha apenas um objetivo: melhorar sua
imagem impopular, de dentro para fora.
Pelo
mesmo motivo foi á China. A ida á ONU era obrigatória. Apesar da presença sem
destaque, ganhou internamente. Na terça e na quarta ficou o dia todo nas
televisões. Foi um custo, convencê-lo a não ir á Colômbia. Desinformado, dizia:
"O fim dessa guerra civil é o maior acontecimento da America
Latina". Pode até ser, mas as dificuldades estão começando e não
terminando.
Os obstáculos
são ainda maiores do que a realidade parece demonstrar. Só conseguiram manter o
indireto a ficar por aqui, com a informação: "O senhor será o único
presidente a comparecer". Diante dessa solidão, desistiu.
Temer indireto, invade o ensino médio
Querendo
mostrar que se interessa, decidiu regular o ensino médio. Fez tudo errado, não
ouviu e descuidou precisamente dos personagens mais importantes: estudantes e
professores. Autoritário e desinformado, agravou as coisas utilizando medida provisória.
Que é definitiva, não permite esclarecimento ou debates. E tem prazo definido: 120
dias.
E sem
consultar ninguém, eliminou matérias ou tornou obrigatórias algumas, na
contramão dos países mais desenvolvidos. Estes sempre consultam alunos e
professores. E barbaridade contestada e polemizada, sem exceção. Retirou da
obrigatoriedade educação física, que é uma necessidade e pode salvar o mundo da
vida sedentária. Isto, uma fonte de corpos disformes, doenças evitáveis, e
custos inimagináveis para os Serviços de Saúde.
A educação
física devia começar com o ensino primário, 7 a 11 anos. E mantido e aumentado
no ensino médio, de 12 a 15 ou 16 anos. Mas como acontece com as improvisações,
já admitiram o erro, voltaram atrás, junto com o ensino de Arte, que engloba
valores notáveis e imprescindíveis. Explicam: "Essas duas matérias serão obrigatórias,
a partir da revisão curricular".
O único
ponto que chamam de integração das horas na escola, razoável, mas podiam ser
mais criativos e eficientes. Estabeleceram 7 horas diárias do ensino médio. Como
o horário escolar começa ás 7 da manhã, deixariam a escola ás 2 da tarde, o que
fariam a partir dessa hora? Se a integração fosse de 10 horas, sairiam da
escola ás 5 da tarde, jantados, e com o dia todo bem aproveitado.
Pelo convívio,
o conhecimento aprofundado, a satisfação da pratica da educação física. Antídoto
dos males do nosso tempo, que atraiçoa e compromete os jovens nas esquinas da
vida. Nessa idade, os jovens não estão trabalhando, podem se preparar muito
melhor para o futuro.
PS-48
horas depois da cassação de Eduardo Cunha, o Canal Bloomberg noticiou que o já
ex-deputado, lançaria um livro, que já assustava muitos políticos que
conviveram com ele. Imediatamente publiquei a nota, lógico, citando a
fonte.
PS2- Agora
surgem rumores de que em vez de um livro, escreverá dois. O rumor surge de
conversas de ex-amigos dele. Base para o informe: ele tem tanto material para
publicar, que apenas em 1 livro, não seria possível.
PS3-Como
ele já revelou, "que o livro seria um ajuste com os que se aproveitaram
dele", teria que ser uma autobiografia confirmadora da corrupção. E não é
segredo que pretende atingir o ex-vice,agora presidente indireto.
PS4-Mas
terá que contar fatos de uma época, em que ele e Temer eram intimissimos. E se
aproveitou, do que Cunha chama agora, de "golpe parlamentar". Será
preciso coragem, os fatos ele conhece realmente.
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