EDIÇÃO EXTRA:
Momento
tormentoso, FHC comprou a própria reeleição, responsável pela reeleição da
Dilma.
HELIO FERNANDES
Hoje, sábado,
nenhum momento de tranqüilidade, calma ou pausa, para reflexão. Promotores de
SP denunciam o ex-presidente Lula, pedem prisão preventiva, acrescentam
irresponsavelmente: "Ele pode ser condenado a 13 anos de prisão".
Que
punição mereciam ou mereceriam esses promotores, provocando ou estimulando uma
conflagração ainda mais grave do que já está? Só isso já seria suficiente para
a preocupação total. Mas existe muito mais.
A
convenção do PMDB não pode ser desprezada numa analise mais aprofundada do
futuro. A cúpula do partido tem estimulado a indecisão em relação ao que será decidido
hoje.
Três hipóteses, todas melífluas e sem convicção.
1- Rompimento mantendo
os cargos que já ocupa. 2-Distanciamento com independência. 3 - A menos
provável: independência para valer, entregar todos os cargos, assumir a
"conspiração” de
bastidores, jogar abertamente pela derrubada de Dona Dilma palavra de ordem
seria então, apostar tudo na renuncia dela.
Ontem,
enfraquecidissima, a presidente queria nomear Lula Ministro imediatamente. Ele
é que resistia, por considerar decisão imprudente ou impertinente. E pelo que
já analisei aqui, quando foi convidado: considera que pode haver eleição antes
de 2018, ficaria incompatibilizado.
Não quer
ser Ministro e sim presidente novamente. (Como pretendia ser em 2014, o
movimento conhecido como "volta, Lula"). Foi vetado pela própria
Dilma, que agora tanto insiste em transformá-lo em ministeriável.
Ontem,
sexta, inconveniente, inconsistente, incoerente: "Só tomarei qualquer
decisão mais importante depois da convenção do PMDB”. È uma espécie de respeito
e consideração com uma legenda que não tem o menor respeito pela sua condição
de presidente. O PMDB é um partido que tem a obsessão de substituí-la. No
momento, o único ato retumbante de Dona Dilma é a nomeação de Lula. E isso está
distante da dependência da convenção do PMDB ou de qualquer outro partido.
Incluindo o PT.
A outra
posição de Dona Dilma, sem a menor veracidade ou autenticidade: "Não
renunciarei, não é o meu estilo". No momento a presidente está tão
fragilizada que não pode garantir nada. Nem pretendo compará-la com Vargas, mas
existem dois pontos na vida publica dos dois. Vargas sofreu impeachment,
ganhou. Insistiram (a oposição naquela época era para valer), respondeu "Não
renunciarei". Sua decisão está na Historia para sempre.
Num
dialogo de alto nível, convocaria uma cadeia de TV, com a seguinte proposta:
"Diante
dos problemas urgentes, eu e o vice estamos renunciando. E de acordo com a
Constituição, haverá eleição dentro de 90 dias”. Se o vice recusar, continuará
"decorativo", na sua própria definição. E a presidente provavelmente
ganhará um cacife para ficar provavelmente até 2018. Grande modificação para
ela, e nova esperança para o país.
Amanhã um milhão nas ruas contra Dilma, no próximo
domingo, outro milhão a favor dela.
Satisfação
geral com a divisão dos comícios. Os dois lados pretendiam participação simultânea,
loucura completa. Prevaleceu a prioridade. Um domingo para cada protesto.
Com o maior entusiasmo e empolgação, sem hostilidade.
Coloquei
1 milhão, eles estão citando esse total, não pretendo desmenti-los. Na Internet
e pelas redes sociais, convocaram mais de 2 milhões. Pena que as ruas do Rio, ignorem
esses movimentos democráticos.
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