Ha 1 ano, Marcelo Odebrecht
dizia: "Não faço delação, não entrego ninguém, não sou dedo duro". Depois
do depoimento da secretaria, procurou a PM e MP, mudou completamente de
ideia, procurou a PM e o MP, fez a proposta: "Contarei coisas que vocês
nem imaginam". Estão se acertando.
HELIO
FERNANDES
Ninguém
imaginava que num ambiente dominado por delações, confidencias, delações,
documentos apreendidos em centenas de "buscas e apreensões", ainda
sobrasse tanta coisa. A grande descoberta dos últimos tempos, que surpreendeu a
todos, foi a secretaria Maria Lucia Tavares. Alem de secretaria, ela controlava
o que era chamado internamente de "departamento da propina". Tudo
passava por ela.
Quando foi
contatada, e concordou com a colaboração, o caminhão de documentos que apresentou,
surpreendeu e assustou os próprios profissionais da investigação.
Só fez um
pedido, logo aceito, depois referendado diante da montanha de informações e o
caminhão de documentos: “Não faço delação, não fico presa, entrego tudo,
explico ponto por ponto, nunca mais sou procurada, vou viver a minha
vida". Não queriam outra coisa, decodificou tudo, tirou todas as duvidas
da PM, foram três dias de conversa franca, nenhum comprometimento, nenhum
aproveitamento pessoal, nenhum favorecimento.
Era alta
funcionaria, cumpria ordens, não tinha compromisso de proteger alguém. A
Odebrecht, para ela, é um ponto no passado, agora o que existe é o presente e o
futuro, livre e desembaraçada.
Seu depoimento
teve efeito totalmente contraditório e destruidor para Marcelo Odebrecht. Assim
que soube que Maria Lucia conversara com a PM e o MP, e fizera depoimento
avassalador, falou para o seu segundo, preso com ele: "Vou mudar
completamente de posição. Não quero ficar como o tesoureiro do mensalão,
condenado há 40 anos”.
“Vou
contar o que sei, não quero pegar um dia de cadeia, já basta o tempo que fiquei
aqui". Pediu imediatamente contato - conversa com os investigadores. Não
encontrou muita receptividade, disseram para ele: "Você tem que nos
surpreender, sabemos tanto, que é praticamente impossível que você acrescente
alguma coisa".
Não se
abalou, respondeu: "Eu sei o que vou contar, os documentos que vou mostrar,
personagens poderosos citados pela primeira vez. Em troca fico livre, deixo a
direção da empresa, vou viver na Europa e nos EUA, longe de negócios. A empresa
já fez acordo de leniência com o governo,ela sobreviverá sem mim". Não
custa lembrar: ha meses Marcelo liberou todos os diretores e altos funcionários
a fazerem delação, até recomendou que fizessem. Ressalvou e ressaltou: "Eu
não farei, vocês estão livres". Está fazendo, trocou o nome de
"delação premiada" para "colaboração definitiva".
Se
quiser, Marcelo pode começar pelo financiamento da construção da Arena do Corinthians,
que ele, Lula e este repórter conhecem tão bem. (Contei aqui mesmo, ano passado).
A Odebrecht ia levantar o estádio, faltava o dinheiro. Estava previsto que
custaria 400 milhões. Frederico Barbosa, importantíssimo, procurou a direção do
Banco do Brasil, conversaram, pediram as garantias.
O homem
da Odebrecht levou quase 1 mês, entregou as garantias, não foram aceitas,
precisavam de reforço, não existia. Frederico falou com Odebrecht. Este ligou
para Lula, que acionou Luciano Coutinho, do BNDES. Textual: "Vai ai um bom
amigo, precisa de 400 milhões para a construção do estádio do Corinthians".
Foi, resolveu, conseguiu o empréstimo - financiamento, com juros de 4 por
cento, já valia 9. Acreditei que isso surgiria na CPI do BNDES. Não quiseram
aborrecer Luciano. Depois desse inicio, Marcelo pode contar o resto.
Obama hoje na Argentina, data histórica e sangrenta
Ha 40
anos, o general Videla começava o mais terrível golpe da America do Sul. Não
sei se foi planejado ou premeditado, ou simples coincidência. Durou apenas 7
anos, assassinou milhares, foi mais terrível do que no Brasil ou no Chile. Mas
todos os generais foram punidos, Videla, condenado á prisão perpetua, morreu
numa cela de 3 por 4, merecidamente. Em 1978, fui cobrir a Copa do Mundo lá,
tive contatos com resistentes, principalmente as "mães da Praça de
Maio", heróicas, que tiveram os filhos roubados.
Num outro
plano, o registro: ha menos de três meses no poder, Macri, que derrotou a
dinastia Kirchner tem conseguido muita coisa. Incluindo a visita do presidente
dos EUA. È que a ex-presidente atacava muito os EUA, Obama não se importava
mas não retribuía em ajuda.
Dilma: "Não renunciarei, mas eles não passarão”
Anteontem
aproveitando a presença dos advogados e juristas que assumiram sua defesa, improvisou
comício no Planalto. Mais de 120 pessoas, eufórica e entusiasma, Dilma falou
varias vezes. Durou mais de 3 horas. Disse o que coloquei no titulo, e lembrou
(sem citar o nome) da frase da lendária "passionaria" grande
resistente á ditadura de Franco. A satisfação acabou em menos de 24 horas.
Surgiu o primeiro relato, que envolve e atinge 18 partidos e praticamente 200
políticos. Atribuído a Marcelo Odebrecht, mas pode ser de varias fontes.
Do
Planalto e do Alvorada, enorme apreensão. Mas depois uma suposta satisfação. Desses
supostos 18 partidos, logicamente muitos da oposição. Logo isso se espalhava, e
se confirmava o informe ainda não informação, de que muita gente que combate a
presidente, e luta pelo impeachment, completa esse numero elevado. Mas tudo é duvida,
incerteza, nenhuma segurança a respeito da votação no plenário.
Zavascki - Moro
Na sexta
feira, quando Gilmar Mendes deu seu voto-libelo contra Lula w Zavascki não
estava em Brasília e sim em Ribeirão Preto, foi receber um titulo de cidadão.
Pouco antes, numa conferencia, afirmou: "O juiz não deve criar problemas e
sim procurar soluções". Comentei: o personagem oculto da frase é o juiz
Sergio Moro. Na primeira oportunidade, confirmou minha observação.
Recebendo
um recurso dos advogados de Lula, decidiu contrariamente ao voto de Gilmar,
nada ilegítimo. Mas a fundamentação absurda. Zavascki determinou que Curitiba
mandasse para Brasília, tudo que se referia a Lula. Nenhum dos dois tinha poder
de execução, mas Zavascki deu ordem e prazo para a devolução. Polêmico,
autoritário, acabou desgastando o juiz que está cumprindo integralmente seu
dever.
Foi
criticadissimo, só o plenário do Supremo pode tomar decisões definitivas. Isso está
marcado para o dia 30, próxima quarta. Gilmar está em Portugal, num seminário
que organizou, volta segunda. Temer também foi, volta domingo. Tem que estar
aqui, para a convenção do PMDB e de sua "candidatura", na terça 29.
Novo pedido de impeachment
A OAB
Nacional está entrando com o segundo impeachment. Depois de muitos estudos e
consulta a juristas, concluíram. Não é obrigatório apenas um processo contra o
presidente. Para estabelecer a diferença apresentaram três motivos. 1- As
"pedaladas" fiscais. 2- As concessões e as isenções financeiras inconstitucionais,
concedidas a FIFA, em 2014. 3- A nomeação do ex-presidente Lula para Ministro,
apenas para conceder a um amigo, foro privilegiado e livrá-lo de eventual
prisão.
A OAB
quer que o novo impeachment corra separado do outro. Por isso apresentaram
motivos diferentes. Serão mais 65 deputados titulares e outros 65 suplentes.
Cabe ao corrupto Eduardo Cunha decidir. Se recusar, a OAB entrará com recurso
no Supremo.
PS- O
histriônico e exibicionista deputado Julio Lopes, gritou na Comissão de
impeachment: "Fico horrorizado quando ouço alguém dizer presidentA".
Se estudasse um pouco, saberia que com a ou e no final, sempre a mesma
coisa.
PS2-
Devia saber que os moradores de Santa Tereza ficam horrorizados ouvindo seu
nome. Quando era secretario de Transportes, houve a catástrofe dos bondes clássicos
do bairro, com mortes e sem que os bondes voltassem.
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