Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 2 de março de 2016

Dona Dilma fingiu que resistia, mas concordou logo com a demissão do ministro da Justiça

HELIO FERNANDES

Ontem, terça publiquei: a presidente resistiu o mais que pôde, mas acabou concordando com a demissão de José Eduardo Cardoso. Não demorou, mensagem de um grande informante, desde os tempos da Tribuna impressa. Informadíssimo, sempre em ponto estratégico. Diz para o repórter, textual: "Helio, você tem um enorme saldo de acertos na informação e na analise, mas está tudo tão confuso, principalmente entre o Planalto e o Lula, que qualquer um pode se equivocar".

E continuou, retificando, mas para minha satisfação, com informação realmente de primeira mão. "Durante um tempo a presidente realmente resistiu, não queria demitir o seu mais antigo e intimo Ministro. PT e o próprio Lula insistiam, mas ela não se incomodava. Até que o Ministro Jaques Wagner começou a doutriná-la, ha meses sobre o relacionamento de Cardoso e a Policia Federal".

O ex-governador da Bahia é insinuante, não agressivo, gosta de penetrar em todos os setores, fazendo amigos e com o prazer de não ter inimigos. Sobre a presidente, a ofensiva do Chefe da Casa Civil, atingiu o auge com a prisão do marqueteiro Santana. O pânico de Dilma é ser atingida com a recusa das contas da campanha da reeleição e o dinheiro ficar chancelado como tendo origem na Petrobras. Aí poderia ser arrolada e incluída na Lava jato, suspeita de conivência com o marqueteiro. 

Sabe que a situação dele é periclitante e pode contaminá-la. Está assustada, angustiada, atormentada, desde os depoimentos de Santana e da mulher. Wagner se aproximou, ficou mais perto, foi ela que tocou no assunto: "Se eu tirar o Cardoso, como confiar em alguém, nem pensei num substituto". Wagner deu o golpe final: "Tenho um amigo de total confiança, foi Procurador Geral do meu governo, vou telefonar para ele". Estava tudo terminado, a partir daí, rigorosamente verdadeiro o dialogo entre eles da forma como publiquei.

Jaques Wagner está absoluto com Dona Dilma. E consolida sua posição do outro lado, não deixando escapar oportunidade de exaltar, elogiar e defender Lula. Sabe que assim pode ficar "na vez”. Já tem ouvido que se  Haddad  se reeleger prefeito e houver problema com Lula, pode ser chamado. Estava sendo preparado para 2022, mas os tempos não são longos nem duradouros. A não ser na ação e imaginação de Wagner.

A surpreendente e importante sucessão municipal do Rio e SP

Pela primeira vez, pelo menos depois dos últimos 50 anos, a eleição para prefeito das duas grandes capitais, tem relevância e influencia sobre a corrida e a disputa presidencial. Já contei minuciosamente o jogo, sujo, praticado na sucessão de Eduardo Paes, até por ele mesmo, que quer fazer o sucessor, de qualquer maneira. E esse pretenso ou suposto sucessor, será investigado pelo Supremo. Decisão do Ministro Fux, que faz questão, sempre, de lembrar que é carioca.

Em São Paulo, foi guerra mesmo, mais ostensiva, aberta, violenta, sem pseudônimos, com os nomes verdadeiros impressos nas cédulas. Na de João Doria, lia-se Alckmin. Na de Trípoli, Aécio Nunes. Para brilhar no lugar de Andréia Matarazzo, dois espaços ocupados por Serra e FHC. Foi ministro indicado por Serra, nomeado por FHC. Como é Matarazzo, "sentiu saudades" da Itália, foi nomeado embaixador lá. Voltou, reassumiu, não comunicaram ao contribuinte.                                  

Agora, os que distribuíram as cédulas e acreditam que são mesmo candidatos, caíram na realidade. Alckmin, Serra e Aécio só se interessam pelo possível espaço que esperam conquistar para 2018. Até na data, existe conflito. O governador quer ficar até o fim, ser presidenciável pela segunda vez. Aécio quer o mandato "entregue a ele pelo TSE, por ter sido o segundo", ou então eleição já. Serra não se incomoda, a data não é o mais importante.  

 De qualquer maneira, a sorte não está lançada, nenhum dos presidenciáveis pode se considerar vencedor. Utilizam o mesmo jogo vergonhoso do Rio, querem "cassar" o que teve 43 por cento dos votos. Este repórter só quer informar, comentar, debater. E deixar bem claro, que a capital merecia melhores candidatos. Diante disso seria realmente uma vitoria, a reeleição de Haddad. 

Sergio Moro não deixa o marqueteiro Santana (e a mulher) fora das manchetes

A descoberta, a prisão e os depoimentos dos marqueteiros, a grande sensação dessa ultima fase da Lava-Jato. Inacreditável, o aparecimento deles. O que contaram ou esconderam, extraordinário. O juiz mandou bloquear 32 milhões na conta dele, o dinheiro estava lá. Isso foi ontem, antes já havia mandado retirar 50 milhões, 25 dele, 25 dela.

A partir de amanhã ou depois, sexta feira, Sergio Moro decidirá o futuro do casal. Não pode mais prorrogar a prisão temporária. Mas pode passar à preventiva ou até o momento do julgamento, condenação ou absolvição. Temos que esperar.  Mas ansiosos do que o casal ainda revelará de importância e de estarrecimento. Como esta afirmação: "Fiz a campanha da reeleição da presidente Dilma, de graça, me dá muito prazer". 

Para desespero do Planalto, as empreiteiras enquadradas na Lava-jato, decidiram fazer delação premiada, para poderem participar de licitações publicas. A primeira, Andrade Gutierrez. Afirmação: "Na campanha de 2010, contribuímos com 6 milhões". Logo contestaram a utilidade, "2010 era outra campanha". Só que quem recebia em 2010, lógico, receberia em 2014. A intranqüilidade aumentou.  

Novamente a Comissão da falta de ética.

Reunida ontem, quando Eduardo Cunha comemorava 141 dias desde a primeira reunião, sem nenhuma decisão. Ontem, o mesmo roteiro: quando está perto da votação, o acusado abre a "Ordem do Dia”, todas as Comissões encerram os trabalhos. Ontem, uma novidade que pode ser positiva: o presidente convocou sessão para hoje, ás 9 e meia da manhã. Se não votarem e se o Congresso como um todo, não tomar providências, fica valendo prioritariamente, o que foi dito na primeira e mais autentica das manifestações: "Vocês não nos representam".

Eleição nos EUA: Hillary consolidada e avalizada, Donald Trump, vitorioso e recusado no próprio partido

Não existe possibilidade mais de alteração nas previas. Nos Democratas, a surpresa do senador Saunders, com mais de 70 anos, conquistando uma parte do eleitorado jovem.  Será Secretario de uma pasta com influencia social. Hillary vence fácil as previas, consagrada no partido. 

Trump, sem rumo, um aventureiro, sem credibilidade, assusta o país, o Partido Republicano e o mundo. Qualquer que seja a posição em relação aos EUA, Trump presidente será maldição para todos. O Partido Republicano não admite Trump presidente. E trabalha para impedi-lo com uma rejeição inesperada, traduzida nesta frase: "Não queremos ganhar previas e sim eleger um presidente". Sabem que Trump não vence Hillary. Podem estraçalhar o partido, mas não aceitam Trump.

PS - Hoje, quarta feira, posse do novo Ministro da Justiça. A falsa oposição, impugnou a nomeação. Tolice. Tentará criar problemas para  a Lava-jato, mas sem estardalhaço. Não demitirá ninguém, fará cortes constitucionais, embaraços vários, com cobertura do Chefe da Casa Civil, que o indicou.
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